Governo anuncia que a poupança terá correção pela Selic + TR

Remuneração só muda quando Selic for menor que 8,5% ao ano
Medida visa evitar migração de grandes investidores para a caderneta de poupança

 "A caderneta de poupança continuará sendo a melhor opção de investimento,
 para a maioria da população brasileira"
(Guido Mantega - Ministro da Fazenda)
Da Sucursal do Distrito Federal

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje uma mudança na regra de remuneração da caderneta de poupança. O objetivo é dar condições ao Banco Central de continuar reduzindo a taxa básica de juros, a Selic, hoje fixada em 9% ao ano, e manter o crescimento sustentável da economia.

Conforme explicou o ministro, a rentabilidade da poupança só será alterada quando a taxa Selic for igual ou abaixo de 8,5%. Para os depósitos atuais, a remuneração continua a mesma, ou seja, 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial) ou 6,17% a.a. + TR.

Quando a taxa básica de juros cair para o patamar de 8,5%, a remuneração da poupança será de 70% da Selic + TR. “Por exemplo, se a Selic chegar a 8%, a rentabilidade da caderneta será de 5,6% a.a. + TR. Mas essa regra só vale para novos depósitos. Para as cadernetas com depósitos até hoje fica tudo igual”, reforçou o ministro.

Conforme a Medida Provisória que será publicada hoje, em edição extraordinária do Diário Oficial da União, quando o poupador precisar retirar dinheiro da poupança, os saques serão debitados na sua conta considerando, preferencialmente, o saldo dos depósitos efetuados a partir de amanhã (04/05/2012), quando a medida entra em vigor.

Antes de anunciar a alteração, Mantega enfatizou que a medida não afeta os interesses dos poupadores. “Os benefícios para os detentores da caderneta de poupança continuam os mesmos: a liquidez é diária, ou seja, o poupador saca o dinheiro quando quiser, rentabilidade mensal, isenta do Imposto de Renda e sem limite de aplicação”, reforçou, acrescentando que a caderneta mantém a mesma versatilidade e simplicidade.

Segundo o Banco Central, existem hoje 100 milhões de cadernetas de poupança ativas no Brasil, com um volume de R$ 431 bilhões.

Mantega explicou que a mudança está sendo realizada de forma a evitar uma migração de grandes investidores (que aplicam em fundos de renda fixa, DI, títulos públicos, etc) para a poupança, que, com a queda na taxa básica de juros, pode ficar mais atraente.

“À medida que a Selic vai sendo reduzida, os fundos de investimento, mesmo pagando Imposto de Renda e Taxa de Administração, têm menor rentabilidade. Se compararmos a remuneração da poupança em relação à Selic, ela sempre esteve abaixo de 70% [da taxa]”, destacou o ministro.

Ele reafirmou que a caderneta de poupança continua sendo uma excelente aplicação para a maioria da população brasileira, mas observou que a mudança é necessária porque a regra atual do rendimento da poupança funciona como um obstáculo para a queda da taxa de juros da economia a partir de certo patamar da Selic.

Além disso, a remuneração fixa da poupança cria uma taxa mínima de juros para a captação dos bancos. A expectativa do governo, segundo Guido Mantega, é que esse novo cenário de taxa de juros reduzida e menor custo financeiro dos bancos tenha impacto positivo sobre a economia.

O governo espera que a redução da taxa de juros provoque queda na taxa de captação dos investimentos e, consequentemente, nos custos financeiros dos empréstimos ao consumidor. “A economia brasileira está num momento importante e reúne condições de crescer sustentavelmente, com mais acesso do brasileiro a bens e serviços”.

Questionado sobre se a mudança na poupança provocaria redução de funding para o setor imobiliário, Mantega negou, afirmando que, ao captarem recursos com menor custo, os bancos também podem emprestar a um custo menor.

“A população brasileira quer comprar imóvel e os bancos anunciam empréstimos habitacionais a custos cada vez menores, ou seja, não há risco de redução de funding.”

Ao ser perguntado se a medida não traria custos políticos em ano eleitoral, Mantega respondeu: “Não nos pautamos por isso. O governo age no sentido de manter o crescimento sustentável, com mais empregos e juros mais baixos”

Antes de anunciar a mudança na regra de remuneração da poupança, o ministro participou, no Palácio do Planalto, durante toda a tarde, de reuniões com representante do Conselho Político, centrais sindicais e empresários.

Segundo ele, não houve nenhuma crítica. “Líderes da base aliada e centrais sindicais não se mostraram contrários e empresários aplaudiram. Para continuar as reformas que o país necessita, precisamos reduzir a taxa de juros”, finalizou.

Entenda as novas regras da caderneta de poupança:
 
Vídeo Crédito: TV Estadão | 03.05.2012
Fonte: Ministério da Fazenda

PANO RÁPIDO: Boa parte da população - ou a parte boa da população - já compreendeu a necessidade de mudança nas regras de remuneração da Poupança, caso o Brasil queira reduzir a taxa de juros básica e os spreads bancários, de forma consistente. 

Exceto uns poucos incautos que possuem como única fonte de informação o JN do boçal Bonner, e ao invés de informar corretamente a população, desinformam. Tudo fica mais barato quando se consome aquilo que se poupa.

O governo fez outro golaço. O mercado assimilou as mudanças e não houve nenhuma fuga dos fundos para a Caderneta de Poupança, nem vice-versa.

Poupar continua a ser um grande barato, meu caro amigo navegante.

Comentários

Anônimo disse…
Não gosto muito deste governo mas tenho que admitir que foram sensatos na forma como alteraram a forma de cálculo da poupança que sabidamente era necessária a muito tempo e só não tinha sido feita ainda por falta de coragem. Além disso o respeito às contas já existentes é provavelmente algo inédito neste país. Faz parte da cultura dos nossos governantes, sejam eles de que partido forem, mudar as regras do jogo durante a partida.
O Inteligente.
Tato de Macedo disse…
Usted tiene razón, cabrone. Pero si hay gobierno, soy contra.
Anônimo disse…
Como assim? Deixar a poupanca mais atraente para evitar a migracao para ela?
Os fundos DI serao os primeiros a sofrerem negativamente com a baixa Selic
Tato de Macedo disse…
Caro Anonymous II:

Quem sofrerá, neste caso, não serão exatamente os fundos DI, mas seus aplicadores que pagam taxas de administração surreais que corróem a rentabilidade desses fundos.

A não ser que você seja um investidor institucional, raros são aqueles aplicadores que alcançam 100% do DI.

Se o seu dinheirinho está sofrendo num fundo DI, e não quer aplicar em Poupança, você tem quatro alternativas:

1 - Cobre do seu banco a redução da taxa de administração do fundo;

2- Pense em perspectiva de médio e longo prazos, e invista em título do Tesouro Nacional. Muito melhor que os fundos DI, em termos de rentabilidade, porém com liquidez semanal;

3 - Se nenhuma dessas o atraiu, e você percebeu que não ficará rico assim tão fácil, invista em ações;

4 - Ou guarde o seu rico dinheirinho num colchão e faça um bom seguro contra roubo e incêndio. O Bando do Brasil tem os melhores seguros, viu?

Abs

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