Você se pergunta o porquê da inflação divulgada pelo governo do PT ser tão inferior daquela sentida pelo seu bolso, não é? Eu explico:

O embuste da inflação anualizada informada pelas autoridades

Imagine, você, caro amigo navegante, um kg de tomate que custava em janeiro R$ 3,00 e tenha sofrido um reajuste de preço de 10%. 

O seu preço passou a ser, então, de R$ 3,30, em fevereiro.
  • Para efeito de cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o aumento considerado foi de 10%, certo? Certo.
Pois bem, esse mesmo produto sofreu uma nova correção no preço em 5%. Ele custava R$ 3,30 em fevereiro e passou a custar  R$ 3,47, em março. Vem a autoridade monetária e divulga a boa nova: "tomate teve uma queda de 50% no seu preço"; a mídia fica eufórica, comemora, oba, oba! Inflação está sob controle, não é isso?
  • Para efeito de cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o aumento anualizado (a soma das inflações mensais) será de 15%, certo? Errado.
Note, querido amigo navegante, que o preço inicial era de R$ 3,00 e passou a R$ 3,47, aumento real de 15,67%, portanto, ok?

No mês de abril, entretanto, o danado do tomate - em razão de eternos problemas de gestão de sua sazonalidade - sofreu um abrupto aumento de 30%, em relação ao mês anterior e passou a valer R$ 4,51. As autoridades monetárias informam que o tomate teve pequena elevação de preço; a mídia eufórica, comemora, oba, oba! Preço do tomate subiu, mas impacto na inflação é insignificante, não é isso?
  •  Para efeito de cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o aumento anualizado (a soma das inflações mensais) passou a ser de 45%, certo? Errado.
Quero crer que o esperto amigo navegante já percebeu o embuste. Em realidade o aumento do preço do tomate de janeiro a abril foi, pasme, de 50,33% (passou de R$3,00 para R$ 3,47). E assim, sucessivamente, até completar o período de 12 meses, a diferença entre o índice divulgado e o aumento real é colossal.

Poxa vida, bloguista vulgar, você tem razão. Por que isso ocorre?

Simples, as autoridades monetárias usam do artifício do cálculo percentual simples e não composto. Ao final do período, informarão um índice de inflação muito menor que o índice real. É o bom "me engana que eu gosto".

Esse princípio vale para toda a cesta de preços que compõe os índices de inflação.

Além de mascarar a realidade, essa manobra esperta permitirá às entidades sindicais (sabedoras disso, tenha certeza) reajustar os salários em índices infinitamente menores em relação à inflação real e dizer aos quatro cantos do mundo que obtiveram uma nova 'conquista histórica'; um 'aumento real', que de real nada tem.

Um embuste que só os parvos engolem.

Fora PT!

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