Honduras: Golpe Militar da direita sofre represálias do mundo

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Militares depõem presidente de Honduras; mundo condena golpe

Por Mica Rosenberg e Gustavo Palencia

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TEGUCIGALPA (Reuters) - O Exército de Honduras derrubou o presidente Manuel Zelaya no domingo devido a suas tentativas de se fazer reeleger, e o levou à força à Costa Rica, enquanto líderes na América Latina e Europa exigiam sua volta ao poder.

Soldados tiraram Zelaya, aliado do presidente venezuelano Hugo Chávez, da residência presidencial ain da de madrugada e o puseram num avião que o deixou na capital de Costa Rica, San José.

O Congresso de Honduras designou o líder do Parlamento Roberto Micheletti como presidente interino no país.

O golpe de Estado, primeiro na América Central desde a Guerra Fria e que teve o apoio da Suprema Corte, provocou preocupação no mundo.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lançou um chamado pelo respeito à democracia em Honduras, a União Europeia exortou que Zelaya fosse restituído à Presidência, e o presidente Chávez disse que, com seus aliados, o "golpe troglodita" será abortado.

"Acordei com disparos e saí praticamente de pijama", disse Zelaya na rede de TV Telesur, afirmando que os militares o levaram a Costa Rica seminu e sob ameaça de morte.

O presidente acusou "seis ou sete pessoas" da elite econômica de estarem por trás de sua destituição.

O Exército derrubou Zelaya depois de, na semana passada, o presidente ter destituído o chefe do Estado-Maior porque este se negou a ajudá-lo a organizar uma consulta popular - declarada ilegal pela Justiça - sobre a possibilidade de estender o mandato presidencial de quatro anos.

A intenção de fazer a consulta acabou com a estabilidade política que o país empobrecido mantinha desde o fim da ditadura militar, no início de 1980, e dividiu as instituições hondurenhas.

A Suprema Corte ordenou na semana passada que Zelaya restituísse a seu cargo o chefe do Estado-Maior, general Romeu Vázquez, e o presidente viu isso como uma tentativa de golpe contra ele.

O tribunal disse no domingo que deu ordem às Forças Armadas de expulsar Zelaya devido a sua insistência sobre o referendo.

"Se fazer uma consulta provoca um golpe de Estado e leva ao presidente ser agarrado e retirado do país à força, então em que democracia estamos vivendo?", disse Zelaya em coletiva de imprensa em Costa Rica.

RESISTÊNCIA PACÍFICA

Desde Costa Rica, Zelaya - cuja popularidade, segundo as pesquisas de opinião, tinha caído para 30 por cento - convocou seus partidários para a resistência pacífica contra os "agressores da democracia".

"Peço calma ao povo de Honduras, mas também peço que defendam sua democracia e seus direitos. O povo de Honduras precisa fazê-lo com calma, por isso falamos da não violência. Existem formas de protestar sem recorrer às armas", disse Zelaya à Telesur.

Em Tegucigalpa, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo contra partidários de Zelaya que se manifestavam no centro da cidade, segundo uma rádio local, e a televisão oficial suspendeu suas transmissões.

Dois aviões de guerra cruzaram o céu da capital no domingo, e militares em uniformes de combate cercaram a residência presidencial, onde cerca de 2.000 partidários de Zelaya se manifestavam. Faltou eletricidade em algumas partes da capital.

Muitos hondurenhos estavam assustados.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) iniciou no domingo uma sessão extraordinária para tratar de Honduras, e, na reunião, o embaixador da Venezuela disse que a chancelaria hondurenha foi "sequestrada" por militares que também teriam agredido diplomatas de Cuba e da Bolívia.

Com 7 milhões de habitantes, Honduras é um dos países mais pobres do continente, e sua economia - dependente das remessas, dos têxteis e das exportações de café - vem sendo duramente castigada pela crise econômica.

O mandato de Zelaya termina em fevereiro de 2010, e, de acordo com a mídia local, as autoridades eleitorais disseram no domingo que as eleições presidenciais de 29 de novembro serão mantidas.

Hugo Chávez, presidente da Venezuela, colocou suas tropas em alerta neste domingo depois de um golpe em Honduras e disse que poderá responder militarmente se seu enviado ao país centro-americano for morto ou sequestrado.

Chávez afirmou que soldados hondurenhos raptaram o embaixador cubano e deixaram o embaixador venezuelano à beira de uma estrada após baterem nele durante o golpe militar contra o presidente hondurenho Manuel Zelaya.

O Exército hondurenho depôs Zelaya e o isolou neste domingo, no primeiro golpe militar na América Central desde a Guerra Fria, depois de ele ter desagradado as forças armadas ao tentar sua reeleição.

Chávez, em pronunciamento na televisão estatal, disse que se o embaixador da Venezuela for morto, ou as tropas entrarem na embaixada venezuelana, "esta junta militar entraria em um estado de guerra de fato, e teríamos que agir militarmente". Ele acrescentou: "eu coloquei as forças armadas da Venezuela em alerta."

Chávez lidera um grupo de países esquerdistas, entre eles Honduras e, no passado, chegou a ameaçar militarmente países da região, mas nunca levou as ameaças em frente.

Chávez disse que se um novo governo for empossado depois do golpe, ele deve ser derrubado.

"Nós os derrubaremos, nós os derrubaremos, eu digo a vocês", disse ele.

Em 2008, Chávez enviou tanques para a fronteira com a Colômbia depois de tropas colombianas atacarem uma base de guerrilheiros no Equador, que é parte da coalizão de países com governo de esquerda na América Latina, liderada pela Venezuela.

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