Economia: Lições da crise

Passado um ano, quais lições o investidor pode retirar da crise de 2008?



Fannie Mae, Freddie Mac e AIG resgatadas? Bancos como Lehman Brothers e Washington Mutual liquidados? Fusão entre os rivais Bank of America e Merrill Lynch? Nem um dos mais pessimistas analistas de mercado esperava ver algo assim nos Estados Unidos, mas este foi o resultado da crise de 2008, mais especificamente, da crise de setembro.

Um ano depois de o sistema financeiro norte-americano desmoronar, chega a ser até engraçado, não fosse trágico, a velocidade de como o pânico se disseminou entre os mercados e os agentes econômicos, do Japão até os Estados Unidos, do mais agressivo ao mais conservador dos investidores.

O índice Dow Jones, principal referência do mercado norte-americano, mergulhou neste mês dos 10.500 pontos, para a mínima em 7.773 pontos, levando a prejuízos incalculáveis no período.

Passado o pânico generalizado de 2008, este ano vem consagrado pela recuperação dos mercados. No caso do Dow Jones, o fundo nos 6.500 pontos em março foi o marco; agora o índice contorna a casa de 9.650 pontos.

Apesar da recuperação considerável, os analistas consultados pela agência de notícias CNN recomendam não ignorar completamente o acontecido e descrevem cinco lições que o investidor não deve esquecer para a posteridade.

Lição 1: diversificação ainda funciona, mas não espere por garantias

No ápice da crise do ano passado, muitos investidores devem ter chegado a uma conclusão: aquela história de diversificação de carteira é pura balela. Investir em títulos, ações, letras do Tesouro... Qualquer coisa era prejuízo.

Realmente os princípios da diversificação de portfólio devem ser revisados, conclui o professor de finanças Andrew Lo. A mudança na composição da carteira deve ser acompanhada pela volatilidade do mercado, ante um manejo de risco preciso.

Assim como o mercado é dinâmico, a alocação da carteira deve seguir o mesmo principio de dinamismo, afirma Lo. "Você precisa ser proativo e ajustar-se às variações do mercado", ressalta.

Lição 2: o mundo é composto por riscos, não fuja dele

Se a simples tarefa de atravessar a rua envolve risco, o que dizer quando o foco é investimento? No mercado norte-americano, a parte mensurável da incerteza é representada pelo VIX (Volatility Index).

Historicamente, a "região de conforto" do "índice do medo" localiza-se entre 20 e 25 pontos, bem longe da máxima de 89 pontos alcançada em finais de setembro do ano passado.

Tendo em vista sua importância, é vital para o investidor acompanhar o desempenho do VIX diariamente, a fim de antecipar possíveis movimentos erráticos do índice, tanto para cima quanto para baixo.

Roger Ibbotson, professor de Yale, relembra que o mercado será permeado pela volatilidade por muitos anos e, por esta característica, o investidor deve elaborar uma carteira conforme sua propensão ao risco, à luz de seus objetivos pessoais.

Lição 3: conheça sua carteira

Antes de começar a colocar dinheiro no mercado por conta própria ou em fundos de investimento diversos, o investidor deve conhecer muito bem onde está investindo.

Acompanhar a performance de sua carteira, ou do fundo em questão, é fundamental, da mesma forma que é interessante acompanhar o movimento dos tubarões do mercado, ressalta a economista Michele Gambera.

Nunca esqueça de reter em sua carteira ativos com ampla liquidez e graus de investimentos altos, além de mesclar ativos que não são diretamente correlacionados com o mercado, ponderando sempre o risco de reter tal papel na carteira.

Lição 4: no longo prazo todos lucraram

Muito mais difícil do que reconhecer uma bolha é proteger-se a tempo dela estourar em suas mãos. Haja vista a dificuldade de se precificar uma bolha de mercado, os analistas sugerem buscar alternativas de investimentos de longo prazo, a fim de se proteger do curto prazo incerto.

Lição 5: não tente regular o mercado

A incessante busca pela maximização de lucro por parte do investidor, ou seja, compra da mínima e venda da máxima, na maioria das vezes, é uma busca folclórica. No final das contas, investir é um jogo de tentativa e erro, mas com uma diferença que é a possibilidade de mensurar a incerteza.

Portanto, recomendam os analistas, não tente "cronometrar" o mercado, mas encontre uma estratégia visando o longo prazo do investimento, ou seja, antes de investir, trace a tendência do mercado e sua própria.

Recomendação:

  • Não se esqueça que a vida muda constantemente e que alguma hora haverá a necessidade de retirar dinheiro da corretora para cobrir despesas adicionais. Preparar-se para o melhor ou para o pior é a maneira mais segura de se gerir um portfolio.
Fonte: Corretora Souza Barros

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