Literatura: Como evitar os aduladores, segundo Machiavelli

Lições para o Príncipe(*) segundo Machiavelli

O Rei Sol recebe o Príncipe Eleitor da Saxônia

"O trabalho apenas assusta as almas fracas" 

(Louis XIV, Le Roi Soleil)

Após maldizer uma vez mais o DEMO, com gosto e com vontade, por ter-lhe exilado no século errado (deveria tê-lo feito século passado), torno-me cada vez mais descrente e assim iniciarei uma série de análises e comentários dessa época pré-Dilma, sem bush, sem serra, sem arrudas, sem demétrius (todos em minúsculo por se tratar de nomes impróprios, esclareço), sem gilmar, sem dantas, mas com muito queijo, vinho e, claro, telas geniais.

Ao amigo navegante (imaginário, segundo gilmar dantas - segundo noblat-blá-blá) que de uma forma ou de outra são, no fundo no fundo, um pouco PT da vida, fica aqui o convite.

 

XXIII – De como se evitam os aduladores.

Um príncipe prudente deve afastar-se de aduladores e desconsiderar seus conselhos, é digno de um príncipe buscar a serenidade e a fidelidade dos sábios, mas quando entender que seja necessário. 

Ao príncipe cabe deliberar sobre a verdade, mas não deve demonstrar seu desprazer. 

É de um príncipe prudente compreender e avaliar os conselhos que lhe são dirigidos avalizando o seu conteúdo, e, por fim, acatar ou não. 

XXV – De quanto pode a fortuna nas coisas humanas e de que modo se deve resistir-lhe.

Não é desconhecido que muitos tem tido e tem a opinião de que as coisas do mundo são governadas pela fortuna (sorte) e por Deus, de modo que a prudência dos homens não pode corrigi-las, e mesmo não lhes traz remédio algum - Segundo Machiavelli, a vida humana é determinada metade pela fortuna (sorte) e a outra metade pelo Divino (Deus).

Quando um príncipe se apóia totalmente na fortuna, arruína-se segundo as variações daquela. Em relação aos caminhos que os levam à finalidade que procuram, isto é, glória e riquezas, costumam os homens proceder de modos diversos: 
  • Um com circunspeção com impetuosidade, um pela violência, outro pela astúcia.
Cada um por estes diversos modos pode alcançar aqueles objetivos. Assim, dois agindo diferentemente alcançam o mesmo efeito, e dois agindo igualmente, um vai direto ao fim e outro não. 

Porém o homem circunspeto, quando chega a ocasião de ser impetuoso não o sabe ser, e por isso se arruína. 

Portanto é melhor ser impetuoso do que circunspeto, porque a sorte é como mulher: para dominá-la é preciso combater-lhe (e não violentá-la) e contrariá-la.

Considerações finais

  • Para Machiavelli, um príncipe não deve medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo. 
  • Para Machiavelli, como renascentista que era, quase tudo que veio antes estava errado. Esse tudo deve incluir os pensamentos e as ideias de Aristóteles. Ao contrário deste, Machiavelli não acreditava que a prudência fosse o melhor caminho. A coerência, para ele,  estava contida na arte de governar. 
  • Machiavelli procura a prática.  A execução fria das observações meticulosamente analisadas, feitas sobre o Estado e a sociedade. 
  • Machiavelli segue o espírito renascentista, inovador.  Ele quer superar o medieval. 
  • Machiavelli é, portanto, excludente: quer separar os interesses do Estado dos dogmas e interesses da igreja.
Bibliografia
MACHIAVELLI, Nicolau - O Príncipe, trad. De Livio Xavier - 2a. Ed. São PAulo: Abril Cultural, 1979 (Os pensadores)

(*) O Príncipe - ou um presidente, ou um governador, ou um prefeito, ou qualquer pessoa que tenha responsabilidade sobre outrem.

Comentários

Unknown disse…
Maquiavel comparação de algumas informações de pessoas que vivem e os pensamentos de algumas idéias.
Do cotidiano da mensagem particular da vida não é necessário que você entenda mas para ler...

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