América Latina: "Hay que endurecer"
QUITO, Equador
Equador aceita doação de aviões de combate da Venezuela
Como parte da estratégia de modernização dos equipamentos militares do Equador, o presidente Rafael Correa decidiu aceitar a doação de seis aviões caça oferecidos pelo governo venezuelano. A decisão ocorre em meio a um intenso debate sobre a existência de uma corrida armamentista na América Latina.
De acordo com a agência EFE, o governo equatoriano afirmou que os seis Mirage-50 venezuelanos, modernizados em 1995, serão usados principalmente no treinamento de pilotos.
Antes do final do ano, Quito também começará a receber os 24 aviões de combate Super Tucano que comprou do Brasil, além de radares, helicópteros e aeronaves não-tripuladas para vigiar as costas do país.
Além disso, de acordo com o diário El Heraldo, o Equador está negociando a compra de 12 caças Atlas Cheetah C (aviões Mirage modificados) da África do Sul. "Estamos reforçando a nossa defesa, mas não há nenhuma operação ofensiva em andamento", enfatizou o ministro da Defesa do Equador, Javier Ponce, falando ao jornal El Comercio.
Conforme notou o diário El País, porém, os planos de reforço do arsenal aéreo vêm à tona em um contexto marcado pela polêmica, na União das Nações Sul-americanas (Unasur), sobre uma possível corrida armamentista na região. De fato, a oferta de Chávez a Correa segue-se ao anúncio, por Caracas, da compra de 92 tanques T-72 e mísseis S-300, com um crédito de US$ 2,2 bilhões da Rússia.
O El Comercio destacou que o Brasil está negociando a compra de 36 caças Rafale da França, país com o qual contratou a compra de 50 helicópteros e cinco submarinos, um deles com propulsão nuclear.
"Ficamos preocupados com a possibilidade de, em vez de se avançar na cooperação em segurança, na paz e tranquilidade dos cidadãos de todos os países, dispare-se uma corrida armamentista que alguns justificam pela necessidade de modernizar seus arsenais militares, ao passo que outros confessam sua disposição para a guerra", denunciou o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, na 64ª Assembleia Geral da ONU, conforme o El País. Seguindo a mesma linha de pensamento, de acordo com a CPN Radio, o ministro das Relações Exteriores do Peru, José Antonio Garcia, pediu que se coloque um fim à corrida armamentista na América do Sul.
Segundo El Heraldo, os governantes do Chile, Michelle Bachelet, e Brasil, Luiz Inácio "Lula" da Silva, assumiram posição totalmente diversa e não veem corrida armamentista na região. "Não acredito que haja nenhum indício de armamentismo", afirmou o presidente Lula.
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