Jornalismo: A linguagem dos meios

"Um dia nos daremos conta de que tudo aquilo que fizemos 
para povoar paisagens de rios, cidades e ruas 
vai traçando as rugas dos nossos rostos"
(Jorge Luis Borges)

É comum ouvirmos dizer que a imprensa, seja ela falada ou escrita, é o espelho-mor da realidade que caracteriza o país que representa. Muitos têm a opinião de que este espelho às vezes é bem pior que a realidade. Alberto Dines, por exemplo, o considera dessa forma no Brasil e em países como Portugal e Espanha – onde houve sensível transformação da imprensa, resultando na mudança radical ou até mesmo na criação de grandes jornais, a exemplo de O Expresso, em Portugal, ou El País, na Espanha, com edições que já não se restringem ao país de origem – agora mesmo o México inicia edição de El País.

Tudo isto veio apoiado em projetos que integraram de forma muito importante a vontade das empresas, de fazer uma imprensa nova, diferente, opinativa, analítica, das associações de ensino, que se agregaram, e dos governos, que não se meteram mas deram condições para que andassem.

São realidades e fatos que nasceram e surgiram em meio a grandes transformações. Isto aconteceu em Portugal somente depois do 25 de Abril, porque até ali a imprensa portuguesa era ridícula, se comparada à brasileira – até mesmo no período que enfrentamos maior censura. A espanhola, da mesma forma, era voltada mais a intrigas e fofocas e começou a mudar seu perfil com as mudanças ocorridas após a morte de Franco e a instalação da monarquia democrática.

A linguagem no jornalismo

Esta questão do espelho tem muito a ver com a função da linguagem. Porque o jornalismo, qualquer que seja, se faz da linguagem, com a linguagem e pela linguagem. Mesmo que seja um jornalismo onde imagens predominem sobre palavras. Quando nasceu, o US Today, que faz um jornalismo de pílulas e carregado de imagens – como se fosse uma edição de telejornal, mas impresso –, causou grande alvoroço e alterações que acabaram se refletindo no padrão jornalístico de todos os países. Quem diria que o jornal O Estado de S. Paulo um dia se encheria de cores e mudaria até mesmo a do título, que sempre foi preta e agora é azul, dentro de um projeto gráfico totalmente modificado? Isto já aconteceu com os jornais Folha de S. Paulo; Jornal do Brasil, O Globo e O Dia, no Rio de Janeiro; Correio Braziliense; O Povo, em Fortaleza; e com todos os demais. Até mesmo jornais extremamente tradicionais, como o Le Monde, de Paris, sofreram grandes modificações a partir da percepção da própria relação do leitor com a notícia e com a forma de veiculá-la.

Podemos discutir isto melhor se o espelho, considerando a imprensa nessa função, é melhor ou pior ou se está à altura da realidade que reflete no Brasil. A questão diz respeito a uma propriedade característica da linguagem humana, específica da sua função semântica, isto é, da capacidade que temos de, por meio dela, significar estados de coisas no mundo e de reproduzi-los pela descrição verdadeira ou mentirosa que deles fazemos. É a isto que – dentro da filosofia desse campo – chamamos de função referencial da linguagem. Portanto, esta é a chave da tradição lógico-positivista que trata de um dos aspectos fundamentais da linguagem humana, ou seja, essa propriedade de significar outra coisa diferente dela. Vários teóricos da linguagem usam a metáfora do espelho. Muitos, a metáfora do espelho em movimento, como se a linguagem fosse ele e, no movimento, reproduzisse a realidade que pretende descrever.

O que se chama de função referencial da linguagem, na tradição de sua filosofia, é identificado como sua função semântica. Um nome próprio, por exemplo, no sentido lógico da expressão – barco, cidade, navio, carro, cadeira –, remete a objetos e seres no mundo. E a verdade dessas expressões é medida pela possibilidade de você, com elas, identificar seres. No sentido gramatical – Pedro, João, Carlos, José, Maria –, ele é também uma forma de se identificar no mundo um indivíduo ou objeto e dizer se este nome lhe corresponde ou não. A correspondência nome-objeto é que dá referencialidade à expressão. Aí há uma polêmica enorme: os nomes não são as coisas. Existem livros famosos, como As Palavras e as Coisas, de Foucault, e também a tradição da Idade Média, que vêem os nomes como listas, catálogos, selos colados à realidade e confundindo-se com ela. Levanta-se a seguinte pergunta: Os nomes e os nomes próprios referem-se diretamente às coisas ou referem-se a elas por meio de suas descrições? É uma questão que continua a ser trabalhada – e isto, que parece banal, tem um papel essencial na história.

Itamar Franco está de namorada nova é exatamente a mesma coisa que dizer O presidente da República está de namorada nova? É o mesmo objeto, assim como aquele a que se referem as expressões Vênus, Estrela da Tarde, Estrela da Manhã. Mas o modo de apresentar ou descrever esse objeto é diferente nos dois casos. Por isto, não é arbitrário e indiferente dizer uma coisa ou outra. Se observarmos o discurso da mídia, ela recorre insistentemente a esses artifícios, porque faz parte do jogo de representações que estabelece ao construir imagens que pretende passar, dos objetos a que se refere. Este jogo, que se faz possível graças à função referencial e à possibilidade de se referir à mesma coisa por modos diferentes, constitui uma riqueza da língua e algo altamente explorado e elaborado sob a ótica do estilo e dos recursos. Da mesma forma, dispor as matérias assim ou assado revela importante modo de significar e referir.

Quem conhece o romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis, sabe que se chama assim por causa dos dois irmãos, partes do triângulo que se forma, gêmeos e parecidos e diferentes em tudo. Ao longo da narrativa, para marcar essa característica – igualdade/desigualdade –, há vários expedientes lingüísticos e de representação que o autor utiliza. Um deles diz respeito a um momento em que alguém está visitando a família e afirma que os dois são semelhantes em tudo, mas falam de uma mesma data de modo diverso, porque um era republicano e o outro, monarquista. Eles revelam várias diferenças – atitudes, gostos, predileções, ideologias –, disputam a mesma namorada... Referem-se a seu aniversário marcando-a de dois modos distintos: um deles diz que nasceu no dia que o imperador renunciou e o outro, que isto se deu no dia em que o novo imperador tomou posse – ou algo assim.

Essas citações mostram como o modo de ver passa a ser importante na percepção do objeto, na construção dele, tratando-se de expressões referenciais como os nomes próprios. Além delas, o enunciado (aquilo que permite não só referir-se a objetos no mundo, mas descrever estados de coisas no mundo – a função semântica da linguagem é a possibilidade de uma frase dita descrever um estado de coisas no mundo) será verdadeiro ou falso se o estado de coisas descrito for verificado no mundo, passando por questões de lógica, verdade, falsidade e assim por diante.

A descrição do estado de coisas, da mesma forma que a função referencial, pode ser feita de vários modos. Ela é básica na concepção da linguagem como espelho da realidade. Quando se diz que o jornalismo é espelho da realidade, é preciso entender que todas essas funções estão em jogo e que a construção das imagens do real passa por mecanismos possíveis graças às funções da linguagem. Que um enunciado descreve coisas no mundo é tão verdade que, ouvindo-o, somos capazes de entender. Se digo O dia está chuvoso, todos sabem do que falo, pois estou descrevendo um estado de coisas. Se o estado de coisas não corresponde ao que digo, é possível contestar.

Gardner, um estudioso inglês da primeira metade deste século, também egiptólogo, publicou um livro que está na origem de toda a tradição da linguagem, sobre a qual se assenta a teoria moderna da comunicação. É interessante abordar essa questão da comunicação, por ser essencial dentro do processo de construção e expressão jornalística, no que diz respeito a relacionamento, construção e imagem do fato, ou, se preferirem, a emissor, receptor, destinador, destinatário etc. O livro desse autor, Teoria do discurso e da linguagem, entre tantas outras coisas, destaca que a função primordial da linguagem é comunicar. Nem sempre foi assim. Outras teorias defendem que sua função principal é representar o pensamento humano.

O autor distingue num enunciado dois aspectos que denomina constitutivos dele. Todo enunciado lingüístico, toda frase dita em determinada situação, tem dois pontos fundamentais: um, a coisa dita; outro, o modo no qual e pelo qual é dito aquilo que é dito. É o que ele chama de coisa significada e qualidade sentencial ou qualidade discursiva. O que significa isto? Que toda linguagem, além de dizer alguma coisa sobre alguma coisa – um enunciado –, sempre diz alguma coisa sobre alguma coisa de um certo modo. Por exemplo, a linguagem da campainha – por aí, é possível descobrir quão importante é toda a construção do simbólico e do ideológico –, numa casa onde ela é usada para manter relações de comando com o pessoal que atende à mesa, é unimodal, ou seja, só produz enunciados num único modo Sempre produz enunciados na forma de ordem, sem outra possibilidade. A cada toque, vem uma ordem – ponha, tire, mude. Não há outra forma de entendê-la. Da mesma maneira, dispomos de linguagens que não são unimodais, mas bastante simplistas. É o caso da linguagem dos toques de clarim, no exército. Ao ser ouvido o som, identificamos modos de dizer que, em geral, emitem ordens.

Há linguagens primárias de comunicação, todas elas enunciadas de maneira muito simples do ponto de vista do modo de enunciação. De uma forma geral, a linguagem humana é riquíssima em modos de enunciação. Temos uma gama enorme de representações não apenas das coisas no mundo, mas das representações que se pretende fazer um do outro, quando, por exemplo, o locutor e o interlocutor se dirigem um ao outro, constituindo um universo de interação no qual se dará o fenômeno da comunicação.

O mesmo autor, além da qualidade da linguagem, do enunciado, da coisa significada, distingue o modo da significação ou da qualidade sentencial. E, como nas línguas humanas a capacidade dessa modulação é muito grande e variável, se não houvesse nos enunciados alguma coisa que permitisse ao ouvinte identificar o modo no qual quem diz pretende dizer o que diz, nunca se teria o circuito da comunicação formado. Em outras palavras, se eu disser alguma coisa com a intenção de fazer uma afirmação e ela for entendida como ordem, haverá ruído na comunicação. Ou corrigimos ou o discurso não avançará. Se fizer um pedido e este for entendido como ordem, certamente haverá outro problema.

Não basta que entendamos o que o enunciado descreve. Precisamos ser capazes de reconhecer a intenção do modo pelo qual é dito aquilo que é dito. Pode-se traduzir isso numa fórmula – vou brincar um pouco –, que acredito reproduzir bem a teoria: Um enunciado só comunica o que comunica se comunica que comunica. Só se consegue dizer alguma coisa sobre alguma coisa se se disser ao outro que se está dizendo aquilo do modo que se pretende dizer. Isto, que parece ser trivial, é algo fundamental na comunicação, porque, se no que digo não houver indicações do modo no qual eu quero dizer o que digo, não é possível evoluir na comunicação. E, muitas vezes, todo um jogo de representações que se constitui na imprensa, no discurso da mídia, passa por artifícios sutis onde se disfarça o que se quer dizer, o modo da enunciação.

Jogo de representações

Vou tomar o discurso e o enunciado afirmativo. O que é uma afirmação? Como se constitui uma afirmação do tipo O presidente da República está de namorada nova? Em primeiro lugar, uma afirmação tem uma característica essencial, que diz respeito ao seu valor semântico: descreve um estado de coisas no mundo, verdadeiro. É uma propriedade do enunciado, senão será falsa. Segundo, uma afirmação deve, de alguma maneira, indicar, implicar, mostrar que quem a faz acredita na verdade do que está dizendo, sem o que ela é falsa de outro jeito. Portanto, há uma relação importante entre o que é dito e aquilo que é indicado no que é dito, como empenho e compromisso com a verdade do que é dito, da parte de quem diz. Terceiro, uma afirmação deve ter como condição o fato de que quem diz o que diz tem provas para justificar o que é dito. Se indagado como sabe, deve se mostrar capaz de oferecer tais provas. Quarto, uma informação caracteriza-se ainda por uma qualidade que é dela própria: aquilo que é dito interessa de algum modo àquele a quem é dito.

A afirmação constitui, por excelência, o enunciado do chamado discurso científico ou do que se quer representar como científico. Por uma razão simples: a estrutura afirmativa é que permite a construção do discurso demonstrativo. É difícil constituir um discurso assim utilizando enunciados imperativos, porque estes são incapazes de provar e criam outra relação, diferente da afirmação do estado de coisas, da verdade, do compromisso com a verdade que se está dizendo. O discurso da mídia –99,9% – é constituído de afirmações. Alguém já viu uma notícia ser feita sob forma imperativa? Não há como ser feita sob forma de pedido se pode relatar, dramatizar, reproduzir uma situação com personagens.

A notícia é construída com discurso afirmativo por várias razões. Tem como objetivo fundamental descrever situações ou um estado de coisas, reproduzir, ser o espelho deste. O discurso do jornalismo e da imprensa, por excelência, é assertivo, afirmativo, constituído de enunciados que podem, em princípio, ser colocados sob a situação da prova, da comprovação da verdade, do compromisso do jornal, do editor, do repórter, do conjunto de pessoas que detêm responsabilidade sobre o que é dito. A função referencial da imprensa é básica como macrofunção do jornalismo, na medida em que ela se propõe tal função. Não é por acaso que o discurso da imprensa é extremamente constituído sobre a afirmação.

A afirmação é um tipo de enunciado constitutivo do discurso científico. Se pegarmos um tratado de Matemática, Física ou Química, tirando as hipóteses, não restará outra forma de enunciado científico. O discurso é demonstrativo. Ninguém pode obrigar ninguém a aceitar a verdade ou alguma coisa como verdadeira. A hipótese é uma afirmação atenuada. Não é senão uma afirmação na qual o grau de compromisso do locutor com a verdade do que diz é apresentado de forma atenuada. Ele afirma, dizendo ao interlocutor para não pedir provas, por estar apresentando uma hipótese. Mas é uma afirmação.

Todo jornal, todo jornalismo apresenta-se como portador da verdade, só a verdade e nada mais que a verdade. Seja Aqui e Agora, Notícias Populares, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, qualquer jornal, nenhum se apresenta dizendo qualquer coisa que não corresponda à verdade. E há aí uma característica comum: todos dão a notícia na forma em que ela tem de ser dada, sob a forma do enunciado afirmativo, descritivo. Existem exageros, características distintivas, enfatiza-se isso ou aquilo, mas o importante é que a afirmação que serve ao discurso científico cria a ilusão de que, por usar o discurso afirmativo, quem usa a afirmação está sendo sempre científico e exato. É uma das ilusões que a imprensa cria e com a qual trabalha de maneira bastante refinada ou grosseira, dependendo da qualidade que possui.

É um aspecto interessante, porque nos leva a perguntar: Como é que da afirmação se passa a isto? Existem essas passagens que são próprias dos subentendidos que a linguagem permite. Como o discurso afirmativo é próprio da ciência e há uma longa tradição que considera a afirmação o modo essencial de enunciar as coisas e o resto como derivado, que esse discurso está relacionado com a possibilidade de ser provado ou não, com o engajamento de quem diz com a verdade, tudo isto produz uma outra ilusão, de que basta enunciar uma fala afirmativa para que seja auto-justificativa. Basta dizer uma coisa para que sua verdade seja provada e comprovada pelo simples fato de ter sido dita.

Isto lembra imediatamente a facilidade com que a imprensa muitas vezes se dedica ao denuncismo. Pouco importa se ouve os dois lados, se oferece direito de resposta. O fato de enunciar, colocar um discurso construído sob a forma afirmativa leva imediatamente à ilusão de que basta dizer para ser verdade o que está dito, com isenção do ônus da prova. É algo importante, por criar uma imagem de que todo o resto do mundo está errado e a imprensa é o guia e a luz para reconhecimento do verdadeiro e do falso que existem. É uma questão fundamental, que tem a ver com a ética jornalística, discutida e debatida longamente. A ética, que passa pela atitude do denuncismo e da facilidade para lançar mão da leviandade na hora de dar notícias, criando realidades que jamais correspondem à realidade.

Este é apenas um lado da questão. Não significa que a imprensa não tenha tido e venha mantendo papel importantíssimo na formação da opinião e da denúncia correta e responsável, do esclarecimento. Talvez ainda falte uma dose maior de profundidade e análise ao texto, porque a construção dessas imagens deve merecer força argumentativa que não dê a ilusão de que as coisas são ditas e, por este simples fato, passam a ser verdadeiras.

Essa coisa se dá certamente graças a mecanismos próprios da linguagem, que vão deslizando de funções essenciais para subprodutos engendrados no conjunto das relações sociais e ideológicas, que construímos uns dos outros a partir das representações de cada ato de fala, a cada modo de dizer e a cada momento de comunicação.

Dentro desta maneira de ver a linguagem, ela não é apenas um instrumento capaz de reproduzir, de espelhar e construir imagens verdadeiras ou falsas do mundo, mas sobretudo uma forma de ação e dramática.

Com a linguagem, podemos estabelecer comportamentos. É uma visão um pouco mecanicista do seu significado, própria do behaviorismo – defende que o significado da linguagem são os comportamentos que ela desencadeia nas relações sociais. Antes disso – também é verdadeiro –, a linguagem é algo bem mais sutil porque é forma de ação, na proporção em que dramatiza as relações interpessoais. É uma ação dramática, na medida em que não há nenhuma referência a coisas no mundo que não passe pela construção de um universo de representação – no sentido teatral – que fazemos uns dos outros. Cada vez que alguém produz um enunciado afirmativo representa-se ao seu interlocutor de uma maneira. Constitui-se uma relação como se fossem máscaras de papel, no sentido grego e latino da expressão – sentido de persona —, onde assumimos a cada ato lingüístico uma identidade que é posta em jogo pelo conjunto de relações que a linguagem desencadeia.

As relações constituídas de forma imperativa são de natureza diferente das formadas por pedidos, afirmações ou interrogações. Assim, vai-se montando uma espécie de palco no qual nos movemos, tecendo na linguagem pela linguagem o conjunto de representações não só do mundo, mas também a que fazemos uns dos outros. Representações que vão permitindo a dramatização das relações e, conseqüentemente, a vida social – tênue, esgarçada, tensa, mas constituída por esse jogo constante de representações. Por aí, a questão das imagens e do ideológico entra com toda força, permitindo perceber a importância do papel da imprensa na construção de representações do mundo e de apresentação dessas representações, de modo a transformar-se em cenários dramáticos nos quais nos movemos.

Um dia, como escreve Borges, nos daremos conta de que tudo aquilo que fizemos para povoar paisagens de rios, cidades e ruas vai traçando as rugas dos nossos rostos.

Carlos Vogt

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