Questão 17: O Mensalão é simples fruto de "imaginação"

Mensalão: "Isto non ecxiste", diz Pe. Quevedo

O Clipping do Tato, estupefato pela descoberta de Pe. Quevedo de que o(s) mensalão(ões) jamais existiu(ram) neste santo país de políticos, jornalistas, empresas, e sindigatos - igualmente santos, - resolveu canonizar a corrupção.

Sim. Mais que indicar nossos representantes do povo e seus espelhos (os Pigs) aos prêmios do Oscar da Desfaçatez e (Ig)Nobel da Ficção Jornalística, clamemos pela canonização da corrupção e rezemos todos para que os santos nos protejam de nossas férteis imaginações.

Mais do que nunca carecemos da inigualável insensatez do Barão de Itararé, para quem:
  •  "A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas, em geral, enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam neles."

Não faz muito tempo, e a imprensa nativa acordava atônita - de forma uníssona -, em berne, nos editoriais, considerava absurdo o fato de Lula cobrar o que cobra em palestras patrocinadas por empresas [privadas].

Da parte que nos toca, não veria nenhum problema em se pagar para ouvir os seus discursos (dele, Lula) se de mesma forma não vissem nenhum problema em se pagar para ouvir discursos do farol de Alexandria.

O que não me surpreende, pelo contrário. Devemos nos sentir vingados pelas interpretações fenomenais de Lula. Afinal são palavras de um homem que teve sua gênese no povo.

Mas ocorre-me, entretanto, algumas indignações nada seletivas: por exemplo, quanto deveria custar as palavras de gênios que passearam entre mortais? Em cada área do conhecimento poderíamos citar ao menos um, creio.

Fico a imaginar, quanto essas empresas, abarrotadas de gente escrota - incapazes de enxergar um só palmo além da linha que vai do nariz ao umbigo - deveriam pagar para ouvir ensinamentos de Gandhi, Marx, Goethe, Einstein, Darwin, Voltaire, Fernando Pessoa, Nietzschie etc., etc., etc.

A comparação é covarde, eu sei, e peço perdão: mas uma meretriz na calçada cobra o preço que o mercado acha que ela vale. Se, no entanto, essa mesma meretriz rebolar num BBB da vida, ou ainda melhor virar filme com amplo apoio publicitário certamente os seus serviços seriam supervalorizados.

  • O mesmo se aplica às palavras. Elas terão um valor ditado não pelo que significa o emissor, mas sim pela significância que as mídias lhe conferem. 
Há 30 anos atrás, quanto pagariam para ouvir essas mesmas palavras exaladas pela boca de um metalúrgico sujo de graxa? É algo a se pensar...

A questão nem é a substância em si do valor pago: jogadores de futebol, apresentadores de TV, jornalistas de quinta, todos - se mediados - ganham por dia o que qualquer mortal não ganha por ano, ou outros por toda a vida.

O que me intriga é o simbolismo de como o vil metal sobe às cabeças das pessoas, mesmo cheias de boas intenções.



Na luta pelo poder, o que restou saber foi o seguinte:
  • Lula é o Hobin Hood tupininquim. A diferença é que aquele roubava dos ricos para dar aos pobres. O nosso rouba dos pobres e cobra dos ricos para contar como é que se faz.

Lula não transformará em condições melhores os seus iguais, enriquecendo-se a custas da popularidade que seu povo lhe conferiu.

O fato é que o seu povo continua senão na miséria absoluta, na pobreza infame.

E palavra [discurso], só, nenhuma mudará esse estado de coisas.

Ou mudará?

Tato De Macedo
Direto dos Céus

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