Fórum Econômico Mundial: Novo colapso financeiro pela frente?
Economia Internacional
Pacote sem precedentes na Europa vai reforçar o Euro?
O recém-aprovado pacote de resgate à economia grega vai "reforçar o Euro em meio aos recentes desafios sistemáticos enfrentados pela Zona do Euro e a Europa". A afirmação foi proferida por Olli Rehn, representante da Comissão Europeia para assuntos econômicos e monetários, no Fórum Econômico Mundial.
O encontro, que reúne políticos, economistas e especialistas para discutir assuntos econômicos de interesse global, teve início nesta segunda-feira (10) em Bruxelas, na Bélgica, apontando a atual crise fiscal na Europa como seu principal tema de discussão.
Em nota, a organização internacional destacou que o pacote sem precedentes prevê um comprometimento dos membros da União Europeia de tomar significantes medidas fiscais para reduzir os débitos e para colocar em prática um plano de estabilização econômica, criado pelo Consulado Econômico e Financeiro da UE, do qual fazem parte os ministros das finanças de todos os países-membros do bloco.
"Isto vai funcionar como um freio à recente crise e também deve resguardar a recuperação econômica que está em curso no Velho Continente através da criação de condições necessárias para um crescimento econômico sustentável e empregos", afirmou Rehn.
Apesar disso, a organização lembra que a maior preocupação de todos é como a UE chegou ao ponto de ter de tomar estas medidas. Vale destacar que o tratado de Maastricht previa que nenhum país da região poderia deixar que suas dívidas ultrapassassem 3% do PIB (Produto Interno Bruto) para a segurança econômica do bloco, o que não foi obedecido nem fiscalizado nos últimos anos, mencionou o primeiro ministro da Letônia, país que está previsto para entrar na Zona do Euro em 2014.
- "É esperado que o pacote impeça a crise de se alastrar para outros endividados membros dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia, e Espanha)", completou a nota do Fórum.
Mercados reagem bem ao pacote de ajuda europeu e Ibovespa avança 4,11%
Na primeira sessão após a aprovação do pacote de ajuda europeu, os mercados reagiram bem, com avanço nas bolsas e valorização do euro frente ao dólar após uma semana de fortes perdas. Por aqui, o Ibovespa seguiu o bom humor dos mercados e avançou 4,11%, a 65.452 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 6,57 bilhões.
No último fim de semana, os ministros de finanças dos 16 países pertencentes à Zona do Euro se reuniram com o Banco Central Europeu e o FMI para firmar a estratégia de socorro aos países do velho continente com problemas de natureza fiscal. A conclusão do encontro foi o pacote firmado para ajudar a região, no valor de € 750 bilhões.
Foi acertado um conjunto de linhas de financiamento bilaterais e de aquisição de títulos, cuja responsabilidade recairá sobre o BCE. Também será criado um fundo europeu de combate ao que foi chamado de ataque especulativo. O encontro buscou assegurar aos mercados o compromisso dos países com o euro. Ainda no Velho Continente, o BCE declarou que combaterá “tensões severas” em “certos” mercados ao comprar dívidas pública e privada, além de reiniciar uma linha de swaps de dólar com o Federal Reserve.
Bolsa
As ações da OGX dispararam na sessão, avançando mais de 12%. Os papéis da MRV também registraram valorização expressiva, superior a 11%. Analistas avaliaram bem o resultado divulgado pela empresa na última semana - o mesmo ocorreu com a PDG, que esteve entre as maiores variações positivas do pregão.
Quem também mostrou forte valorização é a BM&F Bovespa. O JPMorgan reiterou a recomendação overweight, com preço-alvo de R$ 17,00 para dezembro de 2010. Os analistas citaram o fortalecimento dos fundamentos no último trimestre.
Fora do índice, destaque para a Tivit, cujas ações registraram alta de 6,9% na sessão, após a empresa confirmar especulações quanto a uma possível venda de 54,25% de suas ações. Conforme comunicado da companhia, a fatia de 48.278.068 ações será vendida à Dethalas, sociedade controlada pelo fundo de private equity estrangeiro Apax Partners. O valor pago pela Apax por cada papel será de R$ 18,10, em dinheiro, cifra que representa um prêmio de 9,69% sobre o fechamento do pregão anterior e de 21,39% sobre a cotação média de fechamento desde seu IPO.
Dólar
Após fechar a semana anterior com sua maior valorização dos últimos 18 meses, o dólar comercial despencou a R$ 1,777, uma desvalorização de 4% - a mais forte desde 24 de novembro de 2008, quando recuou 5,24%. Em meio ao clima mais ameno nos mercados, o euro atingiu sua maior apreciação em 18 meses frente o dólar.
Mantendo ativo seu ciclo de intervenções, o Banco Central realizou mais um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista. A operação ocorreu entre as 15h47 e as 15h57 (horário de Brasília) e teve uma taxa de corte aceita em R$ 1,7779.
Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou predominantemente em alta. O contrato de juros de maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2011, registrou uma taxa de 11,08%, 0,09 ponto percentual acima do fechamento de sexta-feira.
O mercado de títulos da dívida externa também fechou em alta. O título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou com valorização de 0,87%, cotado a 133,05% do valor de face. O risco Brasil registrou queda de 30 pontos-base com o clima mais ameno nos mercados, atingindo 209 pontos-base.
Agenda doméstica
Por aqui, a balança comercial ficou positiva em US$ 517 milhões na última semana. Entre os indicadores de inflação, o IPC-S acelerou levemente e apontou inflação de 0,78% na primeira semana de maio, mesmo movimento visto pelo IGP-M, que acelerou no primeiro decêndio de maio, marcando inflação positiva de 0,47%.
De acordo com o semanal relatório Focus, o mercado elevou pela décima sexta vez consecutiva suas projeções para a variação dos preços em 2010, prevendo alta de 5,50% no IPCA, tido como a medida oficial de inflação do País. Em contrapartida, o tom otimista em relação ao crescimento econômico foi mantido nesta edição da pesquisa. Agora o mercado espera que a atividade econômica brasileira avance 6,26% neste ano, frente à expectativa de alta de 6,06% vista na última edição do relatório.
Fonte: web.infomoney.com.br
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