Política: Partido do Me Dei Bem cobra a fatura do governo

FATURA DO PMDB APÓS APOIAR MÍNIMO INCLUI BANCOS OFICIAIS
PMDB mostra fatura por fidelidade à aprovação do Salário Miséria aprovado na Câmara: cargos em bancos e estatais

Por João Domingos e Eugênia Lopes

Partido (do me dei bem), que não teve nenhuma dissidência na votação do salário mínimo de R$ 545, aprovado na madrugada de ontem na Câmara, quer garantir diretorias na Caixa e no Banco do Brasil e ganhar postos de comando na Funasa, Petrobrás, Furnas e Itaipu

A fidelidade de toda a bancada do PMDB à presidente Dilma Rousseff na aprovação do salário mínimo de R$ 545 pela Câmara teve um preço (caro ao Brasil). O partido voltou a cobrar a nomeação de afilhados da legenda no segundo escalão do governo, principalmente aqueles que já estavam pré negociados, mas foram adiados pela presidente até a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado e da votação do salário mínimo. O alvo prioritário do PMDB, agora, são os bancos oficiais.

A presidente Dilma Rousseff e o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) foram lembrados que o PMDB aguarda a nomeação do ex-ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) ou do ex-governador José Maranhão (Paraíba) para a diretoria de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal (CEF).

De acordo com informações de bastidores do governo, Palocci respondeu aos peemedebistas dizendo que o pleito será atendido nos próximos dias. Bastam alguns ajustes com a presidente, até porque o PMDB chega a ter até três candidatos para um único cargo, como é o caso dessa diretoria da Caixa.

O PMDB do Paraná corre por fora e tenta emplacar o nome do ex-deputado Rocha Loures (PR) para a mesma diretoria, de Loterias. Loures foi candidato a vice na chapa de Osmar Dias (PDT), derrotado pelo tucano Beto Richa na disputa pelo governo do Estado. Dias deve assumir uma diretoria da Itaipu Binacional.

Ele chegou a lutar pela presidência da binacional, mas Dilma decidiu manter o atual presidente, Jorge Samek. Osmar Dias deu o azar de ser do PDT, que saiu chamuscado da votação do mínimo por ser o partido da base com o maior número de dissidentes.

A diretoria de Governo do Banco do Brasil está prometida para o ex-governador Orlando Pessuti (PR), que atendeu aos apelos da então candidata Dilma Rousseff e não disputou à reeleição, deixando a vaga para Dias.

Funasa. Em outra frente, o partido insiste na indicação de Ruy Gomide para a presidência da Fundação Nacional da Saúde (Funasa).

Para a Petrobrás o PMDB tem dois pedidos: a manutenção de Jorge Luiz Zelada para a diretoria Internacional e de Paulo Roberto da Costa para a diretoria de Abastecimento.

No pacote de reivindicações entregue ao governo, o PMDB incluiu o nome do ex-deputado mineiro Marcos Lima para uma diretoria de Furnas. Lima, que é afilhado dos deputados Newton Cardoso e Leonardo Quintão, foi ao plenário da Câmara na quarta-feira e ajudou pessoalmente no convencimento de parlamentares do PMDB a votar pelo mínimo de R$ 545.

O PMDB mineiro quer ainda a nomeação de Sérgio Dâmaso diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Ele é o superintendente do órgão em Minas.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), que na votação do mínimo chegou a antecipar em discurso a fidelidade dos 77 deputados - e depois confessou que o fez com um frio na barriga -, pode ter garantido a manutenção de Elias Fernandes na diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Mas o PSB ainda quer tomar a direção da autarquia do PMDB.

Entre os peemedebistas, o comentário ontem na Câmara era de que a decisão do partido de votar 100% na proposta de R$ 545 fez parte de uma operação para fortalecer Henrique Alves. Nas últimas semanas ele havia trombado com Dilma pela defesa que fez dos cargos do segundo escalão para o PMDB. Ainda de acordo com peemedebistas, a votação serviu de recado à presidente. Da mesma forma que votaram a favor de um projeto, os 77 deputados podem votar contra, caso fiquem descontentes.

PAGAMENTO AO PMDB PELOS R$ 545,00

  1. Henrique Meirelles - Vai comandar a Autoridade Pública Olímpica
  2. Geddel Vieira Lima - Indicado para a vice-presidência de Governo e de Loterias da Caixa. A vaga é disputada com o ex-governador da Paraíba José Maranhão
  3. Orlando Pessuti - Ocupará a vice-presidência de governo do Banco do Brasil
  4. Sérgio Dâmaso - Ligado ao PMDB mineiro, é o nome para o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)
  5. Marcos Lima - Ex-deputado mineiro indicado para uma diretoria de Furnas
  6. Jorge Luiz Zelada - Continuaria à frente da Diretoria Internacional da Petrobrás
  7. Paulo Roberto da Costa - Quer ficar no comando da diretoria de Abastecimento da Petrobrás
  8. Ruy Gomide - Coordenador regional da Funasa em Goiás, deve assumir a presidência do órgão
  9. Elias Fernandes - Pode ser mantido na diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs)
Fonte: O Estado de S. Paulo - 18/02/2011

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