Mensalão: Parasitas condenados, restam os Tubarões
Tese capital em defesa dos "bandidos da democracia", de que recursos do valerioduto apenas abasteceram caixa eleitoral, caiu por terra.
“A luz do sol ainda é o melhor desinfetante”
(Louis Brandeis - Juiz norte-americano)
Direto da Casa Grande
Com os votos proferidos na tarde desta segunda-feira (01), o Supremo Tribunal
Federal (STF) derrubou a tese de que o mensalão não teria passado de um
simples e inocente esquema de caixa 2 eleitoral.
A justificativa dos gastos de campanha
“não contabilizados” foi usada à exaustão pela cúpula petista e pelos ferozes porta-vozes na dita "mídia progressista", do então presidente "nada vi, nada sei" Sua Exa. Luíz Inácio Lula da Silva (foto à direita, com "aliados históricos", derrotados por antecipação ao pleito municipal paulista em 2012) para explicar os inexplicáveis pagamentos feitos a parlamentares da base aliada com
dinheiro devidamente lavado pelas empresas do publicitário Marcos Valério, lobbysta de longa data que gozava livre trânsito no governo extremo-centrista.
O STF, majoritariamente, descartou a justificativa petista. Embora o
destino do dinheiro do valerioduto não esteja em julgamento e, portanto,
a posição do Supremo não tenha valor formal, a maioria dos ministros
explicitou em seus votos que o esquema tinha como objetivo cooptar
parlamentares de diversos partidos para votar a favor do governo no
Congresso Nacional.
A compra de votos parlamentares com dinheiro do valerioduto inspirou o
ex-deputado, delator e corrupto confesso, Roberto Jefferson (Bob Jeff) a cunhar o termo “mensalão”. Já se pronunciaram oficialmente contra a tese de "caixa 2"
os ministros Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio
Mello, Celso de Mello e o presidente da Corte, Ayres Britto. Um dos ministros chegou até mesmo a colocar em dúvida a "validade legal
das decisões legislativas tomadas mediante suposto pagamento de propina a
parlamentares".
Um outro ministro foi extremamente duro e
criticou a compra de apoio político da base do governo Lula. Ele citou
que os partidos lutam “com unhas e dentes” por recursos do fundo
partidário e que, por essa disputa, seria difícil acreditar na tese de
que partidos ajudem outras legendas.
- “Essa corrupção não visou simplesmente cobrir deficiências de caixa dos diversos partidos envolvidos na espécie, mas sim a base de sustentação para aprovar --sofrendo com isso a própria sociedade brasileira-- determinadas reformas”, afirmou o ministro em referência às reformas tributária e da previdência.
Na mesma linha, o Ministro relator do mensalão, futuro Presidente do Supremo, Dr. Joaquim
Barbosa (foto à esquerda), declarou que a tese de caixa 2 era igualmente insustentável. O argumento de que o dinheiro proveniente do valerioduto
tinha como objetivo pagar despesas de campanha não contabilizadas de
partidos aliados ao PT foi o pilar de toda a estratégia de defesa legal e
política no auge do escândalo, difundida desavergonhadamente pelo PIG - Partido da Imprensa Governista (Confira aqui: "Dissidentes do PiG discutem o PiG").
Toda a guarda pretoriana dos mensaleiros, composta por mais de uma centena de advogados dos acusados, usaram a malograda tese de caixa 2 como
argumento fundamental em suas estratégias de defesa. Na esfera política,
a versão ajudou inicialmente a blindar os caciques petistas, trasnferindo toda
a culpa ao então tesoureiro Delúbio Soares, e, principalmente, serviu
como argumento político na campanha pela reeleição de Lula, em 2006. Ao que parece, Lula foi um excelente aluno de FHC nesta artemanha.
Fato é que o próprio ex-presidente, em entrevista concedida em
Paris, no auge do escândalo, confessou o suposto caixa 2 e em
pronunciamento à nação se disse "traído por companheiros de partido" que
teriam criado o esquema à sua revelia (nada vi, nada sei). Graças à tese do caixa dois foi
impossível criar uma conexão direta entre o Palácio do Planalto e os
saques e repasses feitos a parlamentares e líderes partidários.
- “Vamos aguardar a conclusão do julgamento mas por enquanto se confirma o que o Ministério Público sempre sustentou de que a tese de defesa do caixa 2 não se sustentava e não tinha nenhum respaldo nos autos”, disse o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Este vulgar, mequetrefe e cavernoso blog (mas limpinho, frise-se) também procurou Lula e o @PTNacional para comentar as condenações proferidas pelo STF, mas até o momento não obteve nenhuma resposta.
Deduz-se daí que os governistas não queiram abrir mão da "herança bendita" de Lula. Compreensível.
Fonte: PiG
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