Greve: Fenaban, eleições e Sindicato dividem bancários

Sindicato orientado pelo governo encerra a greve em SP, que continua em outros estados
A maioria das assembleias dos bancários aprovou nesta quarta-feira as propostas feitas por Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que representa os bancos privados, e devem voltar a trabalhar nesta quinta-feira. 

A categoria estava em greve havia quinze dias e, durante o período, 8,28 mil agências chegaram a fechar em todo o País.Os bancários iniciaram a campanha de dissídio demandando um reajuste de 11%, enquanto a Fenaban ofereceu reajuste de 4,29% para toda a categoria, inicialmente, elevando a proposta depois para 6,5% e a última (aceita pelo Sindicato) de 7,5%. 

O Comando Nacional dos Bancários havia pedido que a  última proposta feita pelos bancos fosse aceita, e para obter sucesso se aliou aos diretores dos bancos que enviaram para as assembleias grande contingente de executivos para encerrar a greve.  
  • Em S. Paulo, houve, literalmente, um racha da categoria sendo que a decisão só saiu após contagem (tensa) dos votos dos presentes nas assembleias.

Confira onde a greve continua

Banco do Brasil
 A proposta do BB foi negada em Pernambuco, Porto Alegre, Maranhão, Vitória da Conquista e Tres Rios (RJ). 

Caixa
As agências da Caixa continuam fechadas no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Pará, Amapá, Maranhão, Vitória da Conquista, Jundiaí (SP), Três Rios (RJ) e Santo Ângelo (RS). 

Bancos Privados
Maranhão 

Greve para grevistas

Segundo o coletivo Bancários de Base, que não é controlado por nenhum partido político, diferentemente dos Sindicatos que são pelo PT,  "havia vários companheiros que, quando a assembleia votou em favor da greve, não acataram a decisão e não fizeram greve. Sendo que esses mesmos executivos compareceram em massa nas assembleias para, desta vez, votar contra a greve".

No entender da oposição bancária, esses 'companheiros' que nada tem de companheiros - em realidade, pelegos subservientes aos banqueiros - deveriam se abster da votação, senão por uma questão de ética, certamente pela simples questão de não serem sindicalizados. 
  • Quem não faz greve não pode decidir se a greve continua ou não. 
  • Se cumpre aos integrantes dos sindicatos decidirem, seria de se esperar que sindicalizados decidissem. Isto não ocorreu, em virtude de o sindicato estar em conluio com diretores dos bancos.

Fato é que a ditadura do microfone foi quem decidiu encerrar a greve na maioria dos estados. As assembleias lotadas de gerentes e fura-greves, com acordos tácitos que aceitam punição aos grevistas  e índices rebaixados, além de questões específicas que se arrastam em mesas de "enrolação permanente".

Quem são os traíras?
Velhos tucanos de carteirinha: gerentes de área, gerentes de unidades, gerentes de departamentos e subordinados diretos. Todos aspirantes a privilégios, que imaginam ser eternos favorecidos de benesses efêmeras. Tolos é o que são.

Tudo isso não são acidentes ou enganos: são opções conscientes de uma diretoria que não tem a menor preocupação em organizar os trabalhadores para lutar, e sim eleger o próximo presidente, a candidata Dilma Rousseff. Fique claro.

Triste despedida de uma diretoria sindical acoelhada, vendida e (desa)vergonhada.

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