The Economist: Quem vai ganhar com a crise?

A oportunidade bate, de leve
Destrutiva? Sem dúvida nenhuma. Mas a crise financeira também vai ser criativa? Quando os que estão na ativa desaparecem e os modelos de negócios estabelecidos não funcionam mais, isso geralmente é boa notícia para os recém-chegados emergentes. A enorme perturbação no setor bancário deixou alguns membros das margens do setor esfregando as mãos. Entre eles estão:

As butiques de consultoria. Elas são como mosquitos, é assim que os executivos dos grandes bancos de investimento descrevem as butiques. Sem capacidade de financiamento, presença global ou grandes negócios nos mercados de capital, elas não têm o poder de fogo dos rivais maiores. Mas, assim mesmo, a crise aumentou a sua capacidade de irritar os gigantes. A fé dos clientes nas orientações dos grandes nomes do setor foi seriamente abalada pela conspícua inabilidade deles de gerenciar seus próprios negócios. Muitos bancos comprometaram as relações com os clientes mais diretamente, ao restringir mesquinhamente o crédito enquanto reduzem deus balanços patrimoniais. Os conflitos de interesse nos grandes bancos são mais comuns agora que eles são em menor número. E as butiques podem escolher um número enorme de executivos de alta qualidade que estão procurando emprego.

As plataformas de empréstimo peer-to-peer. Esses websites, através dos quais os poupadores reúnem sem dinheiro e emprestam para os tomadores, também receberam um impulso com a crise. As ridiculamente baixas taxas de juro estão encorajando poupadores a procurar retornos melhores em outras partes. Zopa, um website britânico que foi o pioneiro nessa ideia, diz que o número de emprestadores entrando em seu sistema disparou. Para os tomadores desprezados pelos seus bancos, os emprestadores de baixo custo e desalavancados são uma alternativa atraente. O chefe do Zopa, Giles Andrews, diz que novatos como ele devem ganhar com a maneira como a crise minou a fé dos clientes na solidez dos bancos e intensificou as dúvidas quanto a estarem agindo segundo o interesse dos clientes.

O setor financeiro islâmico. Ele estava bombando antes da crise, graças às liquidez alimentada pelo petróleo no Golfo, uma crescente devoção entre os muçulmanos e uma infraestrutura de mercado se desenvolvendo rapidamente. Mas a sua ênfase no compartilhamento de riscos e a proibição à especulação têm toda uma nova ressonância em razão dos fracassos do setor financeiro ocidental. Os seus apoiadores ressaltam o lado ético das finanças que seguem a lei da sharia. Mas o Oriente Médio sofre com seu próprio vendaval financeiro e os problemas fundamentais, incluindo o excesso de confiança no financiamento de curto prazo, ainda precisam ser resolvidos.

Os supermercados. Eles vêem a crise como uma oportunidade para entrar ainda mais nos serviços financeiros. O custo para atrair clientes é baixo, pois eles já possuem milhões de consumidores passando por suas lojas. Existe confiança nas suas marcas. E os que viram como os varejistas trabalham com bancos em joint ventures consistemente notam quão mais focados nas necessidades dos clientes ele são. Os varejistas pensam primeiro no cliente e os bancos nos lucros, diz um executivo.

A Tesco britânica anunciou uma ambiciosa expansão das suas atividades bancárias em março. Não está clara qual é a capacidade das empresas não bancárias abocanhar grandes nacos do mercado. A desaceleração está atingindo a maioria das instituições, as varejistas inclusive.

(Extraído do encarte de The Economist publicado em parceria com Carta Capital, ed 548, pág 55)

Comentários: Creio que a pergunta da prestigiosa revista The Economist está mal colocada. O correto seria perguntar quem perde menos com a crise?

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