Militares: Mensaleiro Genoino a seus serviços

Réu do mensalão será assessor especial do Ministério da Defesa
José Genoino: de ex-guerrilheiro à mensaleiro de cueca cheia

O ex-deputado José Genoino (PT) foi confirmado ontem como novo assessor especial do ministro da Defesa, Nelson Jobim, e será o principal interlocutor da pasta no Congresso e nas Forças Armadas. 

Desde sua prisão durante a Guerrilha do Araguaia, no início da década de 1970, Genoino mantém "boa relação com os militares", com quem deve tratar da Comissão Nacional da Verdade — um dos temas mais espinhosos do governo.

Na nova função, José Genoino, que já foi um dos principais petistas no Congresso, tentará recuperar parte do prestígio perdido nos últimos anos. Ex-presidente do PT, viu sua influência diminuir com o escândalo do mensalão — em 2005, deixou a Presidência do partido devido ao episódio e hoje responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Naquela época, um assessor de seu irmão José Nobre Guimarães, que é deputado estadual no Ceará, foi preso com dólares escondidos na cueca. Com o desgaste na imagem, a carreira de Genoino entrou em declínio e ele não conseguiu se reeleger na Câmara, no ano passado. Mas vai receber aposentadoria parlamentar de R$ 11,2 mil e, na nova função, seu vencimento será de R$ 8,9 mil — totalizando pouco mais de R$ 20 mil mensais.

Amigo de Nelson Jobim desde a época da Constituinte, Genoino será o principal negociador do governo, ao lado da ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário, para a aprovação da Comissão da Verdade no Congresso.

O ex-deputado também ajudará na escolha dos nomes para compor o grupo, que terá como principal responsabilidade esclarecer os casos de tortura ocorridos no período da ditadura. O primeiro texto do documento acabou sendo revisto depois que Jobim ameaçou pedir demissão, ao lado dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, por temerem uma “caça às bruxas”.

Documento

A polêmica foi reacendida nesta semana, com a divulgação de um documento no qual os militares voltaram a criticar a instalação da Comissão da Verdade. O Ministério da Defesa tentou amenizar a crise, alegando que o texto é de setembro do ano passado e trata-se apenas de um parecer da área jurídica da pasta sobre a comissão.
  • “Há um entendimento perfeito entre os ministros da Defesa, da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos no encaminhamento da matéria, com a qual as Forças Armadas estão em absoluta consonância”, afirmou o ministério de Jobim, por meio de nota. 
  • “A busca da memória é um compromisso assumido de forma definitiva por todos os integrantes do Ministério da Defesa e das Forças Armadas”, acrescentou o comunicado.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos também considera o episódio encerrado e, apesar de a Comissão da Verdade ser uma das prioridades do governo, não pretende atropelar sua tramitação na Câmara. Na próxima semana, entretanto, Maria do Rosário terá uma reunião com o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), para tratar do assunto.

(Com informações do Correio Braziliense)

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