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Mostrando postagens com o rótulo arte e literatura

Jornalismo: um capítulo empolgante

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XXIX Jornalismo   Senhores que dispensam apresentações, creio. "Caríssimos amigos sempre chega a hora de abrir a boca. Assim, a colenda congregação que me conferiu este título honoris causa terá a oportunidade de se arrepender. Um bom amigo me sugeria: ponha por escrito o que pretende dizer. Pus. Assim todos vocês terão a oportunidade de verificar que pronuncio mediocridades tanto de improviso quato por escrito. De todo modo, obrigado. Do fundo do coração. Neste exato instante, gostaria de partir para a exposição de um capítulo empolgante, o qual, apresentado com os adjetivos e os verbos devidos, elevaria gloriosamente o tom deste meu... discurso? Palestra? Alguém sugeriu: aula magna. Aula magna? Quem atravessou a vida e continua necessitando de aulas, magnas e nem tanto, sou eu.  Nem por isso careço de sinceridade e com ela contarei eventos da minha existência de jornalista e ideias que tenho a respeito da profissão, esta na qual vocês me supõem mestre, com infinita generos

Literatura: Curiosidades sobre Fernando Pessoa

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Os deuses vendem quando dão. Compra-se a glória com desgraça. Ai dos felizes, por que são Só o que passa! Baste a quem baste o que lhe basta O bastante de lhe bastar! A vida é breve, a alma é vasta: Ter é tardar. Foi com desgraça e com vileza  Que Deus ao Christo definiu: Assim o oppoz à Natureza E Filho o ungiu. ( "O das Quinas" in Mensagem)                                                            Curiosidades: A personalidade múltipla de Pessoa A personalidade múltipla de Fernando Pessoa, e sua criação de três grandes poetas imaginários, distintos entre si, é o que mais tem surpreendido a todos que se aproximam de sua literatura. Fernando Pessoa criou entidades completas, e não só deu-lhes vida psicológica, mas inventou seus traços físicos, seus pequenos gostos e manias e até fez suas assinaturas. Leia mais: Blog do Fernando Pessoa

Fotojornalismo: Terras de preto

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Fotografia Fotojornalismo O lado de lá Fotos: Ricardo Teles Do Blog Olha, vê Por Juan Esteves S ão Paulo sempre reserva surpresas para quem procura. Mas, as vezes, tem que passar um pente fino, daqueles que enxergam o que a imprensa não vê, ou não se interessa. Ultimamente somente as exposições blockbusters tem espaço na mídia, que só se interessa mesmo por grifes ou melhor, grandes patrocinadores. Fui a convite do Ricardo Teles , um dos maiores fotojornalistas brasileiros da atualidade que conheço, visitar sua exposição “O lado de lá” que fica em cartaz até dia 14 de novembro. Já havia resenhado na minha coluna do Fotosite o belíssimo livro “Terras de Preto” (Adbooks,2004) sobre quilombos e quilombolas pelo Brasil, um trabalho de anos, documentário da melhor qualidade! Teles além de tudo é eclético, antes deste publicou “Saga” sobre a imigração alemã no Rio Grande do Sul, igualmente belíssimo! Há tempos ele vem fazendo a ponte África-Brasil, se engajando em proj

Rede Globo: O Livro Proibido

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A História Secreta da Rede Globo Trata-se de um livro raro, difícil de se achar em livrarias, mas que está disponível gratuitamente na internet. Apresentado pelo jornalista Daniel Heiz, como tese de mestrado Universidade de Brasília em 1983, ”A História Secreta da Rede Globo” aborda o problema da introdução de tecnologias de comunicação no Brasil. O melhor do livro, porém, é a explicação de como a Globo, que foi construída com capital estrangeiro, chegou ao que é. Com um poder tal, que é capaz de fazer presidentes - desde que eles façam acordos que lhe convém. A Globo , se quiser, pode ainda manipular a Bolsa de Valores, interferir nas ações policiais e em CPIs e ainda fazer bandidos e mocinhos. E é óbvio que suas novelas e certos programas de auditório têm sempre o mesmo objetivo: alienar os jovens e destruir a estrutura familar... Opção 1 Servidor Ziddu Opção 2 Servidor Deposit Files Opção 3 Fonte: Baixando na Faixa

Teatro: A Paixão de Oscar Wilde

Dica de teatro Peça mostra lirismo de Oscar Wilde durante período encarcerado Estreia no próximo dia 7 de outubro , quarta-feira, com pre-estreia nesse dia 1º de outubro, quinta-feira, às 21h, a peça A Paixão de Oscar Wilde , baseada no texto premiado pela Academia Brasileira de Letras, assinado por Murilo Dias César. Encenada pelo grupo teatral Zauara – Corpo de Arte, a peça entra em cartaz no Café Concerto Uranus, em São Paulo, com temporada até 26 de novembro . Dirigida por Marcelo Medeiros ( Rapunzel, Jesus Homem ) e Néia Barbosa ( A Violência da Carne, Quarto de Estudante ), a montagem narra o período em que o ícone irlandês Oscar Wilde escreveu a obra De profundis dentro da prisão de Reading. Mostra seu primeiro encontro com Lord Alfred Douglas, o “Bosie”, e os desdobramentos dessa relação tumultuada, que acaba em um tribunal de justiça e com a condenação do dramaturgo. Oscar Wilde passa então a alimentar esse amor como estratégia de sobrevivência à prisão. Murilo Dia

Aniversário: 121 anos de Pessoa

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Cápsulas de Literatura & Realidade: Saramago por Saramago

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Do sujeito sobre si mesmo By José Saramago Como escritor , creio não me ter separado jamais da minha consciência de cidadão. Considero que aonde vai um, deverá ir o outro. Não recordo ter escrito uma só palavra que estivesse em contradição com as convicções políticas que defendo, mas isso não significa que tenha posto alguma vez a literatura ao serviço direto da ideologia que é a minha. Quer dizer, isso sim, que ao escrever procuro, em cada palavra, exprimir a totalidade do homem que sou. Repito: não separo a condição de escritor da do cidadão, mas não confundo a condição de escritor com a do militante político. É certo que as pessoas me conhecem mais como escritor, mas também há aquelas que, com independência da maior ou menor relevância que reconheçam nas obras que escrevo, pensem que o que digo como cidadão comum lhes interessa e lhes importa. Ainda que seja o escritor, e só ele, quem leva aos ombros a responsabilidade de ser essa voz. O escritor , se é pessoa do

Livros: A Maior Flor do Mundo

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Leituras HISTÓRIA DE UMA FLOR By José Saramago Aí pelos começos dos anos 70, quando eu ainda não passava de um escritor principiante, um editor de Lisboa teve a insólita ideia de me pedir que escrevesse um conto para crianças. Não estava eu nada certo de poder desobrigar-me dignamente da encomenda, por isso, além da história de uma flor que estava a morrer à míngua de uma gota de água, fui-me curando em saúde pondo o narrador a desculpar-se por não saber escrever histórias para a gente miúda, a quem, por outro lado, diplomaticamente, convidava a reescrever com as suas próprias palavras a história que eu lhes contava. O filho pequeno de uma amiga minha, a quem tive o desplante de oferecer o livrinho, confirmou sem piedade a minha suspeita: “Realmente”, disse à mãe, “ele não sabe escrever histórias para crianças”. Aguentei o golpe e tentei não pensar mais naquela frustrada tentativa de vir a reunir-me com os irmãos Grimm no paraíso dos contos infantis. Passou o tempo, escrevi

O Caderno de Saramago, o livro do blog

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Caderno de Saramago: o livro do blogue Há que ver as coisas em que se mete este Saramago: pois não é que nos vem agora, na sua idade, com essa cara de homem sério, duro, de pessoa que não está para brincadeiras, com um blogue diário? Será que este homem não tem cura e necessita estar todo o dia maquinando na sua máquina? Outro livro de Saramago? Mas se ainda há tão pouco tempo apareceu “a Viagem do Elefante”, vamos, há tão pouco que ainda anda por aí, inclusive caminha nesta mesma página, e o faz em diferentes idiomas, embora não pareça ter chegado a Viena, donde creio que o querem meter numa ópera, já veremos… Ou seja, este Saramago não pára, escreve à velocidade que outros necessitam para ler, de modo que vamos encontrar-nos de novo, escritor e leitores, por agora em Portugal, a partir de 23 de Abril, Dia Mundial do Livro, em Maio em Espanha nas edições em catalão e castelhano, paulatinamente nos países americanos que se expressam em português e espanhol, e, para depois do Ver

UM NATAL FELIZ

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...a garota foi a primeira a acordar, no amanhecer cinzento do dia de Natal. Sabia que não havia meias penduradas na lareira, e, por um momento, sentiu-se tão desapontada quanto ficara muito tempo antes, quando sua meia caíra com o peso da grande quantidade de doces. Então, lembrou-se da promessa do pai e, deslizando a mão por baixo do travesseiro, retirou um livrinho de capa vermelha. Ela o conhecia bem, pois continha a bela e antiga história da melhor vida que alguém já vivera, certamente um verdadeiro guia para qualquer peregrino que empreendesse uma longa jornada. Seu pai a acordou com um "Feliz Natal" e incentivou-a a ver o que havia sob o travesseiro. Apareceu um livrinho verde, com a mesma figura no lado de dentro e algumas palavras escritas pelo pai, o que tornava o presente muito precioso aos olhos das filhas. Quando suas irmãs acordaram, também acharam seus livrinhos, um cinzento, o outro azul, e todas sentaram-se, olhando para eles e conversando, enq