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Bajulocracia: O Mérito é todo do Boneco da Borracharia

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  A improbidade profissional e a ineficiência são talvez as características distintivas de nossa época, já dizia o poeta-mor de além-mar. O antigo artesão tinha de realizar trabalho, de ofício; o atual trabalhador tem de satisfazer necessidades de outrem, tendo no aparato tecnológico o seu suporte. Os supervisores, ante à incapacidade advinda de um sistema que privilegia a bajulação e não o mérito, torna-se  tão somente um mero capataz de escravos dos metais. Torna-se tão casca-grossa como um jagunço ou um capataz de escravos; porém menos interessante, porque nem poderia ser comparado a um boneco de borracharia (*). Talvez, a um espantalho de milharal, a comparação fosse mais apropriada. O boneco biruta, ao contrário do outro, ao menos, tem lá alguma utilidade. (*) Boneco de posto (ou boneco biruta ) é o nome que se dá à bonecos feitos com um tecido semelhante ao de uma Biruta no qual um ventilador sopra por baixo inflando os bonecos que geralmente movimentam os "b

Tendências: Una vida de bajo coste, diz El País

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  El comprador ha aprendido a pagar menos por más, dicen los expertos. - LUIS SEVILLANO "Em tempos de crise, quando se ganha mil euros brutos por mês e não se quer renunciar totalmente ao consumo,  a economia de baixo custo não é uma escolha,  mas sim uma obrigação" Por Miguel Ángel García Vega (*) N a Espanha, há 17,1 milhões de pessoas que ganham cerca de 1000 euros brutos por mês. Estamos a falar de 63% da população. Pelo menos é o que garante o Sindicato de Técnicos do Ministério das Finanças (Gestha). Com este dinheiro no bolso, fazê-lo chegar ao fim do mês é uma tarefa digna de Hércules. E, mais do que ir às compras, muitas famílias fazem contas. Portanto, para milhares de espanhóis, comprar um produto é hoje um ato de renúncia. Nesta paisagem cruel, o fenômeno do custo reduzido [low cost em inglês] cresce, reproduz-se e não dá indícios de poder vir a morrer em breve. Pelo contrário. Cada vez ocupa mais espaço social e econômico. Restaurantes, viagens, automóveis,

Olha: Que Coisa !

A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português. A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?". Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "S

Sacadas bestiais do Twitter: O Umbigo

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O UMBIGO     " Leitor do blog que se assina 'Marconi Brasil' deixou  esta pérola de texto em comentário lá postado” ( eduguim)    Por Marconi  Brasil D izem que um dia o homem acordou e, nu, percebeu que seu umbigo havia crescido. Duas semanas depois, o umbigo o devorou.  O umbigo, então, tomou a carreira do homem, sua esposa, seus filhos e seus amigos. Fez três MBAs e abriu uma consultoria. Criou uma nova rede de contatos e perfis em sites de relacionamentos. Pagou jornalistas e jornais para publicarem seus textos. O umbigo ficou famoso.  Contratou mais duas empregadas, três babás e uma secretária particular. Ele deu palestras motivacionais e entrevistas para programas de TV. Passou a frequentar  festas de celebridades e celebrava contratos milionários. Fez amigos em Brasília, Nova Iorque, Londres, Paris e Roma. Para as férias, construiu uma mansão na região da toscana, Itália,

Crônica: Convite ao Silêncio

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P.S. CONVITE AO SILÊNCIO   "Agora eu era o herói E meu cavalo só falava inglês A noiva do cowboy Era você além das outras três..." Por Ilona Hertel * Ainda me lembro de minhas brincadeiras de criança. Não tínhamos muitos brinquedos. Em compensação, as crianças de minha família tinham muitas oportunidades de desenvolver o seu repertório lúdico. No meu caso, como havia muitos livros em nosso redor, brincava com a construção de narrativas, motivada pelas histórias. Era a casinha embaixo da mesa, repleta de filhos e de angústias, entre outras invenções comuns nas novelas que minha mãe lia - e eu também, escondida dela. Havia também as situações do circo, uma vez que minha família, desde muitos antepassados, vinda do Leste Europeu, era de artistas de circo. Brincávamos, minha irmã e eu, de malabarismo, mágica, trapézio nos balanços... Assim, não me lembro de acumular frustrações porque não tinha o brinquedo mais moderno e a boneca mais cara do mercado. Quase tud