Brasil: Sindicato do Crime, como nunca dantes...
Relações Perigosas
CUT/CONTRAF - A volta do peleguismo sindical
Foto: Sindigato na "República do Compadrio"
“O peleguismo sindical se tornou um caminho de ascensão social.
Alguns recebem salários superiores aos de diretores de bancos:
acima de R$ 20 mil mensais!
É muito mais vantajoso ficar no governo, óbvio.”
(Prof. Leôncio Martins Rodrigues - UNICAMP)
Com mais de 2 mil cargos no governo e influência sobre o destino de bilhões de reais, os sindigatunos nunca foram tão influentes no Brasil
O filme é velho
Poder-se-ia falar sobre aquele velho filme do roteirista Robert L. Fish - "Sindicato do Crime", de 1996: uma mistura de ação, aventura, comédia, policial e terror rodado no Reino Unido sob o título original de "The Assassination Bureau".
Ou, talvez, fazer vistas grossas a fatos apurados de notório conhecimento público, como fizeram certos blogueirões (sujos e mercenários) dissidentes do PiG que, após serem defenestrados de seus pedestais midiáticos, tentam a todo o custo (alto) provar o improvável ao se referirem às graves acusações como:
- "Reporcagem que tem por objetivo apenas super-dimensionar o poder do sindicalismo", ou
- "Ora, o artigo é pura manipulação..."
É mesmo? Vamos aos fatos e não aos tratos.Segundo reportagem de maio deste ano, publicado na (sempre) suspeita revista dos Marinhos, Épipoca, o repórter Leandro Loyola (Sucursal de Brasília) recheou as páginas centrais da revista (tema de capa) com uma pesquisa, no mínimo, coincidente com a realidade mais recente vivida pelos bancários na greve deste ano, oportunamente obliterada pelo Sindicato dos Bancários - filiado a CUT/CONTRAF.
Vale lembrar que Dilma - a candidata do governo está eleita, e com justiça, reconheça-se. Não houve, portanto, nenhum "golpe" contra a democracia, ou contra o Estado de Direito, tão propalado por certas alas da assim chamada "mídia alternativa", cujas benesses vão desde "bolsa-blog" - concedida por empresas estatais de comunicação - até vultosos financiamentos publicitários, não apenas de estatais, como também da iniciativa privada, pasmem.
Portanto, totalmente descabido esse tipo de raciocínio rasteiro, que atenta contra a inteligência mediana de qualquer cidadão minimamente esclarecido, e tenta disfarçar, desavergonhadamente, suas mazelas escancaradas.
Dito isto, confira, abaixo, caro amigo navegante, trecho da matéria, a qual virou um estrepe ao governo Lula:
Dito isto, confira, abaixo, caro amigo navegante, trecho da matéria, a qual virou um estrepe ao governo Lula:
Por Leandro Loyola
"Com menos cargos que a CUT no governo, a Força Sindical e outras centrais, como a União Geral dos Trabalhadores (UGT), têm poder de influência por causa da participação em conselhos do governo. Esses conselhos decidem o destino de bilhões de reais em dinheiro público.
Os mais vistosos são o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o Conselho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com um patrimônio de R$ 160 bilhões, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) é uma das principais fontes de recursos para os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Até o ano passado, a presidência estava nas mãos do jornalista Luiz Fernando Emediato, amigo de Paulinho e consultor da Força Sindical desde os anos 1990.
No Tribunal de Contas da União, o FAT acumula mais de uma centena de auditorias motivadas por suspeitas de mau uso das verbas.
- No ano passado, o FAT registrou o primeiro déficit de sua história, de R$ 1,8 bilhão.
Os sindicalistas ajudam a decidir sobre o destino dos empréstimos do BNDES. Em 2008, a Polícia Federal (PF) desencadeou a Operação Santa Tereza, que desarticulou uma suposta quadrilha que venderia a prefeituras facilidades para liberar empréstimos do BNDES.
- Um dos presos foi o advogado Ricardo Tosto, representante da Força Sindical no conselho.
- Outro foi João Pedro Moura, consultor da mesma Força.
Os dois eram amigos do deputado Paulinho. Moura também foi apontado pela PF como responsável por entregar R$ 1,3 milhão do FAT à ONG Meu Guri, administrada pela mulher de Paulinho, Elza Costa Pereira. O processo ainda corre no Supremo Tribunal Federal.
As centrais sindicais têm assento em conselhos
que decidem o destino de R$ 220 bilhões
Desde sua fundação, em 1990, a Força Sindical foi a principal antagonista da CUT, criada em 1983. A partir de 2007 houve uma aproximação incentivada pelo governo. A união não foi simples. “No começo, em todo ato conjunto, a gente levava uma bandeirona”, diz Paulinho. “Quando saía briga, o pessoal ia lá e cobria para ninguém ver.” O esforço de conciliação valeu a pena.
Os sindicalistas nunca tiveram tanto acesso a um presidente quanto têm a Lula. “Quando vamos lá, o Lula diz: ‘Se vocês chegam com uma proposta única, como eu vou negar?’”, diz Paulinho.
A CUT diz que a entrada de sindicalistas no governo representou custos para a central. “Os dirigentes que foram para o governo queriam que a gente maneirasse”, afirma o presidente da CUT, Artur Henrique. “Quem ficou achava que bastava o Lula estar lá no governo e que os ex-companheiros iam atender a tudo.”
- O movimento sindical suavizou sua postura no governo Lula.
As greves se reduziram e as críticas rarearam. Os sindicalistas afirmam que não reclamam porque o governo foi melhor que os anteriores. “A reação do governo a nossas reivindicações é mais respeitosa hoje”, afirma Artur Henrique. Alguns números reforçam a argumentação dos sindicalistas. Por conta da boa fase da economia, 80% das categorias conseguiram aumentos acima da inflação. O movimento sindical conseguiu também reajuste do salário mínimo acima da inflação.
- Uma parte dos sindicatos mais alinhados à esquerda, porém, se rebelou, saiu da CUT e formou a Conlutas, ligada ao PSTU. Eles reclamam que ex-dirigentes da CUT no governo sabotaram sindicatos que se insurgiram contra a política econômica.
O Andes, sindicato dos professores universitários federais, afirma que a CUT e seus ex-dirigentes no governo insuflaram a criação do Proifes, um sindicato de professores universitários federais alinhado ao governo. A assembleia de fundação do Proifes foi feita na sede da CUT, em São Paulo.
- “Criaram, dentro do Ministério da Educação, um sindicato chapa branca para matar o Andes”, afirma o presidente do Andes, Ciro Correia.
A CUT nega.
A era Vargas (1930-1945) é essencial para entender o que acontece hoje no sindicalismo brasileiro (leia o quadro abaixo). Ao tomar o poder, o presidente Getúlio Vargas cooptou os sindicatos com a unicidade sindical (apenas um sindicato em determinada áera geográfica pode representar uma categoria) e a criação do imposto cobrado do trabalhador.
A estrutura varguista foi ampliada no governo Lula. Em 2008, Lula assinou a legalização das centrais sindicais:
- Elas passaram a receber 10% da arrecadação do imposto sindical. Neste ano, essa cifra correspondeu a cerca de R$ 100 milhões, divididos entre as centrais de acordo com o número de trabalhadores que representam.
- Lula garantiu também que esse dinheiro ficasse longe da fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU).
- “O governo Lula teve papel decisivo na desorganização do sindicalismo combativo no Brasil”, afirma Ricardo Antunes, da Universidade de Campinas.
O movimento sindical busca mais espaço.
Dois projetos de lei em discussão na Câmara preveem a criação de um horário gratuito em rádio e televisão para os sindicatos. Cada central sindical teria direito a um programa de dois minutos por ano e a uma cota de dez a 40 minutos anuais, divididos em inserções de 30 segundos a um minuto nas redes nacionais de rádio e televisão.
- “Em democracias avançadas há espaço na mídia para outras organizações, além dos partidos políticos”, afirma a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), autora de um dos projetos.
- “É uma forma de debater com a sociedade, garante.”
A verdade, pura e simples
Muitos sindigatunos não estão nem um pouco preocupados com questões coletivas, e sim com o orçamento doméstico.
Alguns, que recebem salários acima de R$ 20 mil mensais, dificilmente conseguirão remuneração igual fora do governo.
Eles podem buscar vagas como consultores de sindicatos ou governos estaduais e municipais. Mas não é a mesma coisa.
- “O sindicalismo é um caminho de ascensão social”, diz Leôncio Martins Rodrigues.
- “É muito mais vantajoso ficar no governo, arremata.”
Após sete anos, os "sindigatunos" (neologismo nosso, credite-se) travam uma luta feroz contra aqueles que deveriam representar (os trabalhadores), e não medem esforço$ por suas causas bastantes "nobres":
- manter-se no estrelato." (leia-se: manterem as benesses, aparte nosso)
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