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Crash: Trabalho Interno, a grande tragédia - Por Baixo do Pano

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Inside Job ( Trabalho Interno ) "homens práticos, que se acham isentos de qualquer influência intelectual,   são usualmente escravos de algum economista já falecido ou aposentado". (Sir John Maynard Keynes)  Por Roberto Macedo (*) U m filme ruim só no título . Refiro-me a Trabalho Interno, um documentário sobre a crise financeira que em 2008 eclodiu nos EUA, e que ganhou o último Oscar nessa categoria. O título é tradução inadequada de Inside Job . Ficaria melhor Por Baixo do Pano , pois o filme é centrado em decisões no círculo íntimo do governo, suspeitas em sua legalidade e não convincentemente esclarecidas pelos que participaram delas. Ele é árduo para não economistas e para aproveitá-lo melhor é preciso um mínimo de informações sobre a papelada financeira subjacente à crise. Para estimular o leitor a assistir ao filme inicialmente procurarei sintetizá-las, limitando-me a papéis com origem em financiamentos imobiliários. Também a

MinC: "Blog todo mundo precisa de um milhão"

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N ão bastou o "bolsa-blog" (Confira aqui como "blogueirão progressista" recebeu R$ 1,28 milhão de TV estatal, sem licitação) , concedido generosamente pela TV Brasil ao jornalistazinho de meia-pataca Luis Nassifra - para tirá-lo da pindaíba -, eis que o Ministério da Cultura assalta o povo brasileiro, na calada da noite, com mais uma aberração.  Confira a reportagem publicada ontem pelo Jornal Correio Braziliense : Verba oficial de R$ 1,3 milhão para Maria Bethânia fazer blog gera polêmica “Quero ganhar 1milhao para ter um blog tbm né #MariaBethânia” O Ministério da Cultura aprovou uma verba de R$ 1,3 milhão para a criação do blog “O mundo precisa de poesia”.   Caso o projeto seja aprovado, a cantora baiana Maria Bethânia aparecerá recitando poemas em vídeos diários dirigidos por Andrucha Waddington. Ao todo serão 365 postagens. A informação colocou a cantora Maria Bethânia nos Trending Topics do Twitter e revoltou alguns internautas.  O cantor Lobão s

Retrato: O bicho político brasileiro

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Abaporu - Tarsila do Amaral Político brasileiro: cabeça pequena, mãos e pés grandes.

Visita Obama: O caçador vem à caça

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Suspensão da compra de caças e licitação Obama welcome to Dilma Carlos Eduardo Moreira Valentim A presidente Dilma Roussef já se posicionou no sentido de rever o procedimento da aquisição dos caças pelo governo brasileiro (agora, a compra das aeronaves não será realizada este ano). Por oportuno, importante relembrar que o Planalto se encontrava em negociação avançada com os governos e empresas francesas, suecas e norte-americanas, sendo que, no mandato do ex-presidente Lula, havia nítida preferência pelo caça francês, o Dassault Rafale F3. Há quase um ano, tivemos a oportunidade de nos manifestar, advogando pela necessidade de se fazer presente a devida motivação do ato de contratação, que deve ser o mais transparente possível e levar em conta eventual “valor a maior a ser pago e outros relevantes aspectos de cunho técnico, social e político” . Nessa linha concluímos que aspectos técnicos devem ser marcantes na decisão, como o parecer da FAB exarado em favor da aquisição do caç

Febraban: "Freio no aumento real (?) de salários"

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Ganho real mais distante em 2011 Sindigatos: "Perdoem-nos bancários, mas agora nós somos... governo." S e, em 2010, 90% das negociações acabaram em índices de reajuste iguais aos da inflação, o panorama deve mudar este ano. Os empresários alegam que a economia está desacelerando e deve haver "dificuldade" na conversa com os trabalhadores. Esfriamento da economia - é a palavra de ordem nas odes patronais - deve dificultar as negociações salariais entre patrões e empregados. Ao contrário de 2010, reajustes acima da inflação nem pensar.  Onde já se viu isso? O que é que esses peões estão pensando? Que estamos na Suiça? As negociações salariais entre patrões e empregados não serão nada fáceis neste ano.  Se, em 2010, mais de 90% dos acordos resultaram em reajustes iguais aos da inflação, em 2011, os sindigatos teriam de travar uma verdadeira queda de braço acaso quisessem assegurar algum ganho real. Ocorre que os sindigatunos agora tem outros interesses que não rep

Futebol: Clube dos 13 e TV Goebbels, uma briga de cachorro grande

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A Vênus Platinada mostra os dentes para o Clube dos 13 "Se houvesse alguma honestidade no futebol,  ninguém diria que os jogadores correm atrás da bola.  Pois que todos correm atrás mesmo é do dinheiro" (Tato De Macedo) M uito mais emocionante do que acontece nos gramados é a briga de cachorro grande entre a TV Goebbels e o Clube dos 13 pelo osso das transmissões abertas do Campeonato Brasileiro. É uma pena que a peleja não é transmitida na integra , o que nos impede de acompanhar em detalhes a movimentação dos “times” no campo de seus interesses.  Apesar de ter consultado alguns sites "especializados", confesso que ainda não entendi direito o que pretendem esses dois rottweilers. Parece que tudo começou quando o Clube dos 13 deixou de abanar o rabinho e resolveu mostrar os caninos para a TV Goebbels, macho dominante que controla o canil do futebol tupiniquim há mais de 10 anos. É claro que o Clube dos 13 “não prega prego sem estopa” – como diria minha avó

Dívidas: Os bancos, as contas e as correntes

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Educação financeira                                                                                    "Educação financeira é tão importante quanto o ensino de português,  história, biologia ou matemática" No Brasil, a palavra cidadania ainda não foi inteiramente assimilada por seu destinatário maior: o próprio cidadão. Nela, estão contidos os diversos papéis que o indivíduo assume na vida em comunidade: contribuinte, consumidor, agente político, agente econômico. A educação brasileira ainda não transmite na plenitude as múltiplas facetas que esse conceito embute, já que o termo cidadania entre nós é de uso recente, difundido de maneira mais constante apenas a partir da redemocratização, há 26 anos. Hoje, usa-se, e até abusa-se, do termo, sem que, no entanto, esclareça-se sua densidade. Uma das lacunas situa-se numa vertente essencial ao exercício sadio desse postulado:  a educação financeira.   Não a temos. Não consta dos currículos escolares, nem é objeto, por vezes, d