O crime organizado vota e manda
Ă verdade que o frenesi dos acontecimentos sobrepostos produz novas notĂcias, indagaçÔes, investigaçÔes, polĂȘmicas contraditĂłrias, venenos. Manchetes de escĂąndalos reais ou presumidos tĂȘm o mesmo efeito da mĂĄquina de lavar ou, se preferir, do helicĂłptero. Permanecem os fatos, talvez subestimados, de que aqueles que sofrem - incluindo famĂlia, filhos, pais, avĂłs, amigos, ambiente escolar - carregam consigo um trauma psĂquico; difĂcil apagar o esquecimento. Igualmente tranquilo Ă© que a terra dos embusteiros nĂŁo viva desligada de tantas realidades de ilegalidades mais ou menos generalizadas que afligem as periferias, a começar pelas regiĂ”es que margeiam as metrĂłpoles. HĂĄ quem persista em repetir que estĂĄ tudo sob o estrito controle do crime organizado, elevado Ă conivĂȘncia pelos colarinhos brancos, enquanto o trabalho sujo Ă© confiado aos capangas que matam, atiram, chantageiam, cumprem anos de prisĂŁo, ganham saidinhas, pagam honorĂĄrios advocatĂcios, ajudam os familiares dos presos. Ma