Vamos ao Teatro? Espetáculo "Vida" estreia no SESC

Espetáculos

Companhia brasileira de teatro estreia o espetáculo “Vida”
 SESC Santana, dia 17 de julho, sábado, às 21h

Por Fabiano

A ideia da vida como transformação. Este é um dos pontos de partida da Companhia Brasileira de Teatro em seu novo espetáculo, “Vida”. A montagem que estreia em São Paulo, no SESC Santana, no dia 17 de julho, às 21h, esteve na Mostra 2010 do Festival de Curitiba, em cartaz na cidade do Rio de Janeiro e no FILO – Festival Internacional de Londrina no mês de junho. A companhia tem patrocínio da Petrobras.

“Vida” é o resultado de um longo e profundo período de pesquisas sobre a obra do poeta curitibano Paulo Leminski. A peça não é a adaptação de uma obra literária, mas sim um texto original escrito a partir da experiência de leitura e de convivência criativa com os textos do autor e suas referências.

Não existe no texto a citação de um único poema na íntegra, mas a essência da obra de Leminski - viva e pulsante.

Assim como o próprio inspirador do trabalho, o espetáculo “Vida” se apropria de referências múltiplas e as coloca num caldeirão próprio e pessoal. Com liberdade para criar e repensar, os integrantes da companhia se deixaram atravessar e contaminar pelo espírito rebelde e revolucionário de Leminski. A influência também se reflete no fluxo visceral de idéias, que remete a Catatau, obra maior do artista. Um fluxo urgente, nas águas do qual se é arrastado sem poder parar.

ENREDO

Exilados numa cidade imaginária, dois homens e duas mulheres fazem parte de uma banda que ensaia para uma apresentação comemorativa do jubileu da cidade. Fechados numa sala vazia, convivem entre si e revelam comportamentos, relações, conflitos e histórias. Erupções de suas vidas prosaicas, repletas de humor, sensibilidade e um sentido de transformação.

A partir da relação dos quatro personagens, se transformando - a si próprios e aos outros, assim como ao ambiente que os cerca – brota e flui uma viagem para a mudança. Mudar, ou não conseguir mudar e apenas ver.

Forma e conteúdo ocupam um mesmo plano de expressão em todo o trabalho da companhia brasileira de teatro. Em Vida, esta relação é fortalecida. A construção de uma linguagem polifônica, com forte presença musical, misturas de idiomas e diversidade de pontos de vista narrativos, dá continuidade à pesquisa que a Companhia vem realizando ao longo de sua trajetória.

Também estão muito presentes, reflexões sobre linguagem, o diálogo com referências dispares e a própria montagem de uma dramaturgia original. Para a companhia brasileira de teatro, a construção de uma dramaturgia contemporânea leva como ingredientes fundamentais a troca de vivências, o processo colaborativo entre os artistas e todas as descobertas reveladas pelo caminho. Transformação é um processo.

A música, mais uma vez no trabalho da companhia, desempenha a função de um elemento dramatúrgico. Criada por André Abujamra, a trilha sonora promove o encontro de várias referências, em sintonia com o espírito de toda a obra. O jazz de Etta James encontra confluência em ritmos do leste europeu, revelando mais uma vez o universo plural de referências que se admite colher, essência leminskiana latente. Os atores não são músicos. Exploram naturalmente a limitação que possuem com os instrumentos. Tocam na medida de suas possibilidades, buscando relação entre eles mesmos e o mundo. Transformam o silêncio em vida, assim como fazem do vazio matéria prima da criação.

VIDA – DA PESQUISA AO PALCO

A Companhia Brasileira de Teatro iniciou o projeto que culmina com esta montagem há dois anos, com patrocínio da Petrobras. A pesquisa teve como objeto de estudo a obra do poeta curitibano e multiartista Paulo Leminski, morto aos 44 anos de idade em 1989.

O ponto de partida para iniciar a abordagem criativa sobre a obra do poeta foi a leitura do livro Vida, uma reunião de quatro ensaios biográficos escritos em épocas diferentes sobre figuras históricas de alta relevância poética, política e cultural. Personagens que, cada um em seu tempo, foram exemplos de vidas extremas, responsáveis por rupturas sociais e marcadas pelos signos da superação e da transformação.  São eles Jesus Cristo, Bashô, Trotski e Cruz e Souza.

Logo depois do contato com essa vertente biográfica, iniciou-se um trabalho de aproximação às múltiplas referências que formavam o vasto repertório de Leminski. Toda a sua obra como tradutor, por exemplo, que inclui textos seminais como: Satyricon, de Petrônio, textos modernos como Malone Morre, de Beckett, textos pop como O Atrapalho no Trabalho, de John Lenon, passando por Pergunte ao pó, de John Fante e Giácomo Joyce, de James Joyce. Um arsenal de possibilidades formais e de estruturas narrativas.  Uma babel de idiomas e de linguagens. O terreno fértil para o florescimento de uma obra viva e livre.

O momento seguinte, então, foi o das leituras de cartas, ensaios, crônicas, prosas poéticas, música e, finalmente, a poesia, seu traço mais conhecido. Na trajetória de pesquisa, várias ações estéticas foram realizadas. Oficinas de criação interdisciplinar a partir de textos seus, ações estéticas na rua com a utilização dos poemas, performances em espaços públicos, um sarau com leituras de cartas, traduções, poesia e música, além da montagem de um solo teatral a partir do texto de juventude Descartes com Lentes (o embrião do Catatau). Também seguiu em paralelo o trabalho diário de criação dramatúrgica para um novo espetáculo, que se deu através de grupos de estudos e de entrevistas com parceiros, amigos e parentes de Leminski, coordenados pelo núcleo da Companhia Brasileira.

Dando continuidade às atividades ao redor da obra de Paulo Leminski, a companhia iniciou 2009 com a criação do espetáculo propriamente dito. Mais um ano de trabalho decorreu, até a criação de “Vida”. O texto final é de Márcio Abreu, mas contou com processo colaborativo de todo o elenco, formado por Giovana Soar, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez e Rodrigo Ferrarini.

Ficha Técnica
Texto e Direção: Marcio Abreu
Dramaturgia: Giovana Soar, Marcio Abreu e Nadja Naira
Elenco: Giovana Soar, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez e Rodrigo Ferrarini
Músico: Gustavo Proença / Audryn de Souza
Trilha sonora: André Abujamra
Direção Vocal de Texto: Babaya
Cenário e Figurino: Fernando Marés
Iluminação: Nadja Naira
Operação de luz: Erica Mityko/ Zan Martins
Operador de canhão: Mariah Carvalho
Assistente de iluminação e produção: Erica Mityko
Arte Gráfica: Solda
Design Gráfico: Adriana Alegria
Tradução dos textos: Anna Podlesna Guarize, Irina Starostina e Giovana Soar
Diretora de Produção: Giovana Soar
Produção Executiva: Cássia Damasceno
Produção local: Stella Marini
Contra-regra e estagiário de produção: Rodrigo Hayalla
Contrarregragem: Jardel Romão
Duração: 1h55 minutos | Classificação: 14 anos


Serviço
SESC Santana
Avenida Luiz Dumont Villares, 579 – (11) 2971 8700
Estreia dia 17 de julho, sexta-feira, às 21h.
Temporada até 08 de agosto.

Teatro SESC Santana
(capacidade: 349 lugares, incluindo 4 para obesos e 8 para deficientes físicos)
Sextas e sábados, às 21h e Domingos, às 19h30
Ingressos R$ 20,00; R$ 10,00 (estudantes e idosos) e R$ 5,00 (comerciários)
Duração 1h55min.
Classificação etária 14 anos.

Fonte: Assessoria de Imprensa - Companhia brasileira de teatro (www.fccomunicacao.com.br)

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