Mercado: Quem ganha com a oferta da Petrobras?

A BM&F Bovespa é uma delas, garante o Barclays

Foto: Barclays perdeu o bonde da alegria

Após muitos rumores e discussões entre governo e Petrobras (PETR3, PETR4), finalmente foi anunciado o preço do barril da cessão onerosa envolvido na capitalização da estatal – que ficou, na média, em US$ 8,51. Com isso, uma das maiores incertezas acerca do processo agora se dissipou, dando certo espaço para uma recuperação dos ativos da petrolífera, bastante penalizados no ano. Mas o que mais isso significa para a renda variável brasileira?

Segundo o Barclays, significa uma possível melhora de volumes na bolsa. As ações da Petrobras estão entre as mais líquidas, dividindo com a Vale (VALE3, VALE5) o posto de papéis mais negociados na BM&F Bovespa diariamente. Entretanto, com a apreensão em torno da oferta de ações, o volume médio diário dos papéis PETR3 e PETR4 caiu nos últimos meses.

“A velocidade média ficou em 47,5% nos últimos 60 dias, em comparação ao nível histórico de 70%”, escrevem Henrique Caldeira e Roberto Attuch, que assinam o relatório do banco. Essa perda de ritmo representa, aproximadamente, R$ 220 milhões a menos na média de volume diário. Com isso, a média de volume diário da bolsa (cerca de R$ 6 bilhões) já está abaixo das expectativas do Barclays para o trimestre em cerca de 8,1%.

Primeiro passo

Entretanto, a precificação do barril é o primeiro passo para reverter essa tendência negativa – que, contudo, só deve se encerrar depois da finalização da oferta de ações da estatal, marcada para 30 de setembro.

A expectativa do banco britânico é que a velocidade das ações da Petrobras se normalize, com o volume voltando aos R$ 695 milhões diários. Considerando ainda a potencial apreciação de 10% dos ativos – que, até a sessão da véspera, acumulavam variação negativa em cerca de 24% no ano – esse volume poderia atingir R$ 800 milhões.

“Além disso, o fluxo adicional também traz volumes extras que vão depender da liquidez concentrada no mercado de ADRs (American Depositary Receipts)”, apontam os analistas. Com isso, o volume médio diário da estatal deve, sozinho, trazer novos R$ 520 milhões à bolsa em bases recorrentes – valor que deve aumentar conforme a oferta se aproxima.

O Barclays também avalia que uma oferta de tamanha magnitude no mercado de capitais local trará números excepcionalmente fortes para o mês, que será impactado por um alto número de negociações com os papéis devido à capitalização, com cerca de R$ 20 bilhões “mudando de mãos”, caso não haja novos fluxos. Cabe dizer que, apesar do tamanho da operação ainda não ter sido divulgado, a expectativa é que a oferta para o mercado fique entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões.

Bom, mas nem tanto

Entretanto, apesar de ser um possível catalisador no curto prazo, melhorando os dados atuais da operadora da bolsa brasileira, os analistas não acreditam (?) que a operação será suficiente para causar uma revisão significativa no lucro por ação da BM&F Bovespa.

Além disso, caso seja adiada novamente – o que não parece provável, com diversos membros do governo e a Petrobras confirmando a operação para 30 de setembro – as ações da estatal devem seguir pressionadas pela capitalização devido ao montante excessivo de novos ativos. “Entretanto, esse excesso já pode ter se espalhado para outros nomes líquidos, como a Vale, que também viu seu volume médio diário cair recentemente”, explicam. Esse fator, assim como o fato de que os investidores podem estar acumulando ações da Petrobras e impactando indiretamente os ativos de outros setores, a atividade da bolsa brasileira pode seguir neutra.

Os analistas lembram ainda que o número de ofertas em 2010 está abaixo do visto em 2009. Depois da oferta da Petrobras, é possível que a atividade se intensifique, mas o Barclays não prevê um aumento de volume significativo.

Assim, apesar de verem a oferta da Petrobras como um possível catalisador para a renda variável brasileira, os analistas optaram por manter a recomendação e o preço-alvo dos papéis da operadora da bolsa (BVMF3) – overweight (desempenho acima da média de retornos esperados do setor nos próximos 12 meses) e R$ 14,50 (frente aos R$ 13,11 do fechamento da véspera) – inalterados (? tomou bonde, aparte meu).

Mantega: oferta da Petrobras é positiva para a empresa e para a União

Boa para a Petrobras (PETR3, PETR4) e boa para a União. É assim que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, enxerga a capitalização da estatal, que, conforme o prospecto divulgado nesta sexta-feira (3), concorre ao posto de maior oferta de ações da história.

Segundo o ministro, a operação "promoverá o fortalecimento da Petrobras e o aumento do patrimônio da União, que passa a ter acesso à essa riqueza do pré-sal. Certamente, esse é só o início do processo que permitirá levar a população à riqueza que está no subsolo brasileiro".

Detalhes
  • A captação inicial da empresa poderá chegar a R$ 110 bilhões, conforme o pedido protocolado pela empresa junto a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) durante a manhã, com volume final de 4,3 bilhões de ações (considerando o montante inicial e os lotes complementar e adicional).  
  • O ministro garantiu a participação dos acionistas minoritários na oferta, mas evitou maiores comentários sobre os parâmetros da oferta, se dizendo impedido por conta de seu cargo no conselho de administração da Petrobras. Vale ressaltar que dentro da oferta de varejo, os empregados da estatal terão prioridade na operação, sendo beneficiados, inclusive, com um plano de incentivo, oferecendo um crédito de 15% no valor do investimento pretendido por cada indivíduo. 
  • "O governo vai participar cumprindo as suas prerrogativas legais na proporção que já possui, ou até um pouco mais, mas esses parâmetros não estão definidos e eu não posso revelá-los sob pena de ter uma advertência da CVM", completou. 

Fonte: Infomoney

Comentários: Esqueçam essas recomendações. Ações da Petrobras oscilarão bastante em razão da grande procura (que já ocorre) por seus papéis, e assim manter-se-á até final de setembro. 

Anteontem (1º/09), por exemplo,  subiram mais de 5% no dia, caindo no dia seguinte para realização de lucros; e, ambos os papéis - tanto os ordinários (PETR3), quanto os preferenciais (PETR4), alavancam o Ibovespa com expressivas altas acima de 4%, no dia de hoje.

Desconfio que o Barclays está com posições manifestas equivocadas em sua carteira. 

Faz parte, se alguém vai ganhar (Bolsas, Governo, Petrobras e acionistas da Petrobras), "alguéns" vão perder: a rapaziada do Barclays tomou bonde errado, de novo. Tem culpa eu?

Os britânicos que tratem de vir ao Brasil tomar aula de Capitalismo, com o sindicalista (Socialista):  Lula !

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