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Mostrando postagens com o rótulo arte e literatura

Livros: Nas Suas Palavras

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 "Não pergunte o que é o homem, mas sim o que ele faz daquilo que fizeram dele.  O que fizeram dele foram a infância, a escola, os amigos, a família, as instituições, etc" (Jean Paul Sartre) Página em branco A pergunta “quem és tu?” ou “quem sou eu?” tem uma resposta muito fácil: cada um conta a sua vida. A pergunta que não tem resposta é outra: “que sou eu?”. Não “quem” mas sim “quê”. Aquele que se faça essa pergunta irá enfrentar-se com uma página em branco, e não será capaz de escrever uma única palavra. El Universal , México D.F., 16 de Maio de 2003 A mais dispensável de todas as coisas Hoje em dia, o ser humano é a mais dispensável de todas as coisas. Que pensem nisso os que nos atormentam os ouvidos com hipócritas prédicas sobre a eminente dignidade do ser humano.   Contrapunto de América Latina , Buenos Aires, n.º 9, Julho-Setembro de 2007 In José Saramago nas Suas Palavras

"Super": Se os tubarões fossem homens...

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Seriam eles mais gentis com os peixes pequenos? Certamente, se fossem homens, os tubarões, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal.  Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias. Naturalmente haveria também muitos cursos nas gaiolas, como não? Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões.  Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a gestão do conhecimento  para compreender que é facultativo - somente aos tubarões - o prazer de deitar preguiçosamente em suas redes de balanços. A aula primordial seria, obviamente, a ética profissional (para não dizer formação moral, algo há muito sepultado cá em terras tupininquins).  Aos peixinhos haver-se-ia de ensinar que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício  voluntário, desabrido e alegre de um peixinho em prol da boa (e mais que m...

2012: Recomendações de um Nobel de Literatura para você

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Pense nisso !

Acabou a Valsa

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LADRÃO _ Pega! O berro, seria pouco mais de meia-noite, crispou o silêncio no dormido bairro do Morumbambi, acordou os de sono mais leve, botando em tudo um arrepio de susto. O rapaz veio na carreira desabalada pela rua. _ Pega! Nos corpos entrecortados, ainda estremunhando na angústia indecisa, estalou nítida, sangrenta, a consciência do crime horroroso. O rapaz estacara numa estralada de pés forçando pra parar de repente, sacudiu o guarda estatelado: _ Viu ele! O "poliça" ainda sem nexo, puxando o revólver: _ Viu ele? _ P... Não perdeu tempo mais, disparou pela, porque lhe parecera ter divisado um vulto correndo na esquina de lá. O guarda ficou sem saber o que fazia, porém da mesma direção do moço já chegavam mais dois homens correndo. O guarda eletrizado gritou: _ Ajuda! e foi numa volada ambiciosa na cola do rapaz. _ Pega! Pega! os dois perseguidores novos secundaram sem parar. alcançaram o moço na outra esquina, se informando com um retardatário que só àquelas...

Saramago: A passagem do grande pessimista

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  "Não pergunte o que é o homem,  mas sim o que ele faz daquilo que fizeram dele" (Jean Paul Sartre) Três portas principais Ler e imaginar são duas das três portas principais — a curiosidade é a terceira — por onde se acede ao conhecimento das coisas. Sem antes ter aberto de par em par as portas da imaginação, da curiosidade e da leitura — não esqueçamos que quem diz leitura diz estudo —, não se vai muito longe na compreensão do mundo e de si mesmo. Construir humanidade Nem todos os lugares onde o homem vive são sempre humanos. A função dos que tem a responsabilidade de governar, e também dos artistas, consiste na obrigação de tornar o mundo cada dia mais humano. Por viver em comunidade, a nossa missão, que não é histórica nem muito menos divina, consiste em construir humanidade. Essa tem que ser uma preocupação diária, para que a queda de todos os dias se detenha. A pergunta fundamental das humanidades Do ponto de vista empresarial, não fazem falta as humanidades. ...

(di)Gestão: Se os tubarões fossem homens

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  Uma imagem fala mais que mil palavras Memória fotográfica . Eis um conceito de memória que arrepia até mesmo os mais letrados em direito criminal, quando se deparam com este fenônemo que age na mente das pessoas de mesma e igual forma a um flash de máquina fotográfica.  Mas o que tem a ver memória, fotografia, direito, gestão e tubarões? Em princípio, nada, aparentemente. Em realidade, tudo. Exemplificando: 1º - Passados anos de um crime de causa fútil (ou não), uma testemunha pode-se lembrar de fatos os mais insignificantes considerados e relatá-los, em pormenores, como se tivesse ocorrido ontem. Tal constatação está fartamente publicada nos anais de tribunais de justiça: memória fotográfica; 2º - Um desses jagunços de patrão, por razões que a própria razão desconhece, resolve interpelar um colaborador que se recusara a participar de uma daquelas enfadonhas reuniões empresariais onde tenta-se reunir, em busca de objetivos comuns, os desunidos - ...

Pausa para Borges

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INSTANTES, "Todos os caminhas levam à morte. Perca-se" (Jorge Luis Borges) "Se eu pudesse novamente viver a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido. Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvetes e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.   Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e profundamente cada minuto de sua vida; claro que tive momentos de alegria. Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente de ter bons momentos. Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos; não percam o agora. Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um...

Cadernos: A desejada morte do editor

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Editores By José Saramago   V oltaire não tinha agente literário. Não o teve ele nem nenhum escritor do seu tempo e de largos tempos mais. O agente literário simplesmente não existia. O negócio, se assim lhe quisermos chamar, funcionava com dois únicos interlocutores, o autor e o editor. O autor tinha a obra, o editor os meios para publicá-la, nenhum intermediário entre um e outro. Era o tempo da inocência. Não quer isto dizer que o agente literário tenha sido e continue a ser a serpente tentadora nascida para perverter as harmonias de um paraíso que, verdadeiramente, nunca existiu. Porém, direta ou indiretamente, o agente literário foi o ovo posto por uma indústria editorial que havia passado a preocupar-se muito mais com um descobrimento em cadeia de best-sellers que com a publicação e a divulgação de obras de mérito. Os escritores, gente em geral ingênua que facilmente se deixa iludir pelo agente literário do tipo chacal ou tubarão, correm atrás de promessas de v...

Adoráveis brincadeiras de dizer verdades

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Comentário: Muito se pergunta qual mais vale, se uma vida ou uma obra. No caso do genial Carlito, dúvida alguma há: a obra de uma vida.

Desassossego: Da inutilidade de guerras e revoluções

A s guerras e as revoluções - há sempre uma ou outra em curso - chegam, na leitura dos seus efeitos, a causar não horror mas tédio.  Não é a crueldade de todos aqueles mortos e feridos, o sacrifício de todos os que morrem batendo-se, ou são mortos sem que se batam, que pesa duramente na alma: é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil. Todos os ideais e todas as ambições são um desvario de comadres homens.  Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança.  Não há ideal que mereça o sacrifício de um comboio de lata.  Que império é útil ou que ideal profícuo? Fernando Pessoa - Livro do Desassossego

Cerebração: Gibran Kahlil Gibran

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Amai-vos...   Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão. Que haja, antes, um mar ondulante entre as praias de vossa alma. Enchei a taça um do outro, mas não bebais da mesma taça. Dai do vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço. Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai ...

Vamos tomar um chá com Dante ?

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Triângulo Amoroso no Inferno de Dante              Eugène Delacroix-Dante e Virgílio no Inferno (1822) ARACRUZ   Por Leila Brito   N o Chá.com Letras , blog autoral dedicado à Literatura, Filosofia e Música, a escritora e poeta Leila Brito disponibiliza ao leitor-internauta o conto Aracruz (postado em seis capítulos), com narrativa centrada no mais famoso poema épico-teológico de todos os tempos – Divina Comédia de Dante Alighieri – tendo o elemento poético “inferno” como apoio da composição cenográfica descritiva do caos humano. Na Divina Comédia , a força narrativa reside na firmeza de caráter do personagem Dante ao lidar com questões fundamentais da condição humana, encontrando nos símbolos um valioso instrumento de expressão. É o que Leila Brito tenta fazer em Aracruz , pois buscando apoio criativo na riqueza de alegorias que conformam o grandioso poema. Dona de um estilo marcado pelo erotismo de delirantes ima...

Chaplin: E se a vida fosse ao contrário?

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 " Não se julga um homem pelos trapos que o vestes,  e sim pelo seu caráter."   (Sir Charles Chaplin) Este modesto , insignificante e ordinário bloguista(*) estará em férias até início de agosto do ano corrente. Como sabido, as férias é um dos poucos períodos no ano que um trabalhador (comum) pode reservar para viver.  No entanto, navegar é preciso, e reserverá esses dias de descanso - aos amigos navegantes que acompanham o Clipping, descompromissadamente - para além de descansar, reciclar seus conhecimentos e se preparar para novos desafios futuros. Como bom aquariano, planejar o futuro é a nossa sina. E por falar em vida, conhecimento, planejamento, caminhos, remetamo-nos a um pensamento do genial Chaplin sobre "a coisa mais injusta na vida": "A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.  Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo ele de trás pra frente.  Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar log...

Literatura: A aula de filosofia política por Fernando Pessoa

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Saramago morreu. Morreu? Não. Apenas deitou-se. "Não se levanta nem precisa levantar-se. Está bem assim. O mundo que elouqueça, o mundo que estertore em seu redor. Continua deitado sob a racha da pedra da memória". (Homem Deitado - Carlos Drummond de Andrade) E que dizer de Fernando Pessoa, então? Seriam os banqueiros, "anarquistas"? E por falar em bancos, l embrei-me de um, dentre tantos e inúmeros contos geniais de Fernando Pessoa, em que destila ironia, consciência, crítica e sabedoria. Trata-se de " O Banqueiro Anarquista " , que como bem disse a professora, escritora e poetisa Leila Brito: "Que aula de Filosofia Política!...".  Transcrevo, abaixo, um pequeno trecho que pode ser lido na íntegra no Blog do Fernando Pessoa: [...] - Fui sempre mais ou menos lúcido. Senti-me revoltado. Quis perceber a minha revolta. Tornei-me anarquista consciente e convicto - o anarquista consciente e convicto que hoje sou. - E a teoria, que V. te...

Fica o mundo mais pobre: morreu o imortal Saramago

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Saramago - Ponto final à vida do gênio que escrevia sem pontos ou vírgulas "Todos sabemos que cada dia que nasce  é o primeiro para uns e  será o último para outros  e  que, para a maioria, é so um dia mais."   (José Saramago) J osé Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998, morreu nesta sexta-feira em sua casa localizada em Lanzarote, onde residia com a mulher Pilar del Rio. O escritor português tinha 87 anos e encontrava-se doente há algum tempo. O seu estado de saúde teria se agravado na última semana. José Saramago nasceu em Azinhaga, concelho de Golegã, a 16 de novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18. Entre as obras publicados constam: "Manual de Pintura e Caligrafia", "Levantado do Chão", "Memorial do Convento", "O Ano da Morte de Ricardo Reis", "A Jangada de Pedra", "História do Cerco de Lisboa", "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", Ensaio sobre a Cegueira","T...

Literatura: Robertão - tragédia brasileira

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Literatura                                                                                    Tragédia Brasileira Morte na rua da Constituição R obertão , funcionário da Fazenda Nossa Gente, com 63 anos de idade, conheceu Maria Elvira na Lapa – prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Robertão, ele também ex-morador de rua, agora funcionário-mor da Fazenda, tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo o que ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado mais jovial. Robertão, cônscio dos chifres, porém, não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três a...

Literatura: Pausa para uma crônica de Rubem Alves

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Artigos do Proprietário Será que a leitura dos jornais vos torna estúpidos? O nome não me era estranho. Eu já o vira de relance em algum jornal ou revista. Mas não me interessei. Aquele nome, para mim, não passava de um bolso vazio. Eu não tinha a menor idéia do que havia dentro dele. Sou seletivo em minhas leituras. Leio gastronomicamente. Diante de jornais e revistas eu me comporto da mesma forma como me comporto diante de uma mesa de bufê: provo, rejeito muito, escolho poucas coisas. Concordo com Zaratustra: “Mastigar e digerir tudo – essa é uma maneira suína.“ Aquele bolso devia estar cheio de coisas dignas de serem comidas – caso contrário não teria sido oferecido como banquete nas páginas amarelas da VEJA. Mas eu não comi. Aí um amigo me enviou via e-mail cópia de uma crônica do Arnaldo Jabor, a propósito do dito nome – crônica que eu li e gostei: sou amante de pimentas e jilós. Senti-me parecido com o Mr. Gardner, do filme “Muito além do jardim“, com Peter Sellers. Mr. Gard...

Livros: "Caim", número 1 em Itália

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Livros & Literatura                                                                  "Caim", de Saramago, número 1 em Itália 06/05/10 De acordo com informação recebida da Feltrinelli, Caim , de José Saramago , ocupa neste momento o 1.º lugar na lista de livros mais vendidos. O livro foi publicado a 21 de Abril de 2010, data em que foram também apresentadas as edições de bolso da colecção Universale Economica, da Feltrinelli, dos romances   O Ano da Morte de Ricardo Reis ,  O Evangelho Segundo Jesus Cristo  e O Homem Duplicado .  Fonte: Fundação José Saramago

Literatura: Como evitar os aduladores, segundo Machiavelli

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Lições para o Príncipe(*) segundo Machiavelli O Rei Sol recebe o Príncipe Eleitor da Saxônia "O trabalho apenas assusta as almas fracas"   (Louis XIV, Le Roi Soleil ) A pós maldizer uma vez mais o DEMO, com gosto e com vontade, por ter-lhe exilado no século errado (deveria tê-lo feito século passado), torno-me cada vez mais descrente e assim iniciarei uma série de análises e comentários dessa época pré-Dilma, sem bush, sem serra, sem arrudas, sem demétrius (todos em minúsculo por se tratar de nomes impróprios, esclareço), sem gilmar, sem dantas, mas com muito queijo, vinho e, claro, telas geniais. Ao amigo navegante (imaginário, segundo gilmar dantas - segundo noblat-blá-blá) que de uma forma ou de outra são, no fundo no fundo, um pouco PT da vida, fica aqui o convite.   XXIII – De como se evitam os aduladores. Um príncipe prudente deve afastar-se de aduladores e desconsiderar seus conselhos, é digno de um príncipe buscar a serenidade e a fidelida...