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Belluzzo: Clássico da economia

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 A obra de Keynes, que atravessa o tempo, propõe a “ação jurídica e política do Estado” contra os efeitos negativos do darwinismo social.    "O amor ao deus [dinheiro] pode-se transformar  num tormento para o homem moderno" (Sir John Maynard Keynes) Por Luiz Gonzaga Belluzzo M ais do que um economista , Keynes era um publicista, um homem que pretendia falar em nome do interesse público e que acreditava no poder de persuasão das ideias. Para Maynard – assim o chamavam os discípulos de Cambridge –, o estudo da economia – uma ciência moral – só valia a pena como um meio para a realização dos valores que a sociedade moderna promete, mas não entrega aos cidadãos. Publicado em 1930 na revista Nation and Atheneum e republicado em 1931 nos Essays in Persuasion, o artigo As Possibilidades Econômicas de Nossos Netos pretendia superar o pessimismo que afligia os tempos da Grande Depressão. Tempos açoitados pela derrocada econômica, pelo desespero social e pela turbação po

Mundo: O drama da fome - Parte 5

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Longe. Muito longe da meta O primeiro requisito de uma vida digna é ter o que comer .   Mas o planeta ainda está longe de alcançar o Objetivo do Milênio que estabelece a redução pela metade da fome no mundo.  Segundo os especialistas, principalmente para os países em desenvolvimento os preços dos alimentos vão continuar altos e, assim, inacessíveis para os mais pobres. "Com o atual modelo de pensamento [econômico] industrial não podemos mais resolver o problema" , afirma Herren.  Para ele, os governantes, mas também a sociedade civil, estão diante da obrigação de assumir mais responsabilidades para a resolução do problema, tendo em vista as convenções de direitos humanos vigentes.  Já Windfuhr propõe um debate social e político para se chegar a uma produção agrícola global capaz de alimentar 9 bilhões de pessoas. Autora: Ulrike Mast-Kirschning (mp) Revisão: Alexandre Schossler Fonte: http://www.dw-world.de Comentários: Precisa?

Mundo: O drama da fome - Parte 4

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Comércio global e biocombustíveis Por Ulrike Mast-Kirschning M uitos especialistas afirmam que a agricultura de larga escala não é uma alternativa para o combate à fome.   Eles temem problemas ainda maiores: as monoculturas e os adubos químicos destroem a biodiversidade e provocam o esgotamento do solo. "O solo é o mais negligenciado dos recursos naturais", opina Joachim von Braun, diretor do Centro para Pesquisa em Desenvolvimento da Universidade de Bonn. As mudanças climáticas pioram a situação. Situações extremas, como secas prolongadas ou grandes cheias, destroem colheitas e a fertilidade do solo. Outro problema: uma parte crescente da colheita no mundo não é mais destinada à produção de alimentos. Em vez disso, produtos como o milho e a cana-de-açúcar são usados na produção de biocombustíveis. Os países industrializados incentivam essa estratégia para se tornarem menos dependentes dos combustíveis fósseis. Mas a produção de biocombustíveis ocupa grandes áreas de ter

Mundo: O drama da fome - Parte 3

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Os problemas da produção em larga escala Por Ulrike Mast-Kirschning Mas a agricultura industrial e de larga escala associada a esses investimentos é a melhor saída para combater a crescente fome de uma população mundial cada vez maior? Windfuhr se mostra preocupado, afinal a grande maioria da população nos países em desenvolvimento continua vivendo nas zonas rurais.  "Se grandes áreas rurais forem negociadas e pequenos agricultores forem expulsos das suas terras, talvez possamos produzir mais, mas também teremos mais fome."  Para ele, investimentos em regiões rurais devem necessariamente melhorar as condições de vida dos pobres e famintos. Post critica a política do FMI e do Banco Mundial que "convenceram muitos países em desenvolvimento a importar alimentos". Nos últimos 20 anos, créditos internacionais foram destinados principalmente ao incentivo de culturas de exportação, como flores, cacau e café, nos países pobres, enquanto os excedentes agrícolas dos Est

Mundo: O drama da fome - Parte 2

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A Agricultura é negligenciada nos países pobres Por  Ulrike Mast-Kirschning O sucesso estatístico do combate à pobreza se deve principalmente às profundas mudanças socioeconômicas experimentadas pela China nos últimos anos. Já no sul da Ásia e em grande parte da África, os níveis de pobreza e fome estão estagnados. "O desenvolvimento rural é negligenciado e esse é um motivo fundamental para que o quadro não mude", opina Windfuhr. "Nas regiões atingidas não há serviços de aconselhamento para os agricultores, linhas de crédito ou títulos de propriedade de terra confiáveis, há pouca infraestrutura e nenhuma pesquisa agrária", completa. Segundo o especialista, nos anos 1980 a ajuda internacional ao desenvolvimento destinava em torno de 20% dos seus recursos para o desenvolvimento rural. Depois houve uma queda abrupta, para 3% ou 4% em 2005. "Isso vale para todos, inclusive o Banco Mundial", afirma. Os próprios países atingidos pela pobreza e pe

Mundo: O drama da fome - Parte 1

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Em 2000, a comunidade internacional se comprometeu a reduzir pela metade a fome no mundo, no prazo de 15 anos. Mas hoje já é possível afirmar que esse Objetivo do Milênio dificilmente será alcançado Por Ulrike Mast-Kirschning A fome é cruel . O estado de uma pessoa faminta piora em etapas. Quando, no final, o sistema imunológico entra em colapso, a morte chega de forma lenta, acompanhada de uma dor insuportável.  Cerca de 25 mil pessoas no mundo morrem de fome todos os dias, o equivalente a uma morte a cada três segundos.   "Morte por fome é assassinato", diz o ex-relator especial para o Direito à Alimentação da ONU Jean Ziegler. Em 2000, na Cúpula do Milênio, os líderes de todos os países-membros da ONU decidiram reduzir pela metade, até 2015, a proporção de pessoas afetadas pela fome no mundo. Na época, o número era estimado em 800 milhões. No mesmo período, o número de pessoas consideradas pobres também deveria cair pela metade. A observação de que principalmente