Cartas Capitais: "O cliente sempre tem razão?"
Ao invés de considerar o velho e falso mito
"o cliente tem sempre razão, em tudo",
as empresas que mais se destacam em seus segmentos
são aquelas que passaram a focar outra perspectiva:
"tudo em razão do cliente"
"o cliente tem sempre razão, em tudo",
as empresas que mais se destacam em seus segmentos
são aquelas que passaram a focar outra perspectiva:
"tudo em razão do cliente"
(Tato de Macedo)
Interessante observar a enorme capacidade de adaptação que as pessoas (jurídicas) mostram em determinadas situações-limites (crise). Não faz muito tempo, vários neocons alardeavam o fim da história e o fim do mundo, para, agora, proporem o fim do fim.
Soa estranho, mas o fato é que para espanto geral o público patrocinador, e, ao mesmo tempo, consumidor, dessas mesmas ideias parece que acordou para a realidade ou, deseja, transformar essa realidade que ele mesmo forjou.
É sabido, e muito tolerado, a estratégia de se veicular anúncios publicitários sem que haja necessariamente o formato típico de propaganda. Uma das primeiras e a que mais usou (e ainda usa) esse artifício foi, sem dúvidas, a Rede Goebbels em seus programas jornalísticos, de auditório e sobretudo em sua "revista dominical", o tal "Fantástico".
Fantástica mesma só a enorme capacidade de transformar groselha em vinho tinto puro sangue: um minuto de uma determinada marca veiculada em "horário nobre" faz verdadeiros milagres em termos de aceitação de um determinado produto, isto é fato. O que muitos desconhecem, com exceção dos profissionais que vivem no meio, é que mais poderosas do que os assim chamados "breakes comerciais" são as matérias pagas por patrocinadores (anunciantes), que contratam o serviço dos veículos de imprensa para fornecer ao público, em formato de matéria jornalística o lançamento, ou o incremento, ou o desenvolvimento de um produto (ou serviço) comercializado.
Evidentemente que há enormes ganhos de penetração do produto no mercado, na medida em que se dá como verdade factual algo que não passa de verossimilhança comercial. Não há necessidade, portanto, de dizer que muitas das matérias que você, amigo navegante, lê, ouve e assisti são meras propagandas comerciais, cujos preços são proporcionais aos índices de penetração do produto no mercado.
Isto posto, revela-se em meio às crises financeiras, éticas e socioambientais uma certa transparência de boas intenções publicitárias, pelo menos em algumas poucas publicações impressas nativas, notada e exemplarmente em Carta Capital.
Fugindo do lugar-comum, e bem a frente do tempo de suas concorrentes, a Revista dirigida pelo ímpar Mino Carta, entre outras inovações, inverteu algumas lógicas obtusas tidas como verdadeiros paradigmas de edições.
Primeiramente, tirou da última página de suas publicações a sessão Cartas do Leitor (Cartas Capitais) para realocá-las na primeira página, dando a verdadeira visibilidade de seu conteúdo ao seguir, in extremus, o lema "tudo em razão do cliente" e ao subverter a importância do editorial - que em muitas publicações colocam-no justamente em destaque na primeira página -, pela importância da opinião de seu público leitor, alvo último e razão de existência de qualquer publicação.
Mas Carta Capital não parou por aí, foi além. Resolveu abrir o "modus operandi" descrito inicialmente nesse post, e passou a veicular em suas edições informes publicitários em formato de matéria jornalística, mas com um diferencial importantíssimo que tanto caracteriza esse notável semanário brasileiro, a sinceridade desabrida: logo acima e à esquerda do espaço publicado deixa de forma clara e cristalina as palavras "INFORME PUBLICITÁRIO".
Ou seja, na prática, esses dois exemplos mudam, e se ajustam às exigências do público (cliente), ao considerar não mais a falsa perspectiva "o cliente tem sempre razão, mas...", para "em razão do cliente, logo..."
Tato de Macedo
Soa estranho, mas o fato é que para espanto geral o público patrocinador, e, ao mesmo tempo, consumidor, dessas mesmas ideias parece que acordou para a realidade ou, deseja, transformar essa realidade que ele mesmo forjou.
É sabido, e muito tolerado, a estratégia de se veicular anúncios publicitários sem que haja necessariamente o formato típico de propaganda. Uma das primeiras e a que mais usou (e ainda usa) esse artifício foi, sem dúvidas, a Rede Goebbels em seus programas jornalísticos, de auditório e sobretudo em sua "revista dominical", o tal "Fantástico".
Fantástica mesma só a enorme capacidade de transformar groselha em vinho tinto puro sangue: um minuto de uma determinada marca veiculada em "horário nobre" faz verdadeiros milagres em termos de aceitação de um determinado produto, isto é fato. O que muitos desconhecem, com exceção dos profissionais que vivem no meio, é que mais poderosas do que os assim chamados "breakes comerciais" são as matérias pagas por patrocinadores (anunciantes), que contratam o serviço dos veículos de imprensa para fornecer ao público, em formato de matéria jornalística o lançamento, ou o incremento, ou o desenvolvimento de um produto (ou serviço) comercializado.
Evidentemente que há enormes ganhos de penetração do produto no mercado, na medida em que se dá como verdade factual algo que não passa de verossimilhança comercial. Não há necessidade, portanto, de dizer que muitas das matérias que você, amigo navegante, lê, ouve e assisti são meras propagandas comerciais, cujos preços são proporcionais aos índices de penetração do produto no mercado.
Isto posto, revela-se em meio às crises financeiras, éticas e socioambientais uma certa transparência de boas intenções publicitárias, pelo menos em algumas poucas publicações impressas nativas, notada e exemplarmente em Carta Capital.
Fugindo do lugar-comum, e bem a frente do tempo de suas concorrentes, a Revista dirigida pelo ímpar Mino Carta, entre outras inovações, inverteu algumas lógicas obtusas tidas como verdadeiros paradigmas de edições.
Primeiramente, tirou da última página de suas publicações a sessão Cartas do Leitor (Cartas Capitais) para realocá-las na primeira página, dando a verdadeira visibilidade de seu conteúdo ao seguir, in extremus, o lema "tudo em razão do cliente" e ao subverter a importância do editorial - que em muitas publicações colocam-no justamente em destaque na primeira página -, pela importância da opinião de seu público leitor, alvo último e razão de existência de qualquer publicação.
Mas Carta Capital não parou por aí, foi além. Resolveu abrir o "modus operandi" descrito inicialmente nesse post, e passou a veicular em suas edições informes publicitários em formato de matéria jornalística, mas com um diferencial importantíssimo que tanto caracteriza esse notável semanário brasileiro, a sinceridade desabrida: logo acima e à esquerda do espaço publicado deixa de forma clara e cristalina as palavras "INFORME PUBLICITÁRIO".
Ou seja, na prática, esses dois exemplos mudam, e se ajustam às exigências do público (cliente), ao considerar não mais a falsa perspectiva "o cliente tem sempre razão, mas...", para "em razão do cliente, logo..."
Talvez, esses pequenos detalhes explicam o sucesso crescente, retumbante, perene e consistente da Revista Carta Capital em meio a tantas mediocridades nativas (suas concorrentes), que teimam em considerar seus leitores meras tábuas rasas e ocas a serem preenchidas por conteúdos vazios de (in)veja velada.
Tato de Macedo
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