Juros: Nouriel Roubini avalia que alta no juro básico é um erro

Roubini: "A Espanha é grande demais para falir, mas grande demais também para salvar"

Em entrevista à CNBC, o economista Nouriel Roubini (aquele que previu a crise de 2008 com dois anos de antecedência) avaliou que o BCE (Banco Central Europeu) não deveria elevar a taxa básica de juro da Zona do Euro nos próximos meses, pois causará em um distanciamento ainda maior entre as economias da região. 

Roubini destacou que a possibilidade de elevação da taxa de juro de referência é um “engano”, observando que a autoridade está se apressando nesta questão. A maior preocupação do economista é que com o aumento da taxa, as economias mais debilitadas da Zona do Euro ficarão ainda mais fracas em relação aos países mais fortes. 

De acordo com a matéria, Roubini indicou seu receio de que Portugal poderá precisar de ajuda tanto do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do programa de auxílio da União Europeia. Além disso, a situação da Espanha parece ser ainda mais preocupante, “acredito que o maior problema será a Espanha, já que atualmente é grande demais para falir, mas grande demais também para salvar”, afirmou Roubini. 

Jean –Claude Trichet

A avaliação do economista acontece após o presidente do Banco Central Europeu, Jean –Claude Trichet, ter indicado que é possível que seja realizada uma alta no juros no mês de abril, “uma elevação é possível, mas não certa” afirmou Trichet. 

Vale lembrar que na última sessão, a autoridade manteve pelo 23º mês consecutivo a taxa básica de juros em 1,00% ao ano.

Fonte: Infomoney

Comentários: O nobel de Economia, Mr. Paul Krugman vai além, e desse a lenha no seu blog (New York Times):

O BCE – Banco Central Europeu está dando a entender, com certa insistência, que vai elevar as taxas de juros na sua próxima reunião, em resposta à inflação básica crescente – apesar de este aumento ser consequência dos preços mais altos do petróleo e dos alimentos, e não da política adotada pelo banco.

Permita-me uma interpretação diferente sobre porque está não é uma boa ideia. Suponha que nos concentramos nos índices salariais, que com frequência são vistos como os que mais resistem a mudanças e os mais inertes. Na zona do euro, como nos Estados Unidos, o que observamos é uma queda acentuada no crescimento dos salários em face do alto nível de desemprego:

Assim, na verdade o que o BCE está dizendo é que a Europa deve reduzir os salários nominais – o que só pode ser feito aumentando a taxa de desemprego – de modo a contrabalançar os efeitos dos preços do petróleo e dos alimentos sobre a inflação. (Os salários reais deverão cair de qualquer maneira).

É esta a política que o BCE estaria defendendo com tantas palavras?  Duvido. 

Mas por mais sóbria e digna que essa conversa de estabilidade de preços possa soar, a política proposta equivale a isso.

Paul Krugman

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