Comportamento: Características da Mente Emocional
"No mundo empresarial,
o QI (coeficiente de inteligência) alto consegue um bom emprego.
o QI (coeficiente de inteligência) alto consegue um bom emprego.
O QE (coeficiente emocional) alto garante promoções."
(Daniel Goleman - Psicólogo)
Daniel Goleman, badalado psicólogo (PhD) de Harvard, em seu livro Inteligência Emocional, examina questões polêmicas entorno dos labirintos da mente humana, aliando o rigor da investigação científica à experiência humana de psicólogo.
Na obra, o autor traduz para o público em geral as mais recentes descobertas neurológicas, base de apoio às suas teses reveladoras, as quais surpreendem a todos os que ainda acreditam na ditadura da razão pura.
Nos EUA, as ideias de Goleman tem orientado novas propostas pedagógicas, bem como servido de base no processo de seleção de empregados de grandes empresas.
No livro, ele sugere a partir de ampla amostra uma nova forma de mensuração do QI (coeficiente de inteligência), com a proposição de uma Inteligência Emocional assim caracterizada:
"Só recentemente, foi elaborado um modelo científico de mente emocional que explica por que muitas de nossas ações são determinadas pela emoção - por que somos tão racionais num determinado momento e tão irracionais em outros - e também foi firmado o entendimento de que as emoções têm uma razão e uma lógica que lhe são tão peculiares.
Para Goleman, "as duas melhores análises da mente irracional estão, talvez, em Paul Ekman, diretor do Laboratório de Interação Humana da Califórnia, em São Francisco, e em Seymour Epstein, piscólogo clínico da Universidade de Massachusetts.
Embora cada um deles tenha trabalhado com diferente indicadores científicos, do estudo dos dois podemos extrair uma lista básica de caracterísitcas que distinguem as emoções do resto da vida mental.
Uma resposta rápida e simplificada
A mente emocional é muito mais rápida que a racional, agindo irrefletidamente, sem parar para pensar. Essa rapidez exclui a reflexão deliberada, analítica, que caracteriza a mente racional.
No curso da evolução humana, essa agilidade, muito provavelmente, teve como objetivo exclusivo a mais básica decisão: o que merecia a nossa atenção e, uma vez vigilantes, quando, por exemplo, ao enfrentarmos um animal decidir, em frações de segundos: eu como isso ou isso me come?
As espécies que não foram capazes de uma reação imediata tiveram pouca probabilidade de deixar uma progênie que passasse adiante seus lentos genes de atuação.
As ações desencadeadas pela mente emocional carregam uma forte sensação de certeza, que é um subproduto de um tipo de comportamento bastante simplificado, de encarar determinadas coisas que, para a mente racional, são intrigantes.
Quando a poeira assenta, ou mesmo durante a reação, aí pensamos: 'porque fiz isso?" - este é o sinal de que a mente racional percebeu o que aconteceu, mas não com a agilidade da mente emocional.
Como o intervalo entre o que dispara uma emoção e sua erupção é, em geral, praticamente nulo, os mecanismos que avaliam a percepção de um acontecimento são muito velozes, mesmo em tempo cerebral, que é calculado em milésimos de segundos.
A constatação de que é preciso agir tem de ser automática e, de tal forma, que não chegue nunca ao nível da consciência. Somos tomados por uma reação emotiva 'rápida e rasteira', normalmente muito antes de sabermos com exatidão, o que se passa.
Esse modo rápido de percepção perde em precisão para ganhar em rapidez. Baseia-se em primeiras impressões e reage ao panorama global ou aos seus aspectos mais gritantes. Capta tudo num relance, reage e não perde tempo com uma análise mais minuciosa dos detalhes.
A grande vantagem, aí, é que a mente emocional é capaz de captar rapidamente uma emoção (ele está furioso comigo; ela está mentindo; isso está fazendo ele ficar triste) e, assim, de forma fulminante, dizer do que nos acautelar, em quem confiar, quem está com problemas.
Ela é o nosso radar para o perigo; se nós (ou nossos ancestrais) fôssemos aguardar que a mente racional tomasse uma decisão, é possível não só que houvéssemos cometido erros - também teríamos desaparecido como espécie.
Por outro lado, esse modo de percepção tem suas desvantagens - as impressões e julgamentos intuitivos, feitos num estalar de dedos, podem ser equivocados e dirigidos ao alvo errado.
Paul Ekman vê a rapidez com que as emoções se apossam de nós - antes mesmo que nos demos conta de que já se instalaram em nós - como uma adaptabilidade emocional essencial: mobiliza-nos para agir nas emergências, sem perda de tempo ponderando se ou quando reagir.
Ekman desenvolveu um sistema capaz de detectar alterações sutis na musculatura facial e na fisiologia corporal, que ocorrem em milésimos de segundos após a ocorrência do fato que causou determinada emoção.
Há, por exemplo, alteração no fluxo sanguíneo e nos batimentos cardíacos, que se iniciam rapidamente. Essa rapidez ocorre sobretudo nas emoções intensas, como naquela associada ao sentimento de medo diante de uma ameaça súbita.
Ekman afirma que, em termos técnicos, o auge da emoção dura um momento breve - segundos, e não minutos, horas ou dias.
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