O "jeito" Serra de governar
Uma demissão que fere a democraciaPor Gabriela Laurentis e Rui Tresso
A reitora da USP, Suely Vilela, demite diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade. Uma ilegalidade no mínimo.
O que a reitoria classificou como invasão o funcionário entende como “um ato legitimo”. No qual ele, junto com outros trabalhadores da USP, entrou na biblioteca da FAU, para conversar com os funcionários e convocar para a greve.
Brandão explica que “o diretor da faculdade acusou ele e os outros funcionários de colocar em risco os trabalhadores e o acervo da biblioteca”.Ruy Braga se revolta:“Na verdade trata-se de uma política que busca criminalizar os movimentos sociais. Essa política, anti-sindical e antidemocrática, foi muito adotada durante o governo de FHC, e agora foi retomada por Serra.”
Flavia Vale, estudante do curso de ciências, diz que “a demissão é um ataque à categoria de trabalhadores da USP e seu sindicato”. Claudionor Brandão luta desde 1988 pela construção de uma universidade pública, gratuita e de qualidade no Brasil. A partir de 9 de dezembro estudantes, trabalhadores e intelectuais vêm se posicionando contra a demissão de Brandão e organizando campanhas pela readmissão imediata.
Como a assembléia realizada pelo Sintusp, dia 10, na qual os trabalhadores votaram paralisação na terceira-feira, 16 de dezembro, e um abaixo-assinado que já conta com apoio de pessoas por todo o país e no exterior. Entre eles estão os professores Franklin Leopoldo e Silva, da faculdade de Filosofia da USP; Ricardo Antunes, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp; e Régis Michel, conservador-chefe do Departamento de Artes Gráficas do Museu Louvre na França.
Também assinaram organizações internacionais como o Sindicato de los Trabajadores de Luz y Fuerza de La Paz (Bolívia) e Asociación de Profesores Universitarios del Hospital Larcade de San Miguel (Argentina).
A assessora de imprensa da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, logo após a demissão, ligou para o sindicato e informou que o ministro Paulo Vannucchi se diz “preocupado com a situação e pediu para ser informado de todos os fatos”. Como diz Brandão “a demissão não é um ataque individual e sim, uma tentativa por parte da reitoria de neutralizar as movimentações na universidade”.
A reitoria passa um recado para funcionários, estudantes e professores: não serão aceitas medidas que abalem a “paz” e a “normalidade” da universidade. “A demissão de Brandão, por motivos políticos, fere os direitos democráticos da livre manifestação sindical”, diz a estudante Flavia Vale.
Para assinar o documento pela readmissão:
contraademissaodobrandao@yahoo.com.br
Comentário: Enquanto isso, José Serra, o ganhador por antecipação do Troféu Canalhas 2008 -- dado ao governante, leniente e prevaricador do ano. Veremos, certamente, até a campanha política de 2010, se ele conseguirá inventar argumentos para justificar sua omissão, truculência e suas irresponsabilidades como governante.
A reitora da USP, Suely Vilela, demite diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade. Uma ilegalidade no mínimo.
Chega o fim do ano. Na Universidade de São Paulo, USP, poucos estudantes podem ser vistos. Nesse momento a reitora Suely Vilela anuncia a demissão de Claudionor Brandão, funcionário da universidade há 21 anos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Sintusp, e representante dos trabalhadores no Conselho Universitário.
Em 21 de setembro de 1987 Brandão começou a trabalhar na USP como técnico de refrigeração e ar condicionado. Menos de um ano depois, em 20 de agosto de 1988, se envolveu com a luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores. Brandão explica que “foi durante a preparação de uma greve na universidade”.
No documento divulgado pelo Sintusp, os trabalhadores explicam que ‘’é natural que a demissão ocorra no mês de dezembro, já que é o mês de férias”, e se revoltam:“Isso nos remete aos piores momentos da ditadura militar.”
O professor Ruy Braga, do departamento de história, afirma que “a demissão representa um claro ataque ao movimento sindical brasileiro”.
Claudionor Brandão tem grande importância para a universidade, Ruy Braga diz que “ele é uma das mais destacadas lideranças sindicais da USP”. Brandão merece o respeito e a confiança de funcionários, professores e estudantes. Exatamente por seu prestigio e sua grande atuação, Brandão se tornou uma figura “perigosa” para a universidade, e no dia 9 de dezembro foi informado de sua demissão. A acusação principal é que teria participado de uma “invasão” da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP durante a greve de 2005.
O que a reitoria classificou como invasão o funcionário entende como “um ato legitimo”. No qual ele, junto com outros trabalhadores da USP, entrou na biblioteca da FAU, para conversar com os funcionários e convocar para a greve.
Brandão explica que “o diretor da faculdade acusou ele e os outros funcionários de colocar em risco os trabalhadores e o acervo da biblioteca”.Ruy Braga se revolta:“Na verdade trata-se de uma política que busca criminalizar os movimentos sociais. Essa política, anti-sindical e antidemocrática, foi muito adotada durante o governo de FHC, e agora foi retomada por Serra.”
Flavia Vale, estudante do curso de ciências, diz que “a demissão é um ataque à categoria de trabalhadores da USP e seu sindicato”. Claudionor Brandão luta desde 1988 pela construção de uma universidade pública, gratuita e de qualidade no Brasil. A partir de 9 de dezembro estudantes, trabalhadores e intelectuais vêm se posicionando contra a demissão de Brandão e organizando campanhas pela readmissão imediata.
Como a assembléia realizada pelo Sintusp, dia 10, na qual os trabalhadores votaram paralisação na terceira-feira, 16 de dezembro, e um abaixo-assinado que já conta com apoio de pessoas por todo o país e no exterior. Entre eles estão os professores Franklin Leopoldo e Silva, da faculdade de Filosofia da USP; Ricardo Antunes, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp; e Régis Michel, conservador-chefe do Departamento de Artes Gráficas do Museu Louvre na França.
Também assinaram organizações internacionais como o Sindicato de los Trabajadores de Luz y Fuerza de La Paz (Bolívia) e Asociación de Profesores Universitarios del Hospital Larcade de San Miguel (Argentina).
A assessora de imprensa da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, logo após a demissão, ligou para o sindicato e informou que o ministro Paulo Vannucchi se diz “preocupado com a situação e pediu para ser informado de todos os fatos”. Como diz Brandão “a demissão não é um ataque individual e sim, uma tentativa por parte da reitoria de neutralizar as movimentações na universidade”.
A reitoria passa um recado para funcionários, estudantes e professores: não serão aceitas medidas que abalem a “paz” e a “normalidade” da universidade. “A demissão de Brandão, por motivos políticos, fere os direitos democráticos da livre manifestação sindical”, diz a estudante Flavia Vale.
Para assinar o documento pela readmissão:
contraademissaodobrandao@yahoo.com.br
Comentário: Enquanto isso, José Serra, o ganhador por antecipação do Troféu Canalhas 2008 -- dado ao governante, leniente e prevaricador do ano. Veremos, certamente, até a campanha política de 2010, se ele conseguirá inventar argumentos para justificar sua omissão, truculência e suas irresponsabilidades como governante.
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