Carta Magna: A lei esquecida

Brasil: A Carta rasgada

 "Companhias com mais de 200 funcionários devem assegurar ao menos
um deles na cúpula da organização"
(Constituição, artigo 11)
Por Luciano Pires


O Ministério Público do Trabalho (MPT) quer fazer valer uma regra que, apesar de constitucional, é letra morta nas relações entre patrão e empregado. A Carta Magna, em seu artigo 11, prevê que:
  • "companhias com mais de 200 funcionários devem assegurar a eleição de um deles para representá-los na cúpula da organização"
O mecanismo dá mais voz à base e retira dos sindicatos a exclusividade de falar em nome do trabalhador.

Por desinteresse dos empregadores (e dos sindicatos, óbvio), a lei é ignorada há duas décadas, mas isso tende a mudar. 
A possibilidade de negociar salários e melhores condições diretamente com presidentes e diretores de corporações é encarada pelo MPT como um direito fundamental.

Ricardo José Macedo de Britto Pereira, procurador do trabalho, diz que a medida precisa ser assegurada a qualquer custo, ainda que o setor privado e o sindicalismo de um modo geral resistam. 
  • “A intenção é aproximar os empregados e estimular os sindicatos a terem uma atuação mais presente. Boa parte dos trabalhadores está à margem dos sindicatos”, justifica Pereira.
Até agora, as ações têm sido no sentido de dialogar, colher sugestões e convencer o empresariado a adotar a ferramenta.

Na próxima segunda-feira, em São Paulo, procuradores do trabalho e representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação Nacional do Comércio (CNC) vão se reunir para traçar as linhas básicas de um plano que visa incentivar redes supermercadistas e empresas da construção civil a realizarem as primeiras eleições de representantes. 

Se não houver avanços, Pereira admite que a saída será buscar na Justiça a garantia para o cumprimento da norma. “A expectativa é que haja um efeito cascata”, completa o procurador do trabalho.

No Senado...

Está na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado um projeto de lei que regulamenta a eleição de representantes dos empregados nas empresas com quadro funcional superior a 200 pessoas. 

A proposta conta com a simpatia de parlamentares da base de apoio ao governo e da oposição. 

O texto, se aprovado, deverá colocar fim à polêmica jurídica que há tantos anos emperra a realização da escolha de um funcionário para falar em nome dos demais em uma mesma empresa.

(com informações do Correio Braziliense)

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