Crise Capitalista: Fórum discute os efeitos do "entre-crises"

VI Fórum Goebbels News debate a economia global no mundo "entre-crises"


Trecho do debate com o "envergonhado" executivo do FMI, o soçobrado Armínio Fraga e o provocador Maurício Botelho

O VI Fórum Goebbels News, realizado na 3ª feira (25/05), abordou temas (para lá de manjados) da economia global e o papel do Brasil e dos países emergentes no mundo pós-crise. 

O debate teve a participação do diretor-geral do Fundo Monetário Nacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn;  do atual consultor e Presidente do Conselho de Administração da Embraer, Maurício Botelho; e, claro, não poderia faltar, do ex-presidente do Banco Central do governo FHC e assessor do "brilhante"  banqueiro - bandido e condenado - Daniel Dantas (Opportunity), Armínio Fraga, com a sempre obsequiosa moderação do colonista Carlos Sardenberg.

Se se espremer o que foi debatido, nesse fórum, nada se extrai de positivo ou de aprendizagem, senão aquilo que não foi debatido em virtude das obviedades lançadas. Um espetáculo de assuntos lugar-comum.

À destarte da insignificante participação de Armínio Fraga (espelho do Farol de Alexandria), as melhores provocações partiram justamente de Maurício Botelho que, em determinado momento, chegou até mesmo a constrager o diretor do FMI ao perguntar  "se órgãos multilaterais, como G20 e FMI, não possuem poder de decisão, como é que se pode falar em regulação do setor financeiro global?". Ao que, ""magoado", Strauss-Kahn respondeu que "o FMI é mais respeitado quando empresta do que quando aconselha".

O Brasil que, durante a Era de Armínio, era fiel devedor e contumaz pedinte do FMI sabe bem que se conselho fosse bom não seria dado, seria cobrado. Certo é que, com a saída dos PHDébeis da direção política e econômica do país, o povo brasileiro conheceu outra realidade amparada em políticas sociais e econômicas menos injustas miradas no desenvolvimento sustentável de médio e longo prazos. Hoje, o Brasil não mais devedor do FMI, e sim credor. Que horror, esse governo Lula!

Não menos óbvio, mas de suma importância foi outra interferência, ao final do debate, quando perguntado se o "Brasil poderia vir a se tornar um país rico e o que fazer para se tornar a 5º economia do mundo", a melhor resposta, também, partiu também do presidente do Conselho da Embraer, Maurício Botelho, que sem cerimônia arrematou:

"Para o Brasil se tornar rico depende de cinco fatores, quais sejam:
  • educação como mola precursora de desenvolvimento, sem a qual é impossível o crescimento sustentável de qualquer país;
  • rigor fiscal e controle do sistema financeiro, não apenas em nível regional mas sobretudo a partir de uma coordenação efetiva entre nações.  
  • investimentos maciços em diversos setores econômicos com visíveis carências como os de infra-estrutura"

Certamente está o magnata a falar do desejo de criação de um novo órgão multilateral, haja vista que os conhecidos não possuem poder de ingerência entre si: 
  1. O G20 ou G7 não tem poder sobre os acordos definidos pelo BIS (uma espécie de banco central dos bancos centrais), este apenas sugere práticas bancárias comuns.
  2. Por sua vez o FMI não tem ingerência sobre as pastas econômicas de Estado, por razões de soberania política dos signatários; já os governos não possuem mecanismos de controle dos excessos e irresponsabilidades verificados tanto em agentes privados, como exemplo, Wall Street e o escândalo dos subprimes que submeteu os EUA e as economias globalizadas na crise em que se encontram.
  3. E, não menos pior, as irresponsabilidade de agentes públicos como o mais recente verificado na Grécia que mentiu a respeito de suas dívida pública, ao omitir a real e inacreditável situação de uma dívida de  300 bilhões de euros, lançando toda a Europa, agora, numa situação inusitada de ou deixar a Grécia quebrar e quebrar junto, ou emprestar e aumentar ainda mais a sua dívida com os consequentes remédios sugeridos pelo FMI, como corte de investimentos, aperto fiscal, arrocho salarial e tudo o mais que o mundo, espantado, vê acontecer entre os PIIGS.
Verdade seja reconhecida é que os mesmos personagens que criam essas crises, dela se beneficiam. Logo, não serão os mesmos a propor qualquer mudança efetiva em meio a uma crise  que se configurou estrutural, cuja solução demanda mais que simplesmente fórmulas conjunturais que já se provaram ineficazes.

Tato de Macedo

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