S. Paulo: O caos da imobilidade é reflexo de como as zélites sindicais governam a cidade...

... e o país: de costas para a população.
“Os aumentos nas tarifas de ônibus ocorrem devido ao atual modelo de transporte, que prioriza as empresas em detrimento da população”

Por Lucas Monteiro de Oliveira e Nina Cappello Marcondes (*)

São Paulo vive hoje mais um episódio da crise de mobilidade há anos instalada na cidade.

As grandes manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus - que foi de R$ 2,70 para R$ 3,00 - tem demonstrado a insatisfação dos usuários com a precarização desse serviço público, que se torna mais caro ano a ano, impedindo uma ampla parcela da população de circular pela cidade.

Ao mesmo tempo em que a tarifa e o subsídio pago às empresas aumentam, tem-se ônibus cada vez mais lotados, linhas cortadas, maior tempo de espera nos pontos e dificuldade crescente no deslocamento.

Foi amplamente divulgado nos jornalões da capital sobre um suposto plano de investimentos do prefeito Nunkassab para a construção de vias expressas, visando melhorar o trânsito.

Vemos que a opção da Prefeitura de São Paulo segue a mesma desde Prestes Maia:



  • o gasto de dinheiro público no transporte privado.
Desde 2006, a tarifa aumentou 50%, enquanto a inflação do período foi de 30%. Atualmente, até a parcela de uma motocicleta pode ser mais barata que o gasto mensal com a passagem de ônibus.

Os sucessivos aumentos ocorrem devido ao atual modelo de transporte, que prioriza os lucros das empresas em detrimento das necessidades da população.

É necessário alterar a política de mobilidade urbana, que deve priorizar o transporte coletivo, revertendo o quadro de exclusão dos mais pobres, de congestionamentos quilométricos e de níveis de poluição cada vez maiores. Faz-se urgente a prefeitura assumir a importância desse serviço e torná-lo verdadeiramente público, alterando seu modelo de financiamento.

A partir dessa demanda, surgiu em 2005 o Movimento Passe Livre (MPL), na esteira de um amplo processo de mobilizações em torno do transporte pelo país, que teve seu ápice nas grandes revoltas populares que reverteram o aumento das tarifas em Vitória e Florianópolis.

As manifestações em São Paulo começaram em outubro de 2010, mas foi após a efetivação do aumento que cresceram. No primeiro ato deste ano, dia 13 de janeiro, a PM tentou acabar, pela via da força, com um ato pacífico.

Mas os manifestantes não se intimidaram e reuniram mais de 3.000 pessoas na avenida Paulista na semana seguinte, e um número ainda maior no dia 27 de janeiro, quando seguiram até a Câmara Municipal.

A pressão sobre os vereadores resultou na convocação de uma audiência pública com o secretário de Transportes, Marcelo Branco.

Dia 12, sábado passado, os manifestantes lotaram a audiência para questionar o secretário Branco sobre o aumento de tarifa. Foi assumido o compromisso de abrir um espaço de negociação entre o movimento e o Poder Executivo.

Sabemos que a negociação, por si só, não revogará o aumento. Por isso, a nossa mobilização continuará crescendo e dia 17 iremos à prefeitura para pressionar NunKassab.

Faz-se urgente um novo modelo de transporte, que o considere como um direito. Afinal, se devem ser desembolsados R$ 6 para o acesso a educação, saúde e cultura, esses direitos também ficam restringidos.

(*) Lucas Monteiro de Oliveira - Professor de História, e Nina Cappello Marcondes, 21, estudante de direito na USP, são militantes do Movimento Passe Livre (MPL).

Fonte: Passe Livre

Comentários: Este bloguista é prova inconteste de que os governos petralhas não governam; desgovernam, pois que para se deslocar de sua residência ao local de trabalho, localizado a 12 km de distância, leva de 2  a 3 horas. Significa dizer que demorará menos tempo indo a pé.

Parabéns cidadãos e eleitores chuiços, vocês tem o governo que merecem.

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