Ô Bicho da Peste !
A Peste Emocional na Republiqueta do Oba-oba-lula-le-lê
Foto: o bicho político nos braços da militontância paga pelos contribuintes.
Política não é a arte do possível,é a ciência do inacreditável.
Os grupos de campesinos, quando se perdiam nas florestas americanas, tentavam reencontrar o caminho que tinham seguido anteriormente para, partindo de terreno conhecido, voltarem a fazer incursões no desconhecido.
Para
isso não constituíam partidos políticos; não
realizavam debates intermináveis sobre as regiões que
não conheciam; não se hostilizavam mutuamente nem
exigiam permanentemente, uns dos outros, que elaborassem programas
para a sua fixação.
Agiam de
acordo com os princípios naturais da democracia do trabalho:
faziam um esforço conjunto para regressar a terreno conhecido,
e a partir daí, avançar de novo.
Quando
um vegetoterapeuta, ao tratar um doente, perde-se num
labirinto de reações irracionais, ele não pode
começar a discutir com seu paciente "existência ou
não-existência de Deus".
Ele - o
vegetoterapeuta - não se torna neurótico ou
irracional, mas revê a situação e procura formar
um quadro lúcido do curso anterior do tratamento. Ele regressa
ao último ponto da evolução, em que ainda
possuía ideias claras sobre o curso do tratamento.
Todo ser
vivo tenta naturalmente descobrir e eliminar as causas da catástrofe
em que se vê envolvido. Decerto não repetiria os mesmos
erros que produziram a catástrofe.
É
este, em essência, o processo de vencer as dificuldades através
da experiência. Mas o nosso bicho político está
muito distante destas reações naturais.
Não
é absurdo dizer que faz parte da natureza do bicho político
nada aprender com a experiência, senão vejamos:
_ A
monarquia austríaca desencadeou a Primeira Guerra Mundial, em
1914. Na época combateu de armas na mão os democratas
americanos. Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, apoiou-se nos
estadistas americanos para reivindicar a restauração da
dinastia dos habsburgo, com o suposto fim de "evitar" novas
guerras. Isto é um disparate político irracional.
_ Na
Primeira Guerra Mundial, em 1914, os italianos eram "amigos e
aliados" dos americanos. Porém, na Segunda Guerra
Mundial, em 1942, eram inimigos mortais; e, em 1943, "amigos"
novamente.
_ Ainda
na Primeira Guerra Mundial, em 1914, os italianos eram "inimigos
mortais" dos alemães, por assim dizer "inimigos
hereditários" desde tempos remotos. Entretanto, na
Segunda Guerra Mundial, em 1940, tornaram-se irmãos de
sangue, novamente com base na hereditariedade para, em 1943,
voltarem a ser inimigos mortais.
Na
próxima, provavelmente última, é de se supor que
alemães e franceses terão passado de ancestrais
inimigos raciais a ancestrais amigos raciais.
Isto é
a peste emocional.
Algo
como um Copérnico afirmou, no séc XVI, que a Terra gira
ao redor do Sol; um de seus discípulos afirmou no séc
XVII que a Terra não gira ao redor do Sol; e um discípulo
deste declarou, no séc. XVIII, que ela gira ao redor do Sol.
Mas, no século XX, os astrônomos afirmam que tanto
Copérnico como os seus discípulos tinham razão,
pois que a Terra gira ao redor do Sol, mas ao mesmo tempo está
parada - a depender do ponto de vista do observador.
No caso
de Copérnico, pensou-se logo em recorrer à fogueira.
Mas nas no caso de um bicho político que faz crer à
população os disparates mais inacreditáveis,
assim como aquele que em 1940 considerava verdadeiro exatamente o
contrário do que considerava em 1939, acontece também
com algumas dezenas de milhares de pessoas no Brasil do lulopetismo,
que imprime um capitalismo de quadrilhas sob o manto sagrado de uma
imaginária ascensão social.
Recentemente
um jornal de grande circulação estampou na primeira
página; “Estamos todos loucos”. E estão
mesmo. Perderam completamente seu referencial e concluem
equivocadamente tratar-se de um milagre.
- Não se trata de um milagre, trata-se de um truque, de uma manipulação midiática.
É
de regra, no domínio da ciência - e não da arte -
não se elaborar teorias novas quando se podem utilizar as
antigas, em voga. Mas as velhas teorias se revelaram insuficientes ou
erradas, costumam-se estudar os erros cometidos, criticar a velha
teoria e desenvolver pretensas novas concepções com
base nos novos fatos conhecidos.
Ocorre
que o bicho político não procede, não raciocina,
de modo assim tão natural como supõe o academicismo
descolado da realidade.
Por mais
fatos novos que se venham a acrescentar aos anteriormente conhecidos,
por mais erros que se tenham cometidos, as velhas teorias subsistem
apenas como chavões e os novos fatos vão sendo
escamoteados, desprezados, como ilusões.
Tanto na
Europa, como na América, África, Ásia ou Oriente
Médio, as formalidades do sistema democrático
representativo desiludiram milhões de pessoas possibilitando
deste modo o advento de ditaduras sanguinárias de orientações
as mais diversas, da esquerda à direita, das religiosas às
laicas.
O
bicho político - pretensamente democrático -
esquece de voltar aos pontos de partida dos princípios
verdadeiramente democráticos, de corrigi-los de acordo com as
transformações radicais que ocorrem na vida social, de
torná-los novamente úteis.
No
entanto, organizam-se votações sobre formalidades,
exatamente as mesmas formalidades que destronaram-nos de modo tão
inglório.
Queres
a paz? Prepara-te pois para a Guerra
Pretende-se
planificar, imaginar e submeter a voto sistemas de paz como se paz
pudesse ser imposta por decreto. Claro está que se recua
diante dos mesmos sistemas de paz, ainda antes de iniciar sua
planificação. Os elementos básicos da paz e da
cooperação humana estão fisicamente presentes
nas relações de trabalho - e não necessariamente
de emprego - entre os homens.
É
a partir deles que dever-se-ia desenvolver processos que assegurassem
a paz. Esses processos não são "introduzidos",
assim como o médico não "introduz" uma "nova
saúde" num organismo mortalmente doente. Ele procura tão
somente descobrir quais os elementos de saúde que existem
ainda espontaneamente no organismo doente. Depois de os ter
encontrado, utiliza-os para travar o processo da doença.
O mesmo
se passa com o organismo social doente se for abordado do ponto de
vista sócio-psicológico e não de pseudo-ideias e
programas políticos carcomidos, pasteurizados por cientistas
políticos e empacotados por marqueteiros.
Só
é possível desenvolver condições de
liberdade já existentes e eliminar obstáculos que se
opõem a esse desenvolvimento. Mas isso deve ser feito
organicamente.
Não
se pode dotar um organismo social doente de liberdades garantidas
apenas por leis - ficções jurídicas que atendem
a um projeto criminoso de perpetuação no poder pela
mais nefasta facção mafiosa incrustada na Republiqueta
Monarquista do Oba-oba-lula-lelê.
É
a política a arte do possível ou a ciência do
inacreditável?
Talvez, alguns traços de Mário de Andrade possa-nos ajudar a melhor compreender os compassos destas lástimas:
Talvez, alguns traços de Mário de Andrade possa-nos ajudar a melhor compreender os compassos destas lástimas:
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