Inadimplência: "Mulheres não sabem administrar finanças", diz pesquisa
Quem gosta de dinheiro é cofrinho, mulher gosta mesmo é de gastar
"Rotunda maioria é do sexo feminino
e pertence às classes C e D - a Nova Classe Média"
(Nelson Barrizzelli - Economista)
Direto do Shopping Center
O consumo a prazo sem
planejamento é considerado o principal motivo que tem levado muitos brasileiros a
atrasar o pagamento da prestação, segundo mostra uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SCPC) Brasil, divulgada quarta-feira (26), em São Paulo, pelo economista Nelson Barrizzelli.
Porém, a falta de planejamento não é, em si, a causa principal do alto endividamento da assim chamada "Nova Classe Média", no Brasil. Isto nada mais é que um dos efeitos, nefastos, à economia do País dentre cujas causas prováveis estão a propaganda oficial - enganosa de que é possível ascender socialmente contraindo mais e mais dívidas. Não é.
O acesso ao crédito é essencial, sim, ninguém duvida, para girar a roda da Economia, mas crédito responsável e consistente acompanhado de políticas públicas efetivas de combate ao abismal fosso das desigualdades, algo que nunca se viu e, a se mirar pelas diferentes elites que já governaram o Brasil, nem há de se ver, a curto prazo.
- Não se combate a pobreza com discursos hipócritas, combate-se com ações de fortalecimento de renda. Não apenas de acesso ao crédito (endividamento).
Barrizzelli acredita que o maior acesso ao crédito tem sido favorável ao
crescimento econômico, mas alerta que o país deve adotar o "crédito
responsável" e sugere aos consumidores para que fujam do cheque especial
e evitem entrar no sistema rotativo do cartão de crédito, já que,
nessas modalidades, os juros são os mais altos do mercado.
- "Vendam o carro, uma casa ou outro bem que possam dispor para quitar esses débitos porque esses dois tipos de crédito são os que as pessoas têm de se livrar o mais rapidamente", aconselhou.
A pesquisa feita
com 623 famílias apontou que: mais da metade dos entrevistados (54%) têm
a renda comprometida com compras parceladas no cartão de crédito (clique aqui para conferir) e 64%
têm entre um a quatro cartões. Os bancos são a instituições mais
procuradas e recorridas por 44% dos pesquisados, seguida pelas
administradoras de cartão de crédito (38%).
Os casos de
inadimplência envolvendo todas as modalidades de financiamento
alcançaram 41% dos brasileiros de todas as classes sociais, mas os mais
pobres são os mais penalizados pela restrição ao crédito. Nas enquetes
entre os que ganham mensalmente até R$ 3.825, 31% responderam que já
tiveram o nome incluído na lista devedores. Já no universo de renda
acima desse valor, essa situação foi experimentada por 28%.
Dentre as causas da inadimplência está a má administração das finanças, alegada por 41% dos consultados, seguida pelo desemprego (11%). O
estudo identificou ainda ser maior o desinteresse sobre o custo das
operações (condições de juros
e o impacto sobre o valor final a ser pago) entre as faixas de ganhos
até R$ 3.825. Nessa classe de renda, 59% disseram que buscam
informações, enquanto, no grupo de pessoas com renda superior, o
percentual atingiu 81%.
Entre os tomadores de crédito das classes mais humildes - a tal da "Nova Classe C"-, 52% assumiram que não se preocupam com o planejamento financeiro (compram por osmose ao sabor da propaganda), taxa que cai para 27% entre os mais ricos (os esclarecidos).
- A maioria dos ouvidos, 65%, é do sexo feminino e 71% das mulheres pertencem às classes C e D. No total, a grande maioria está com idades entre 35 aos 49 anos; possui apenas o nível médio de ensino e renda que varia entre R$ 2.201,00 à R$ 3.825,00.
Consenso entre todo e qualquer Economista sério, também para o economista Barrizzelli, as intituições financeiras,
em conjunto com os órgãos governamentais, deveriam investir em educação
financeira para evitar que justamente a população mais pobre venha a ser
prejudicada por endividamentos, e o país tenha uma explosão de
inadimplência.
Fonte: SCPC - Serviço Central de Proteção ao Crédito
Comentários: Vamos cantar, criaturas?
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