No Palácio: "Nada de sólido, só água e sucozinho"

Banqueiros, reunidos com a Rainha Búlgara, disseram que Ela estava bem-humorada, mas se queixaram de ter servido apenas suquinhos para os ilustres convidados.

Da Sucursal de Brasília

Nem mesmo os maiores beneficiários do PIB nacional se salvaram da truculência norte-coreana do Planalto: tiveram todos de deixar os celularesinhos do lado de fora da Sala de Reunião Suprema, pobrezinhos.

Na reunião, que invadiu a hora do almoço, pasmem, Dilma teria só servido água, suco de laranja e de abacaxi. 

Onde já se viu isso? 

"De sólido, nada", bradou um dos famintos empresários ao fim do encontro. Os duques não receberam de bom grado o tratamento incabível à nobreza tupininquim.

Apesar da crise política que assola o parasitismo fisiológico que vai dos ministérios, passando pelo Congresso, até aos mais ralés sindigatos, a Rainha mostrou bom humor. Falou por meia hora e deu mais do que suficientes cinco minutos para cada Dono do Capital se pronunciar. 

Porém, nem todos pareciam entusiasmados a soltar a língua. Somente uns cinco ou seis poderosos ficaram de fora. a Rainha, na cabeceira, anotava tudo em um caderninho pink.

No meio do debate sobre câmbio, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, buscava um microfone para um aparte. Recebeu um das mãos do presidente da influente CNI, Robson Andrade, não sem antes levar uma alfinetada: "Empresto o microfone, e sem juros! Se fosse o BNDES, cobrava os juros de mim". 

E quando um dos Odebrecht, mergulhados em querela judicial contra outra famiglia por herença patrimonial, prometeu pressionar o Congresso, através de sua numerosa bancada, a aprovar um projeto sobre portos, ouviu do colega da Coteminas, herdeiro do já falecido vice-presidente José Alencar, a estilingada: 
  • "O governo acaba de ganhar mais um líder no Congresso".

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