Rio: Vídeo da hora. Imagens do dia
Ou se tem uma cidadania plena. Ou não se tem cidadania
Introdução: O vídeo abaixo mostra entrevista de um discípulo (íntegro) de Milton Santos. Trata-se, nada mais nada menos, que o Reitor da UNIPALMARES, José Vicente.
Bem sei que tal tema desagrada nossa "bronzeada" gente brasileira, como afirmam Kamel, Nassifú, Salette e outros pigmeus da mídia nativa.
Mas mesmo assim creio que essa discussão tem que emergir, pois é condição sine qua non para que se dê os primeiros passos rumo à cidadania plena para todos, e não apenas para uma pequena casta social tacanha, peçonhenta e abjeta, e que sofre de complexo de maioria.
But, o que disse, mesmo, o Professor José Vicente?
Alguém acha mesmo que as portas do racismo já não estão abertas? Que a mentalidade racista já não está instalada? Que o racismo não se instala no Brasil até que uns negros (agressivos ou se fazendo de vítima) começam a usar camisas 100% Negro e falar em cotas universitárias? Que foi NESSE MOMENTO que a mentalidade racista se instalou? Sério mesmo?
A mentalidade racista está instalada (e muito confortável, obrigado) desde que se escravizou o primeiro índio. As portas do racismo nunca estiveram nem entreabertas: estão escancaradas há 500 anos.
* * *
Naturalmente, só não repara no racismo quem se beneficia dele. Quem sofre seu peso todos os dias sabe bem do que se trata. O racismo é como se fosse um Contrato Social (na verdade, um Contrato Racial) no qual os membros da raça dominante formam um acordo tácito de, ao mesmo tempo em que garantem para si a maior parte das riquezas/oportunidades/etc da sociedade, também consentem em não ver o próprio sistema, criando assim a alucinação consensual de um mundo sem raças, meritocrático e igualitário, que passa a mediar sua interpretação da realidade. Nem todos os brancos são signatários do Contrato Racial, mas todos são beneficiários. (Mills, 11)
Numa sociedade racialmente estruturada e profundamente desigual, as únicas pessoas que são psicologicamente capazes de negar a centralidade do racismo são justamente aquelas que pertencem à raça privilegiada: a raça, para eles, torna-se invisível porque o mundo é estruturado em função deles; eles são a norma em oposição a qual são medidas as pessoas de outras raças (esses outros tem raça, não eu!). Assim como o peixe não vê a água, os membros da raça dominante não vêem o racismo. (Mills, 76) Desse modo, como citei ontem, é possível que os membros do sindicato dos ferroviários, sinceramente e de boa fé, neguem acesso aos negros ao comitê de práticas raciais porque eles eram representantes de uma raça, sem nunca se dar conta de que eles também tinham raça e que também representavam os interesses dela. Pra eles, quem tem raça é sempre o outro.
Em uma sociedade racista e desigual como o Brasil, afirmar não ver raça, não ligar pra raça, que raças não existem, que isso não tem importância, que besteira você se importar com isso, etc, significa na prática tomar partido racialmente ao se aliar com a hegemonia invisível que *precisa* desse tipo de negação para sobreviver e prosperar.
Não existe neutralidade possível: negar raça já é uma afirmação política que te coloca em um dos lados bem definidos de uma briga antiga. Negar raça já é intrinsecamente racista.
Pois é:A mentalidade racista está instalada (e muito confortável, obrigado) desde que se escravizou o primeiro índio. As portas do racismo nunca estiveram nem entreabertas: estão escancaradas há 500 anos.
* * *
Naturalmente, só não repara no racismo quem se beneficia dele. Quem sofre seu peso todos os dias sabe bem do que se trata. O racismo é como se fosse um Contrato Social (na verdade, um Contrato Racial) no qual os membros da raça dominante formam um acordo tácito de, ao mesmo tempo em que garantem para si a maior parte das riquezas/oportunidades/etc da sociedade, também consentem em não ver o próprio sistema, criando assim a alucinação consensual de um mundo sem raças, meritocrático e igualitário, que passa a mediar sua interpretação da realidade. Nem todos os brancos são signatários do Contrato Racial, mas todos são beneficiários. (Mills, 11)
Numa sociedade racialmente estruturada e profundamente desigual, as únicas pessoas que são psicologicamente capazes de negar a centralidade do racismo são justamente aquelas que pertencem à raça privilegiada: a raça, para eles, torna-se invisível porque o mundo é estruturado em função deles; eles são a norma em oposição a qual são medidas as pessoas de outras raças (esses outros tem raça, não eu!). Assim como o peixe não vê a água, os membros da raça dominante não vêem o racismo. (Mills, 76) Desse modo, como citei ontem, é possível que os membros do sindicato dos ferroviários, sinceramente e de boa fé, neguem acesso aos negros ao comitê de práticas raciais porque eles eram representantes de uma raça, sem nunca se dar conta de que eles também tinham raça e que também representavam os interesses dela. Pra eles, quem tem raça é sempre o outro.
Em uma sociedade racista e desigual como o Brasil, afirmar não ver raça, não ligar pra raça, que raças não existem, que isso não tem importância, que besteira você se importar com isso, etc, significa na prática tomar partido racialmente ao se aliar com a hegemonia invisível que *precisa* desse tipo de negação para sobreviver e prosperar.
Não existe neutralidade possível: negar raça já é uma afirmação política que te coloca em um dos lados bem definidos de uma briga antiga. Negar raça já é intrinsecamente racista.
Ah! Mas o Rio continua lindo...de morrer!
Comentários
O sisitema tem que tomar consciencia que, os desvalidos, sem esperanças, não pedirão mais pelo amor de deus, me dê,eles tomarão.
Isto é uma preocupação latente e constante.
Tomemos consciencia, mais verbas para o sistema de repressão e contigencionamento, é menos verbas para educação, saude e possibilidades de melhorar na escala social.
Aquela historia de você não é porque voce não quer , é papo de vendedor de ilusão.
Ensinar a pescar é imnportante.Mas colocar a rede para que não morram afogados é mais importante ainda.
O pior é que o SEMI ANALFA esta sempre certo.
Um abraço . To de olho em voce e te acompanhando.(escrever rapido e dificil e complicado, pincipalmente qo a artrose ataca. braços