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BB e Caixa ganham carta branca para comprar bancos


Da Ag Reuters - Os dois grandes bancos públicos de varejo do país ganharam autorização do governo para comprar ações de instituições financeiras privadas, mas o ministro da Fazenda negou que bancos no país possam estar à beira de um colapso.

De acordo com a medida, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal poderão adquirir participações em instituições financeiras privadas, incluindo empresas de previdência.

Em outra iniciativa para viabilizar a injeção de liquidez em setores com dificuldades, o governo também liberou a Caixa para criar uma empresa que atuará como um banco de investimentos, podendo adquirir participação acionária em outras empresas.

As medidas foram adotadas por meio de uma Medida Provisória publicada nesta quarta-feira. Ao detalhar as mudanças, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que elas visam criar novas alternativas de liquidez para o mercado e negou que haja bancos no Brasil sob risco de quebrar. (um aparte, a Nossa Caixa corre, sim, sérios riscos, basta verificar o seu último balanço, e os resultados do 3º trimestre)

"Não tem banco quebrando", disse Mantega durante entrevista.

"O sistema financeiro brasileiro está sólido, é um dos mais sólidos do mundo. O que nós estamos fazendo é criando um conjunto de alternativas e instrumentos para viabilizar a liquididez necessária para não interromper (o ritmo de atividade da economia)."

Segundo Mantega, o governo não determinará ao Banco do Brasil --que tem ações em bolsa-- e à Caixa as instituições financeiras que deverão ser adquiridas, e caberá aos bancos em dificuldades tomar a iniciativa de negociar uma possível venda.

O vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Mendes, afirmou que não avalia, no momento, a compra de nenhuma instituição privada.

O BB segue avaliando a incorporação de duas instituições estatais, o Banco de Brasília (BRB) e o Nossa Caixa, este último controlado pelo governo do Estado de São Paulo.
"Não há qualquer negócio em gestação, nenhuma oferta, nenhuma procura. Não estou examinando a compra de nenhum banco além dos que já estão anunciados há meses", disse o executivo.

As ações do Banco do Brasil tinham queda de 9,82 por cento, quando o circuit breaker foi acionado na Bolsa de Valores de São Paulo (meados de outubro), quando o principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa, caiu mais de 10 por cento.

COMPRA TEMPORÁRIA
As compras de participação em instituições financeiras pelos bancos públicos poderão ser operações temporárias, segundo avaliou Mantega.

"Não é uma medida permanente, depois de restabelecidos o crédito e a liquidez, as instituições poderão ser revendidas no mercado", afirmou.

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) criticou a medida. A entidade classificou como "estatização" a autorização concedida pelo governo ao BB e à Caixa e disse que o processo é um retrocesso.

"A estatização nunca se mostrou caminho eficiente para as economias", afirmou o presidente da entidade, Abram Szajman, em nota. (aparte, por acaso seriam socialistas os governos britânicos, americanos, alemão, francês, etc ao salvarem os bancos? Santa ignorância de comedores de banana.)

A Austin Ratings, uma agência de classificação de risco de crédito que acompanha mais de 40 ratings de bancos, teve opinião oposta à da Fecomercio.

Em nota, a agência considerou positiva a medida anunciada. "Entendemos que a publicação (da medida) é uma ação complementar às medidas já adotadas pelas autoridades monetárias do país, no sentido de ampliar a liquidez de recursos no sistema financeiro".

CONSTRUÇÃO CIVIL
Mantega afirmou, ainda, que a autorização para que a Caixa atue como banco de investimentos visa especificamente liberar o banco para investir no mercado de construção civil.

"O governo tem dado uma importância grande ao setor imobiliário brasileiro", afirmou. "Essa medida vem no sentido de reforçar esse setor para que ele continue tendo esse desempenho que vem tendo nos últimos dois anos. Para isso, a Caixa estará habilitada a ter participação acionária nas empresas construtoras".

Segundo Mantega, será criada uma entidade chamada de CAIXA-Participações, a exemplo da BNDES-Par, subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que pode ter participação acionária em empresas.

A MP também autorizou o Banco Central a realizar trocas de reais por outras moedas com bancos centrais de outros países.

O presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que, na avaliação da autoridade monetária, haveria bancos centrais de países de moeda forte com interesse em realizar essas trocas.
"Mas, de novo, é uma faculdade legal. Vai depender em primeiro lugar de haver algum interesse do Brasil, e depois interesse de outra parte", afirmou a jornalistas.


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