Seminário: "Estado da arte em economia", segundo Delfim Netto
Seminário apresenta contribuições do Marxismo e do Neoliberalismo(?) à Economia
"A Economia é o motor da história" (K.Marx)
Por Clara Velasco
Foi realizado no dia 21 de outubro, o seminário “A evolução do pensamento econômico e sua influência na teoria econômica moderna: Marxistas x Neoliberais” na Sala da Congregação, às 10h. A profª. Drª. Leda Maria Paulani, do Departamento de Economia da FEA e o prof. Dr. Roberto Fendt Jr., vice-presidente do Instituto Liberal, foram os palestrantes deste que foi o último seminário do ciclo de palestras "Estado da arte em Economia", organizado pelo prof. Dr. Antonio Delfim Netto em 2009.
Preço de mercado e intervencionismo em crise
Fendt foi o primeiro a se apresentar e destacou três contribuições que o neoliberalismo trouxe aos ensinamentos da economia. O primeiro deles foi o surgimento da macroeconomia, agregando várias variáveis econômicas com categorias como poupança, consumo, etc. O segundo ponto levantado foi o da incorporação de estudos empíricos ao ensino da economia, testando hipóteses levantadas. “É impossível um professor hoje que seja incapaz de fazer essas estimações empíricas”, ressaltou. O terceiro, portanto, foi o aparecimento da própria economia aplicada, com a parte teórica em elementos práticos.
O professor também destacou a importância da informação embutida nos preços de mercado, já que ele passa noções do contexto pelo qual o mercado está passando (inflação, crise, etc) e da mercadoria em si. Assim, em uma sociedade socialista sem preço de mercado, ou seja com preços determinados pelo governo, há distorções econômicas por causa da disparidade entre o valor da moeda no mercado mundial e o valor no mercado interno.
Dando continuidade a sua apresentação, Fendt ainda comentou sobre a crise do final de 2008. A solução era a de injetar liquidez no mercado segundo a economia clássica, pois é impossível uma economia globalizada funcionar sem crédito. O professor concordou com as medidas que foram tomadas pelo mundo e pelo Brasil nesse sentido, mas não deixou de comentar sobre a Escola Austríaca, que critica tais medidas e defende a quebra do mercado após um boom de crise, sem remediar o setor financeiro. A Escola assume essa postura por defender que a economia caminha em ciclos que devem ser completados, outro dos pontos que Fendt afirmou ser uma contribuição aos ensinamentos econômicos.
Paradigmas dialéticos e crise do capital
Paulani, por sua vez, iniciou sua apresentação frisando o quanto a discussão apontada no seminário é metodológica. “A história do pensamento econômico é uma história das ideias”, frisou. Assim, seguindo um modelo dialético, os paradigmas marxista e neoliberal estão sempre em confronto, sendo que se influenciam e o que perde não desaparece por completo. É mais fácil, afirma a professora, achar congruências entre o marxismo e o neoliberalismo do que pontos em comum entre estas linhas econômicas e a economia moderna.
Quanto às contribuições do marxismo, Paulani destacou o materialismo histórico, ou seja, a noção de um tempo social, bem como as críticas feitas por Marx em relação aos clássicos da economia e a sua teoria em si, com luta de classes e com uma sociedade de direitos iguais.
A professora também apresentou as ideias da crise do capital e do desacerto da sociedade capitalista, que gerou a corrente keynesiana. “Em épocas de crise, como a do ano passado, o Estado parece um vilão e o mercado, uma panaceia”, disse Paulani. Isso porque o neoliberalismo está “sentado” em uma fratura metodológica, com a livre economia de um lado e com medidas intervencionistas do outro.
Preço de mercado e intervencionismo em crise
Fendt foi o primeiro a se apresentar e destacou três contribuições que o neoliberalismo trouxe aos ensinamentos da economia. O primeiro deles foi o surgimento da macroeconomia, agregando várias variáveis econômicas com categorias como poupança, consumo, etc. O segundo ponto levantado foi o da incorporação de estudos empíricos ao ensino da economia, testando hipóteses levantadas. “É impossível um professor hoje que seja incapaz de fazer essas estimações empíricas”, ressaltou. O terceiro, portanto, foi o aparecimento da própria economia aplicada, com a parte teórica em elementos práticos.
O professor também destacou a importância da informação embutida nos preços de mercado, já que ele passa noções do contexto pelo qual o mercado está passando (inflação, crise, etc) e da mercadoria em si. Assim, em uma sociedade socialista sem preço de mercado, ou seja com preços determinados pelo governo, há distorções econômicas por causa da disparidade entre o valor da moeda no mercado mundial e o valor no mercado interno.
Dando continuidade a sua apresentação, Fendt ainda comentou sobre a crise do final de 2008. A solução era a de injetar liquidez no mercado segundo a economia clássica, pois é impossível uma economia globalizada funcionar sem crédito. O professor concordou com as medidas que foram tomadas pelo mundo e pelo Brasil nesse sentido, mas não deixou de comentar sobre a Escola Austríaca, que critica tais medidas e defende a quebra do mercado após um boom de crise, sem remediar o setor financeiro. A Escola assume essa postura por defender que a economia caminha em ciclos que devem ser completados, outro dos pontos que Fendt afirmou ser uma contribuição aos ensinamentos econômicos.
Paradigmas dialéticos e crise do capital
Paulani, por sua vez, iniciou sua apresentação frisando o quanto a discussão apontada no seminário é metodológica. “A história do pensamento econômico é uma história das ideias”, frisou. Assim, seguindo um modelo dialético, os paradigmas marxista e neoliberal estão sempre em confronto, sendo que se influenciam e o que perde não desaparece por completo. É mais fácil, afirma a professora, achar congruências entre o marxismo e o neoliberalismo do que pontos em comum entre estas linhas econômicas e a economia moderna.
Quanto às contribuições do marxismo, Paulani destacou o materialismo histórico, ou seja, a noção de um tempo social, bem como as críticas feitas por Marx em relação aos clássicos da economia e a sua teoria em si, com luta de classes e com uma sociedade de direitos iguais.
A professora também apresentou as ideias da crise do capital e do desacerto da sociedade capitalista, que gerou a corrente keynesiana. “Em épocas de crise, como a do ano passado, o Estado parece um vilão e o mercado, uma panaceia”, disse Paulani. Isso porque o neoliberalismo está “sentado” em uma fratura metodológica, com a livre economia de um lado e com medidas intervencionistas do outro.
É justamente por causa das crises do capitalismo recentes que ela defende que não há nenhuma ligação entre os pensamentos de Marx e a teoria econômica moderna. Se houvesse, os economistas teriam levado em consideração as previsões marxistas em relação a esses colapsos de mercado.
Comentário: Se Economia fosse humor, diria que Delfim é um artista. Como não é, este "doutor" não passa de um palhaço de botas.
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