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Saramago: A passagem do grande pessimista

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  "Não pergunte o que é o homem,  mas sim o que ele faz daquilo que fizeram dele" (Jean Paul Sartre) Três portas principais Ler e imaginar são duas das três portas principais — a curiosidade é a terceira — por onde se acede ao conhecimento das coisas. Sem antes ter aberto de par em par as portas da imaginação, da curiosidade e da leitura — não esqueçamos que quem diz leitura diz estudo —, não se vai muito longe na compreensão do mundo e de si mesmo. Construir humanidade Nem todos os lugares onde o homem vive são sempre humanos. A função dos que tem a responsabilidade de governar, e também dos artistas, consiste na obrigação de tornar o mundo cada dia mais humano. Por viver em comunidade, a nossa missão, que não é histórica nem muito menos divina, consiste em construir humanidade. Essa tem que ser uma preocupação diária, para que a queda de todos os dias se detenha. A pergunta fundamental das humanidades Do ponto de vista empresarial, não fazem falta as humanidades. ...

Exclusivo: A morte do velho

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Adeus, velhinho. Até nunca mais... Por um ano melho r ‘La izquierda no tiene ni una puta idea del mundo”   (In José Saramago nas Suas Palavras ) O que cada um de nós deve fazer em primeiro lugar, pois não temos outro remédio, é: respeitar as nossas próprias convicções, não calar, seja onde for, seja como for, conscientes de que isso não muda nada, mas que ao fazê-lo, pelo menos tenho a certeza de que eu não estou a mudar.  Fonte: Outros Cadernos de Saramago . Isto posto: seja bem-vindo, Ano Novo... Brindemos !!!

Fica o mundo mais pobre: morreu o imortal Saramago

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Saramago - Ponto final à vida do gênio que escrevia sem pontos ou vírgulas "Todos sabemos que cada dia que nasce  é o primeiro para uns e  será o último para outros  e  que, para a maioria, é so um dia mais."   (José Saramago) J osé Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998, morreu nesta sexta-feira em sua casa localizada em Lanzarote, onde residia com a mulher Pilar del Rio. O escritor português tinha 87 anos e encontrava-se doente há algum tempo. O seu estado de saúde teria se agravado na última semana. José Saramago nasceu em Azinhaga, concelho de Golegã, a 16 de novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18. Entre as obras publicados constam: "Manual de Pintura e Caligrafia", "Levantado do Chão", "Memorial do Convento", "O Ano da Morte de Ricardo Reis", "A Jangada de Pedra", "História do Cerco de Lisboa", "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", Ensaio sobre a Cegueira","T...

Sabatina: Saramago mostra como ser Cristão, sendo ateu

José Saramago - Sabatina na Foia da Chuiça Trecho em que José Saramago discute sobre deus, igreja e bíblia. Por mundoateu S aramago nasceu numa aldeia do Ribatejo , chamada Azinhaga, de uma família de pais e avós pobres. A vida simples, transcorrida em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 era um menino de apenas 2 anos de idade impede-o de ingressar em uma universidade, apesar do gosto que demonstra desde cedo pelos estudos. Para garantir o seu sustento, formou-se em uma escola técnica. Seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico. Entretanto, fascinado pelos livros, à noite visitava com grande frequência a Biblioteca Municipal Central - Palácio Galveias na capital portuguesa. José Saramago no Festival Internacional de Filmes de San Sebastián (segurando a tradução em língua persa de seu livro Ensaio sobre a cegueira. Autodidata, aos 25 anos publica o primeiro romance Terra do pecado (1947), mesmo ano de nascimento de sua filha, Violante, fruto do primeir...

Saramago: Israel e os seus derivados

O Caderno de Saramago                                                         Israel e os seus derivados   O processo de extorsão violenta dos direitos básicos do povo palestino e do seu território por parte de Israel tem prosseguido imparável perante a cumplicidade ou a indiferença da mal chamada comunidade internacional. O escritor israelita David Grossmann, cujas críticas, em todo o caso sempre cautelosas, ao governo do seu país têm vindo a subir de tom, escreveu num artigo publicado há algum tempo que Israel não conhece a compaixão. Já o sabíamos. Com a Tora como pano de fundo, ganha pleno significado aquela terrível e inesquecível imagem de um militar judeu partindo à martelada os ossos da mão...

Cápsulas de Literatura & Realidade: Saramago por Saramago

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Do sujeito sobre si mesmo By José Saramago Como escritor , creio não me ter separado jamais da minha consciência de cidadão. Considero que aonde vai um, deverá ir o outro. Não recordo ter escrito uma só palavra que estivesse em contradição com as convicções políticas que defendo, mas isso não significa que tenha posto alguma vez a literatura ao serviço direto da ideologia que é a minha. Quer dizer, isso sim, que ao escrever procuro, em cada palavra, exprimir a totalidade do homem que sou. Repito: não separo a condição de escritor da do cidadão, mas não confundo a condição de escritor com a do militante político. É certo que as pessoas me conhecem mais como escritor, mas também há aquelas que, com independência da maior ou menor relevância que reconheçam nas obras que escrevo, pensem que o que digo como cidadão comum lhes interessa e lhes importa. Ainda que seja o escritor, e só ele, quem leva aos ombros a responsabilidade de ser essa voz. O escritor , se é pessoa do ...

Livros: A Maior Flor do Mundo

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Leituras HISTÓRIA DE UMA FLOR By José Saramago Aí pelos começos dos anos 70, quando eu ainda não passava de um escritor principiante, um editor de Lisboa teve a insólita ideia de me pedir que escrevesse um conto para crianças. Não estava eu nada certo de poder desobrigar-me dignamente da encomenda, por isso, além da história de uma flor que estava a morrer à míngua de uma gota de água, fui-me curando em saúde pondo o narrador a desculpar-se por não saber escrever histórias para a gente miúda, a quem, por outro lado, diplomaticamente, convidava a reescrever com as suas próprias palavras a história que eu lhes contava. O filho pequeno de uma amiga minha, a quem tive o desplante de oferecer o livrinho, confirmou sem piedade a minha suspeita: “Realmente”, disse à mãe, “ele não sabe escrever histórias para crianças”. Aguentei o golpe e tentei não pensar mais naquela frustrada tentativa de vir a reunir-me com os irmãos Grimm no paraíso dos contos infantis. Passou o tempo, escrevi...