Brasil é destaque na imprensa sul-americana

Brasil comemora os sinais do fim da crise

O presidente Lula anunciou com orgulho que o país superou a crise econômica mundial. REUTERS/Jamil Bittar
Guido Mantega, ministro da Fazenda, corroborou as declarações do presidente com números que confirmam que a crise está terminando. REUTERS/Kevin Coombs

BRASÍLIA, Brasil ― Entusiasmado com os primeiros sinais de recuperação econômica observados nas últimas semanas, o presidente brasileiro Luiz Inácio "Lula" da Silva indicou que o país já superou a crise financeira mundial e pediu aos empresários do país que deixem seus temores para trás e retomem seus investimentos.

O presidente indicou que o país, considerado um dos motores econômicos do continente, é um dos primeiros da América Latina a virar a página após a crise.

  • "Já não existe crise no Brasil e o mal-estar só se reflete no comércio exterior, que diminuiu após a recessão nos mercados dos outros países, então está na hora de investir", Lula afirmou segundo a agência EFE durante discurso em Brasília diante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). 

O jornal francês Le Monde concluiu em um artigo que Lula tem razão de classificar a crise no Brasil como um "mal-estar" e destacou que a recuperação da economia mundial está agora nas mãos dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

A opinião do presidente brasileiro coincide com a de diversos especialistas, incluindo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, que destacaram que os últimos números confirmam que a crise no território brasileiro foi superada.

  • "A recessão acabou e agora chegou a hora de investir em todos os setores", Meirelles declarou ao Estadão, dizendo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,9% no segundo trimestre do ano em relação ao primeiro. 

O Ministério do Trabalho indicou à DPA que outra prova da recuperação brasileira é que, durante agosto, o sistema econômico gerou um recorde de 242.126 novos empregos e conquistou o melhor resultado desde setembro de 2008, quando foram gerados 282.841 novos postos de trabalho. O Registro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), um órgão do Ministério do Trabalho, espera alcançar um milhão de empregos formais em 2009, com base nos 680.034 postos com contratos firmados desde janeiro.

América Latina supera o pior da crise

Augusto De La Torre, economista chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, anunciou que a região superou o pior da crise econômica mundial. REUTERS\David Mercado
Sérgio Amaral, ex-ministro brasileiro de Indústria e Comércio, disse que o desafio agora é garantir uma economia sustentada e adverte que o caminho a ser trilhado ainda é incerto. REUTERS/Jamil Bittar
1º de outubro
AMÉRICA LATINA ― "O pior da crise já passou", Augusto De La Torre, principal economista do Banco Mundial (BM) para a América Latina e o Caribe, declarou à agência EFE. Segundo as avaliações do órgão financeiro, apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) fechar 2009 com contração interanual de 2%, a região está no caminho certo para a recuperação.

O BM assegura que o México é o principal país que está no vermelho, além de várias nações da América Central e do Caribe, que sofreram um verdadeiro colapso com os efeitos da crise financeira global.

Esses países possuem vínculos comerciais fortes com as economias mais desenvolvidas e também dependem das remessas enviadas pelos emigrantes, fatores esses que sofreram forte queda em 2009. Além disso, a epidemia da gripe A também foi um golpe forte na economia regional. A AFP destaca que, apesar disso, o BM afirma que a recuperação será forte no primeiro semestre de 2010.

O relatório do BM publicado pela EFE separa a região latina em três partes. Primeiro há um pequeno grupo de países, entre eles Bolívia, Peru, Panamá e Uruguai, que crescerão uma média anual de 2% em 2009.

No segundo grupo estão Brasil, Colômbia e República Dominicana, que terão contração inferior a 1%.
O terceiro grupo é formado por Argentina, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, cujos PIBs cairão entre 1% e 3%.

De La Torre disse ainda que, se o México fosse excluído dos cálculos, o PIB regional não sofreria contração neste ano. O especialista também observou que o nível da queda depende da abertura comercial e de quanto o comércio depende das potências mundiais. Ele cita como exemplo o Brasil, que é um pouco mais protecionista do que o México e, por causa das amplas relações comerciais com a China, conseguiu se sair bastante bem durante a crise.

Sérgio Amaral, ex-ministro brasileiro de Indústria e Comércio, disse à AFP que o desafio agora é garantir uma economia sustentada e adverte que o caminho a ser trilhado ainda é incerto. Amaral não descartou uma possível recaída passageira na região antes que a economia se recupere plenamente.

Mais otimista, o ministro boliviano do Planejamento, Noel Aguirre, disse ao jornal El Deber que o país cresceu mais de 3,8% no primeiro semestre do ano, o que seria o número mais alto observado na região.


Fonte: infosurhoy.com

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