Marajás do Banco do Brasil: Aposentadorias de 70 executivos alcançam R$ 1 bilhão

 Foto: Executivos do Banco do Brasil, bem no alto.

"Se essa decisão for levada adiante, 
os 70 executivos beneficiados pela medida
 causariam um impacto estimado em 1 bilhão de reais no balanço do BB."

Direto da Redação
A exigência para que o Banco do Brasil (BB) estabeleça um teto no valor das aposentadorias pagas a seus executivos provoca uma disputa interna no governo que põe de um lado os ministérios da Fazenda e do Planejamento e, de outro, o da Previdência. O motivo é que o órgão regulador dos fundos de pensão, a Superintendência de Previdência Complementar (Previc), determinou que os benefícios pagos à alta cúpula do BB não ultrapassem 30.000 reais mensais. O banco aceita colocar um teto para as aposentadorias, mas tomando como referência o salário de um diretor da instituição, que hoje está em 45.000 reais por mês.

Para a Previc, se o BB quiser pagar aposentadorias maiores para seus executivos, é a própria instituição financeira - e não sua caixa previdenciária, a Previ - que deve assumir a diferença. Assim, os cerca de 118.000 funcionários, aposentados e pensionistas associados ao plano de benefício definido do banco ficariam livres de arcar com essa conta.

O órgão ainda sugere que o BB assuma a diferença dos cerca de 70 benefícios que foram pagos acima do que seria esse teto nos últimos cinco anos. Se essa decisão for levada adiante, teria um impacto estimado em 1 bilhão de reais no balanço da instituição financeira.

Briga interna - Com o impasse, os ministérios aos quais esses órgãos estão vinculados acabaram entrando na disputa. De um lado, o Ministério da Previdência apoiou a decisão da Previc. De outro, a Fazenda e o Planejamento ficaram ao lado do BB.

Caso se aposentassem hoje com esses salários e o teto estivesse em vigor, os rendimentos dos altos executivos seriam reduzidos em cerca de 20.000 reais mensais. Há aproximadamente 30 dirigentes que reúnem condições de se aposentar ou que podem pedir o benefício nos próximos anos.

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB), apoia a decisão do presidente da Previc, José Maria Rabelo, que, segundo fontes, não pretende voltar atrás da decisão. Rabelo disse a pessoas próximas que “não há força que o faça voltar atrás porque está seguro em relação à autoridade da instituição que comanda”. Garibaldi tem afirmado que a solução final implicará na adoção, por parte dos diretores do banco, de um “espírito de renúncia”.

O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), segundo o jornal O Estado de S. Paulo, chegou a aconselhar o ministro a demitir Ravelo, comprando a briga pelo lado do BB. Contudo, o ministro Garibaldi teria respondido que concorda com o presidente da Previc. No ministério, a avaliação é de que se Rabelo não conseguir fixar o teto, ele mesmo pedirá para sair do cargo.

Já os ministérios da Fazenda e do Planejamento apoiam o banco. Nos bastidores, o que se comenta é que Rabelo estaria dedicando toda sua gestão à definição do teto como vingança por ter sido demitido pelo atual presidente do BB, Aldemir Bendine, quando este assumiu o comando do banco. Rabelo se aposentou em agosto de 2008, mas continuou no Banco do Brasil como vice-presidente até abril de 2009, acumulando as duas rendas.

Prazo - A Previc havia determinado que o teto fosse colocado em prática até semana passada, sob pena de intervir na Previ, maior fundo de pensão da América Latina e o 25º do mundo. O fundo havia pedido a prorrogação do prazo por quatro meses.

A imposição do teto repercutirá diretamente na aposentadoria dos atuais dirigentes do BB:
  • Os atuais dirigentes - incluindo o atual presidente Aldemir Bendine, vice-presidentes e diretores - ganham, em média, a bagatela de 52.000 reais por mês.

O impasse foi levado à Advocacia Geral da União (AGU), que já emitiu dois pareceres sobre o tema, mas ainda analisa a questão. Os documentos sigilosos, os quais o jornal teve acesso são usados pelas duas partes para justificar seus pontos de vista. Na prática, a AGU está numa saia justa porque precisa defender a Previc, como autarquia do governo, embora tenha afirmado nos documentos que a mudança na remuneração é “inquestionável””. 

(com Estadão Conteúdo)

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