Revolution: Lenin não morreu, diz Vermelho [de Vergonha].org

 "Alienados do Brazil, uni-vos"

Direto do Mausoléu
Segundo ele, a obra de Maiakovski é lida e traduzida no mundo inteiro, e a Grabois – junto com a editora Anita Garibaldi, e com a dedicação de Zoia Prestes, que traduziu o poema, e Mazé Leite, que o ilustrou – tem a felicidade de oferecer esta bela peça para a literatura brasileira.

– Conhecido como o Poeta da Revolução, Maiakovski é tido por muitos como um dos maiores poetas da língua russa, e também é conhecido como um dos fundadores da poesia moderna. Estamos felizes em poder contribuir trazendo para os brasileiros este belo poema – explicou.

Adalberto também frisou que “oferecer uma obra de Maiakovski por si já é uma grande contribuição. Mas, este livro possui uma singularidade, é um livro-poema que o autor escreveu, em 1924, por ocasião da morte de Lênin, e embora tenha sido escrito sob o impacto da morte de Lênin, não é um poema triste, é um canto de louvor a Revolução Russa de 1917 e as realizações dos trabalhadores e do povo soviético”.

Em entrevista, Zoia Prestes externou a importância da tradução da obra do russo para o português. Segundo ela, “traduzir Maiakovski foi um desafio enorme, nunca traduzi poesia, ainda mais de um autor que admiro tanto. E essa tradução traz para a literatura brasileira, além do seu valor cultural e artístico, um poema que retrata um personagem histórico, um líder de uma Revolução, que pôs no debate questões que ainda hoje estão na ordem do dia. Ou seja, este poema também contribuirá para o entendimento da história e dos desafios que ainda temos que superar”.

Jeosafá Fernandes Gonçalves, doutor em Literatura, parabenizou a iniciativa da Fundação Maurício Grabois e da Editora Anita Garibaldi.

– Acredito que a língua portuguesa ganha, se enriquece, e os leitores e leitoras amantes da literatura, da poesia, passarão a ter acesso a essa bela obra, que até então só possuía alguns trechos traduzidos – salientou.

Segundo ele, mesmo com quase 100 anos, a obra de Maiakovski é atual e nos convida a refletir sobre as questões do nosso cotidiano.

– Em seus versos ele sempre dialogou com o futuro, sempre conversou com as gerações futuras. Percebemos em sua obra uma convicção de que ela resistiria ao tempo, iria vencer o desafio do tempo – explicou Jeosafá Fernandes, que também é escritor.

Ainda durante a sua fala, Jeosafá afirmou que o livro deve ser divulgado em todo país, deve compor as bibliotecas das escolas.

– Os jovens precisam ter contato com esta literatura, que se, por um lado, tem uma riqueza poética, por outro, contribuirá para o entendimento de questões que atravessaram a história –acrescentou.

Artistas Russos, manos.

Inspirada na vanguarda russa, a artista plástica Mazé Leite afirmou que ilustrar o livro, além de ser uma honra, também foi uma grande responsabilidade:

– Entendo o trabalho do ilustrador também como um tipo de tradução. E para retratar a essência do poema tive que lê-lo diversas vezes e beber em outras fontes da vanguarda russa. E sabendo que Maiakovski, além de poeta, também foi designer gráfico, pintor, dramaturgo e ator, ficou claro o desafio que estava em minhas mãos. Então o meu trabalho acaba sendo também uma homenagem aos artistas russos que influenciaram as artes em diversas partes do mundo.

Segundo ela, o poema traz, fundamentalmente, esperança, especialmente em um momento de crise.

– Falamos de um poema que fala sobre a vida. Além disso, observamos a ampliação do interesse pelas ideias marxistas, desse modo, acho que esse livro acontece em um momento bom, para que as pessoas, lendo o poema, saibam que a história é muito maior do que se possa imaginar e que o sonho não acabou – disse.

Dimensão Político-Partidária

Adalberto Monteiro explica que, além de seu caráter lírico, o poema de Maiakovski é uma defesa do socialismo, que retrata a confiança no poder de realização dos trabalhadores:

– Ele foi um grande crítico do capitalismo, e o mundo hoje é sacudido por uma grande crise desse sistema. Isso retrata que o poeta teve a absoluta razão em dedicar suas energias à luta contra esse sistema. E aqueles que aspiram a construção de um mundo novo vão encontrar nessa obra, certamente, uma fonte cristalina para se revigorar das jornadas que precisam ser travadas.

Zoia Prestes concorda e ressalta que a dimensão política da obra contribuirá para fomentar o debate em torno das questões atuais.

– Penso que hoje, no início do século XXI, falar de revolução, bem como falar de Lênin e de socialismo, é muito importante para essas gerações que estão aí. E o livro se converte não só em uma grande contribuição para o debate, mas também em um reforço para o desenvolvimento dessa nova geração. Acredito que a cultura possibilita ampliar horizontes e a iniciativa da Fundação Maurício Grabois e da Editora Anita Garibaldi, em traduzir esta obra, se converte em uma ação muito importante para a ampliação destes horizontes – reforçou a tradutora.

Lênin humanizado, enfim

Com emoção, o lançamento do livro foi encerrado com a declamação de alguns trechos da obra pela atriz Ana Petta.

– Declamar esses trechos é um enorme prazer. É um texto muito bonito, que humaniza a figura de Lênin. Ao ler o poema você percebe ver retratado um Lênin simples afetuoso, muito humano –externou Ana Petta.

Segundo ela, essa tradução é um presente aos comunistas.

– Trazer esse texto para o Brasil fortalece a literatura comunista e os que defendem essa literatura. Isso só contribui para agregar às pessoas ideias que podem ajudar a construir um futuro melhor. Além disso, Maiakovski é um poeta comunista e precisa ser valorizado e lembrando sempre.

(*) mausoléu é uma tumba grandiosa, normalmente construída para um líder ou figura importante que morrera
 
Fonte: Correio do Brasil - 07/09/2012 (feriado nacional em comemoração ao suposto Dia da Independência, vulgarmente transposto para Dia da Pátria pelos filhos da pátria que nos pariu)

Comentário: Como se até os paralelepípedos da Estrada da Graciosa não desconfiassem, Lênin não morreu assim como aquele que a suas ideias, matou, abaixo:
 

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