Cá: O Brasil está mais sólido que a China, diz Mantega

Entrevista

"O capital especulativo pode voltar para casa. O Brasil está mais sólido que a China"
(G. Mantega - Ministro da Fazenda)


Foto Crédito: Fábio Rodrigues


Conjuntura | O ministro Guido Mantega diz que "a tendência é de redução da volatilidade (do câmbio), a caminho da desvalorização do real"


Em entrevista à Carta Capital dessa semana (Ed. 577 às págs 36 a 38), o titular da Fazenda afirmou que  "a valorização do real, ao contrário do que desejam os investidores financeiros, não é um problema superado. É um problema encaminhado. A valorização do real foi estancada, pois havia um apetite muito grande (exagerado) pelo Brasil por ter solidez, rentabilidade e crescimento. Uma combinação difícil de encontrar no exterior, um dos poucos países com crescimento vigoroso".

Mantega disse ainda que, em reunião no G20, advertiu seus colegas minstros da Fazenda e presidentes de bancos centrais que "não poderiam ter assimetrias de políticas entre os vários países. Não poderiam ter os EUA deixando o câmbio se dpreciar, acompanhados pela China e outros países asiáticos, causando desequilíbrios cambiais prejudiciais a todos. Para conter essa situação insustentável, o Brasil adotou uma medida, mas o certo é que os países em conjunto fossem mais homogêneos na questão cambial. E houve apoio, por exemplo, do presidente do Banco da Inglaterra e do presidente do Banco Central Europeu."

Sobre a queda das exportações brasileiras, na atual conjuntura pós queda de Wall Street, Mantega disse que "a redução das exportações foi proporcional à queda do comércio internacional, não havendo uma substituição do Brasil pela China. Ao contrário, até mantivemos um patamar mais elevado de exportações por conta da China, em se considerado as commodities".

O ministro foi bem claro que "ao Brasil interessa ganhar valor: podemos em determinado momento exportar um pouco mais de commodities, em outro mais manufaturados. Prefiro exportar mais manufaturados, mas também gosto de exportar mais commodities, principalmente quando o preço deals está elevado. Nesse momento conseguimos atenuar um problema de queda do comércio internacional, exportando mais commodities e produto primário, não vejo problema."

Em relação à crise mundial, o ministro disse que "a economia mundial ainda vai levar uns dois ou três anos para se recuperar. Nesse interim, teremos de contar mais com o mercado interno. Tivemos perdas em relação à China? Talvez alguma perda pontual sim, mas de modo geral a China nos fez mais bem do que mal. Neste ano, aumentamos as exportações ao mercado chinês em 60%. E acho que essa combinação de fatores é passageira. E se os empresários brasileiros forem corajosos e souberem aproveitar este câmbio que não vai perdurar a vida toda, é um momento também de eles irem às compras de empresas no exterior. Com isso poderão firmar posições em oturos mercados. E alguns, mais audaciosos, estã fazendo isso. Ao olharmos o gráfico da volatilidade percebemos nitidamente quase uma reta, tendendo um pouco para cima (para a desvalorização do real). A tendência é diminuir essa volatilidade, caminhando para uma desvalorização do real, essa é a minha percepção do que vai acontecer".

Comentários: 


Diz-se que para um bom entendedor poucas palavras bastam. Então, quando o titular da pasta da fazenda de um país aponta algo, não se deve olhar para o seu dedo e sim para onde apontou. 

Ou seja, o recado aos players do mercado é claro: o dólar deve subir em 2010 não apenas pela conjuntura atual, mas principalmente pelo que prognóstica à frente. 

Após seis meses de temores infundados incutidos irresponsavelmente em alguns empresários em relação ao futuro da economia, estagnando os investimentos em setores produtivos, chega-se à conclusão que a atividade econômica não parou; pelo contrário, aqueceu graças às intervenções ponjtuais, precisas e eficazes do atual governo no âmbito de promover o acesso ao crédito, reduzindo impostos em setores estratégicos e taxando o capital especulativo. Resultado: uma crescente demanda com oferta insuficiente da iniciativa privada. 

Aqueles que embarcaram na onda do Tsunami alardeado pelo PiG chorarão lágrimas de crocodilo. Correrão dos prejuízos por incompetência estratégica, visão estreita das dinâmicas de mercado e principalmente por viés ideológico superado. 

Terão que nos próximos três meses recuperar ganho de escala pelo aumento de produção, em função do crescente aumento da demanda que se avizinha (já constatado) e da pressão sobre as elasticidades-preço. 

Combinado ao fato da necessária política de metas do Banco Central, não é de estranhar o recado do ministro quando se verifica que os contratos futuros de DI, com vencimento em JAN/2011, estão sendo negociados na BM&F à taxa DI de 10,35% -  18,3% de ágio em relação à Selic atual de 8,75%.

Confira as taxas dos principais contratos de DI futuro na BM&F:




 Vencimento
Taxa atual
Taxa Anterior
Diferença
Contr Neg 


 Janeiro de 2010
8,62
8,64
-0,02
2.210 


 Abril de 2010
8,72
8,73
-0,01



 Julho de 2010
9,13
9,14
-0,01
1.615 


 Outubro de 2010
9,79
9,79
0,00



 Janeiro de 2011
10,35
10,36
-0,01
8.860 



Ou seja, para 2010 os banqueiros não terão do que se queixar. Projeta-se mais um ano  de  farta engorda dos porcos...

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