Tesouro: Sua Excelência, o Devedor


A maioria das pessoas diz que ganha mal. 
Na realidade, gastam mal


A estrutura de demanda dos títulos pode ser alterada a partir de movimentos dos investidores. É o que acredita a  Secretaria do Tesouro Nacional que, desde fevereiro, divulga os dados sobre os detentores da Dívida Pública Federal (DPF). 

Segundo a Secretaria, o objetivo seria permitir aos gestores da dívida antecipar os movimentos dos grupos  detentores dos papéis do governo, e também ajudar os analistas a entenderem as características dos títulos públicos que estão nas mãos dos investidores (ou especuladores).

Conforme o último relatório da DPF, os detentores do estoque de R$ 1.671.780.000.000,00 (em fevereiro) da dívida pública estão divididos em seis categorias: 
  • Instituições Financeiras - com 29,4%
  • Fundos de Investimento - com 26,6%
  • Previdência - com 14,7%
  • Não-residentes - com 11,4%
  • Governo - com 10,7%
  • Seguradoras - com 3,9%
  • Outros - com 3,3%
No relatório, o Tesouro identifica também as características das aplicações, ou seja, se o investidor aplicou em títulos com vencimento de longo ou curto prazo e índice de correção atrelado ao papel (Selic, índice de preços, dólar ou prefixados).

Ao fazer um “retrato” dos detentores, a STN acredita que, no médio prazo, pode mudar a estrutura de demanda dos títulos. Se, por exemplo, o Tesouro identifica movimentos de aumento ou redução do volume de títulos nas mãos dos fundos de pensão, que tradicionalmente compram títulos públicos de longo prazo atrelados a índice de preços (NTN-B), pode haver alteração na demanda.

No que se refere à distribuição atual dos detentores, a avaliação da STN é positiva, mas considera ser possível melhorar o perfil atual. Com quase 60% dos títulos concentrados nas instituições financeiras e nos fundos de investimento, o Tesouro busca uma distribuição melhor entre os grupos.

De acordo com o Tesouro, essa diversificação por categoria de investidores evitaria o chamado “efeito manada”, quando um movimento brusco de um determinado grupo que concentra a maior parte da dívida implica numa alteração na curva de juros da dívida. 

Por isso, a busca permanente do Tesouro é por diversificar a base de investidores. Com uma base mais diluída os movimentos são mais suaves e o Tesouro consegue administrar melhor a venda dos seus papeis.
  • O ideal para o Tesouro é vender títulos prefixados e atrelados a índices de preços, o que não é, necessariamente, o melhor para os fundos de investimento, por exemplo, cujo interesse é por LFT (de curto prazo), corrigidos pela Selic, que, no atual cenário de juros elevados, dão maior rentabilidade em pouco tempo.
Ao divulgar a distribuição dos títulos por grupos de detentores - e poder antecipar seus movimentos -, o Tesouro Nacional quer também mostrar sua "transparência" à sociedade.

Pelo princípio da objetividade, deve-se dizer também que o investidor médio já tem acesso ao Tesouro Direto, sendo uma ótima alternativa em relação aos fundos de investimentos que cobram taxas de administração exorbitantes e, ao final, são eles - os fundos - que saem ganhando e não os incautos aplicadores.

Vantagens do Tesouro Direto

Dentre outras vantagens, pode-se citar  a possibilidade de o investidor montar sua carteira de acordo com os seus objetivos, adequando prazos de vencimento e indexadores às suas necessidades. Os títulos públicos adquiridos no Tesouro Direto são considerados ativos de renda fixa porque o rendimento pode ser dimensionado no momento da aplicação, ao contrário dos ativos de renda variável (ações e etc.) cujo retorno não pode ser estimado no instante da aplicação. 

Face à menor volatilidade dos ativos de renda fixa, este tipo de investimento é considerado mais conservador do que os ativos de renda variável; ou seja, o risco é menor. O fato de ser considerado ativo de renda fixa não quer dizer, porém, que os preços e taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto não apresentem variação ao longo do tempo. Os títulos públicos são marcados a mercado, o extrato/saldo do investidor reflete o preço de mercado dos títulos. 

Desta forma, havendo queda nos preços negociados no mercado, o saldo do investidor cairá. Por outro lado, se houver valorização do título, o saldo do investidor irá se elevar. Portanto, o Tesouro Nacional não pode afirmar se o investidor obterá ganho ou perda financeira em caso de venda antecipada, a depender das condições de mercado na referida data. Entretanto, se o investidor "carregar" os títulos de sua carteira até a
data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade bruta pactuada no momento da compra.

Entre os títulos públicos ofertados, o investidor deve escolher aqueles cujas características sejam compatíveis com o seu perfil. Há títulos de curto, médio e longo prazo; e indexados a índices de inflação, taxa Selic ou prefixados. 

Para saber mais, o Clipping do Tato convida o amigo e, principalmente, a amiga navegante, a fazer um passeio virtual pelo simulador do Tesouro na página da BMF&Bovespa

Você vai se surpreender ao saber que pode-se tornar um milionário (exatamente isto, um milionário) em menos tempo do que possa imaginar. Basta um mínimo de abnegação em relação ao ímpeto insano de consumo.

Sabe aquela história: o dia de amanhã não vos pertence. E exatamente por isso convém ser prudente e previdente em relação a intempéries financeiras.

A maioria das pessoas diz que ganha mal; na realidade, gastam mal, não investem e tendem a ser eternos insatisfeitos.

Pense em você. Pense em seu futuro. Pense nisso. 

Pense!

Tato De Macedo
Direto da Redação do CT

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