Mundo: O drama da fome - Parte 1
Em 2000, a comunidade internacional se comprometeu a reduzir pela metade a fome no mundo, no prazo de 15 anos. Mas hoje já é possível afirmar que esse Objetivo do Milênio dificilmente será alcançado
Por Ulrike Mast-Kirschning
A fome é cruel. O estado de uma pessoa faminta piora em etapas. Quando, no final, o sistema imunológico entra em colapso, a morte chega de forma lenta, acompanhada de uma dor insuportável.
- Cerca de 25 mil pessoas no mundo morrem de fome todos os dias, o equivalente a uma morte a cada três segundos.
"Morte por fome é assassinato", diz o ex-relator especial para o Direito à Alimentação da ONU Jean Ziegler. Em 2000, na Cúpula do Milênio, os líderes de todos os países-membros da ONU decidiram reduzir pela metade, até 2015, a proporção de pessoas afetadas pela fome no mundo. Na época, o número era estimado em 800 milhões. No mesmo período, o número de pessoas consideradas pobres também deveria cair pela metade.
A observação de que principalmente os pobres passam fome e não raro continuam pobres justamente porque padecem de fome crônica foi incluída de última hora no documento final graças à intervenção da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês).
Quatro anos antes do grande balanço final sobre os oito objetivos do milênio, os setores da ONU responsáveis por assuntos econômicos e sociais se mostram cautelosamente otimistas quanto à redução da pobreza. Considerando o ano de referência, 1990, o número de pobres no mundo caiu 40%, conforme recente relatório anual da organização.
- Já o total de pessoas que passam fome subiu para 1 bilhão, "o número mais alto desde o final da Segunda Guerra Mundial", diz Ulrich Post, da Venro, a associação de ONGs da Alemanha.
E isso, afirma Michael Windfuhr, do Instituto Alemão dos Direitos Humanos, apesar de há cinco décadas existir um excedente na produção de alimentos.
Fonte: http://www.dw-world.de
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