Mercado: Ofertas de ações até junho é a segunda maior desde 2004

 Ofertas de ações até junho só perdem para volume de 2007
A venda de R$ 9,7 bilhões em papéis do Banco do Brasil, concluída no dia 30 de junho, contribuiu para levar o volume de ofertas públicas de ações registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no primeiro semestre deste ano a R$ 24,1 bilhões. Isso é mais que o dobro dos R$ 11,3 bilhões levantados em igual período do ano passado e o segundo melhor desempenho para um primeiro semestre desde a retomada do mercado de capitais brasileiro, em 2004.

O recorde ainda fica com a primeira metade de 2007, ano do boom das ofertas públicas de ações no Brasil, com volume de R$ 26,9 bilhões de janeiro a junho. Naquele ano completo, as distribuições totalizaram mais de R$ 70 bilhões.

Apesar dos volumes parecidos no primeiro semestre, as semelhanças param por aí com o ano de 2007. Naquele período esse montante foi captado no mercado por meio de 35 operações, sendo que a maior foi a da Usiminas, de R$ 2 bilhões. De janeiro a junho deste ano foram 14 transações, sendo que apenas as ofertas do Banco do Brasil e do estaleiro OSX, de Eike Batista, responderam por R$ 12,2 bilhões, ou metade do total.

Além da OSX, estrearam na bolsa neste ano a administradora de shoppings Aliansce, a empresa de programa de fidelidade Multiplus, a investidora imobiliária BR Properties, a concessionária Ecorodovias, a empresa de serviços de engenharia Mills e a companhia de logística Júlio Simões.

No primeiro semestre do ano passado, o mercado de capitais ficou praticamente fechado, ainda como consequência da crise financeira, com apenas a credenciadora de cartões Cielo estreando na bolsa. Logo após as ofertas bem-sucedidas da Cielo e da incorporadora MRV, feitas em junho, outras cinco empresas aproveitaram a "janela" e foram ao mercado em julho.

Agora em 2010 o cenário é diferente. Antes do início das férias de agosto no hemisfério Norte, apenas a Renova Energia deve lançar ações na BM&FBovespa, numa operação que virá quase como uma colocação privada, com garantia firme de subscrição de dois fundos ligados ao banco coordenador, o Santander.

Mas esse pequeno movimento não decorre da falta de interesse das empresas em abrir capital ou de realizar ofertas subsequentes - no caso daquelas já listadas. O fato é que as incertezas ligadas à União Europeia e à capitalização da Petrobras atrapalharam os planos das companhias.

A empresa de serviços financeiros GRV Solutions, que iria abrir o capital, em conjunto com a fabricante de alimentos M. Dias Banco e o banco Cruzeiro do Sul, que fariam novas ofertas, desistiram de realizar as distribuições citando condições adversas de mercado. No caso das duas últimas empresas, o adiamento ocorreu pela segunda vez, já que elas tentam vender papéis na bolsa desde o fim do ano passado.

Outras seis empresas figuram na lista das companhias com ofertas em análise na CVM, mas que aguardam o melhor momento para lançar efetivamente a operação. São elas: WTorre (investimento imobiliário), Sonae Sierra (shopping), Brasil Insurance (corretora de seguros), Autometal (autopeças), Norskan Offshore (serviços da cadeia de petróleo) e Multiner (energia).

Mas além de enfrentar o mercado em um momento ainda de indefinição de rumo, essas empresas têm de lidar com as idas e vindas da megaoferta de ações programada pela Petrobras, que deve drenar a liquidez da bolsa.

Muitas delas não pensavam em fazer a distribuição agora em julho, porque a estatal dizia que sua capitalização, que deve movimentar cerca de US$ 60 bilhões (sendo metade em dinheiro e metade em barris), ocorreria neste mês. Há duas semanas, entretanto, a companhia informou que a transação ficará para setembro.

Fonte: Valor Econômico - 05/07/2010

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