Gestão Empresarial: O Casal Perfeito

A Ilha dos gestores
Rainha de Copas e Lorde Voldemort, um casal perfeito
Sei. Você tem certeza de que não é a Rainha de Copas.
"Nós(?), os apaixonados, somos os bonzinhos.
Não sabemos falar em português, 
mas adoramos falar em inglês; 
é chique nos 'úrtimos'.
Os inconformados são uns chatos,  os 'losers'. 
O ruim são sempre os outros. Nunca nós.
Diretores: convidem-me para jantar..." 
(Tato de Macedo)
 Por Adriana Salles
 
Tudo bem. Mas é preciso ver se os outros na empresa pensam da mesma maneira. Vamos dar um artigo na HSM Management julho-agosto de como um reality show de TV inglês ajudou o presidente de uma construtora a sair de seu “País das Maravilhas” (qualquer semelhança com tua empresa é mera coincidência, juro-te!) e conhecer a realidade da organização.

Ele se disfarçou, e coisa e tal (não vou fazer um spoiler). Mas há um livro, chamado “Monday Morning Leadership”, de David Cottrell, que tenta ensinar os executivos a escapar do Managementland sem ser à paisana. Encontrei dez dicas que repasso, afinal conselhos são bons porque são grátis
  1. Seja um ouvinte excepcional. Mesmo. Não adianta fazer de conta que ouve quando, mentalmente, você está é recheando sua fala com mais argumentos. 
  2. Vá para a linha de frente. Não é necessário disfarce. Basta ser o presidente de uma fábrica de iogurtes que fica quatro horas no supermercado uma vez por mês, observando o que os clientes falam, ou despende o mesmo tempo no call center da empresa. O raciocínio vale para todos os escalões de liderança, até o gerente júnior, o supervisor, o líder informal.
  3. Tenha, regularmente, reuniões um-a-um, ao menos com os funcionários-chave. Não fique só ouvindo o que um terceiro lhe traz de informações sobre a atividade deles. Vá direto à fonte. Mesmo sem querer, o terceiro deturpa a informação. Isso, quando não o faz de propósito. 
  4. Faça reuniões informais com as pessoas, de café da manhã, cafezinho, chá da tarde, restaurante etc. (os gestores sempre preferiram a noite, reservadamente)
  5. Realize pesquisas com os funcionários. Muitas. A única desculpa aceitável para não fazê-las é você saber de antemão que não fará nada a respeito dos resultados. 
  6. Não seja prisioneiro em sua torre de marfim (Este parece ser um problema comum a todos os cegos dos castelos). Saia sempre do escritório. Ande por toda parte. 
  7.  Valha-se da tecnologia das redes sociais online (Vade retro Orkut) - blogs, twitter, facebook, msn– ou dos e-mails e SMS de celular, que seja. Em vez de reclamar que os outros usam esses instrumentos em excesso, use-os você também, como aliados, na medida certa.
  8. Vá almoçar sempre com funcionários (Eles preferem, sabidamente, eleger aquelas funcionárias que, em geral, são mais dadas a talentos especiais extra-profissionais, reconheça-se), tanto quanto com clientes. No restaurante da empresa ou nos arredores. (O conselho coincide em certo ponto com o item 4, mas não 100%.) 
  9. Estabeleça uma cultura suficientemente informal e arejada em que as pessoas se sintam à vontade para desafiar a autoridade e para falar o que realmente pensam. 
  10. Busque feedback o tempo todo e em ângulo de 360 graus. Não adianta a opinião de um ou dois gatos pingados.
 Cuidado. Líder rainha-de-copas é o que não falta; é muito mais comum do que líder rainha-branca (supondo que ela seja antenada e empática, porque não vi o filme do Tim Burton). 

Em todo caso, fuja do Managementland. Ria com o Gato-que-Ri, corra atrás do Coelho-Sempre-Atrasado. Tome chá com o Chapeleiro Maluco. Não mande cortar a cabeça da Alice só porque uma carta do seu baralho de soldados implicou com ela. 

Abra as portas (e não apenas, as pernas), as enormes  e as minúsculas (cabeças) também. 

Humanize-se. 

Socialize-se.

PS.: Os grifos em azul é por conta do editor do Clipping do Tato


Comentários: Ocorre-me, entretanto, lembrar a Secretaria de Imprensa Sindicato dos Bancários de Santos e Região que divulgou essa "chatice":

Encontro BB/Nossa Caixa define paralisações 

>> Funcionários são discriminados e perdem direitos

Depois da incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil os funcionários da Nossa Caixa estão sendo prejudicados e discriminados. Estão tendo seus direitos retirados sem nenhuma explicação da diretoria do BB.

Os representantes do BB dizem que todos, agora, são seus funcionários. Contudo e principalmente os bancários da Nossa Caixa estão arcando com perdas da fusão como a gratificação variável, a Cassi, a Previ, Plano de Cargos e Salários e outros direitos.

Por isso, foi realizada um Encontro, dia 26/05, no Sindicato dos Bancários de Santos e Região, onde foi deliberado pelos funcionários do BNC um calendário de paralisações:

>> CALENDÁRIO DE PARALISAÇÕES
- Dia 02/06/2010
Paralisação de 2 horas em todas as agências da Nossa Caixa em toda a região
Das 10h às 12h

- Dia 09/06/2010
Assembleia às 19h, na Av. Washington Luiz, 140, Santos – Sindicato dos Bancários de Santos e Região

- Dia 10/06/2010
Paralisação de 24h, em todas as unidades da Nossa Caixa em toda a região

Vamos ampliar a luta pelos nossos direitos

A diretoria do Sindicato já iniciou contatos com outros dirigentes do BB/BNC no 21º Congresso Nacional do BB, realizado dias 29 e 30/05, em São Paulo. Discutirão o grave problema enfrentado pelo funcionários (as) da Nossa Caixa após a incorporação com a Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul no Encontro Regional dos Bancários, dia 08/06, em São José dos Campos e na Conferência Interestadual da Federação, dias 22 e 23/06, em Mongaguá. Onde estarão reunidos todos os 24 sindicatos filiados à entidade.

O objetivo da diretoria do nosso Sindicato é que a partir da Baixada Santista o movimento de paralisação cresça e ganhe força para pressionar a diretoria do BB a tratar com respeito todo o seu funcionalismo, principalmente os incorporados da Nossa Caixa, que estão sendo prejudicados e tratados com descaso. A falta de informações e as decisões unilaterais tomadas pela diretoria do banco é autoritária.

Muitos funcionários da Nossa Caixa reclamam que perderam a Cassi sem serem informados, que não podem optar para o Prevmais, são taxados por serviços do banco, quando não deveriam já que os demais estão isentos e muitas outras discriminações.

 Falta de convênio médico: Cassi x Economus

São alarmantes as reclamações de falta de atendimento médico, internações, exames, tratamentos interrompidos.

No início da incorporação os representantes da Cassi e do Economus assinaram um acordo em que os funcionários da Nossa Caixa poderiam ser atendidos pelo plano de saúde do BB (Cassi). O acordo expirou e nem a Cassi e o Economus informaram os funcionários, ou reativaram o convênio. 

Entretanto, a Cassi, que paga mais pela consulta, ofereceu convênio aos médicos filiados ao Economus, que paga menos. 

O resultado é que os funcionários da Nossa Caixa não estão sendo mais atendidos por vários especialistas que eram conveniados pelo Economus e perderam o convênio com a Cassi. 

Eles não formam um "Casal Perfeito"?

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