BIS: Brasil e China estudam alternativa ao dólar

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Brasil e China estudam acordo sobre moedas

Por Krista Hughes e Tamora Vidaillet

BASILÉIA, Suíça (Reuters) - China e Brasil estão trabalhando sobre um acordo de divisas para permitir que importadores e exportadores fechem negócios em suas moedas locais, deixando o dólar de lado, revelaram os bancos centrais dos dois países no domingo.

Falando nos bastidores da reunião anual geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), na cidade suíça de Basiléia, outras autoridades de bancos centrais questionaram o papel futuro do dólar como moeda dominante das reservas mundiais.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o presidente do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, discutiram o acordo bilateral durante reunião do BIS no sábado.

"Foi acordado em princípio", disse à Reuters uma porta-voz do banco central brasileiro. "Eles vão começar a estudar o acordo."

Não foram divulgados detalhes sobre as dimensões do acordo ou o cronograma para que os detalhes sejam resolvidos.

ALTERNATIVA AO DÓLAR

A discussão sobre uma moeda internacional alternativa ao dólar vem ganhando força nos últimos meses, depois de os donos das reservas chaves das economias emergentes terem expressado receios quanto à manutenção do dólar americano como moeda dominante das reservas mundiais.

À medida que os países emergentes ganham mais influência na economia global, eles também querem estudar maneiras de aumentar o uso de moedas locais no comércio internacional.

A China, dona da maior reserva mundial de divisas, renovou na sexta-feira seu chamado pela criação de uma moeda de reservas supra-soberana para reduzir o domínio global do dólar, que, segundo ela, agravou a crise financeira.

A Rússia, cuja reserva de divisas é a terceira maior do mundo, também vem pedindo que o mundo reduza sua dependência do dólar.

"Temos a China e a Rússia propondo que pensemos em uma moeda internacional de reserva outra que o dólar", disse Jaeem Al-Mannai, diretor geral do Fundo Monetário Árabe, em entrevista à Reuters. "Com esta crise, os EUA acumularam dívidas enormes. É um ônus grande que pesa sobre o dólar."

O presidente do banco central da Argentina, Martín Redrado, disse à Reuters que, futuramente, o dólar terá que dividir o palco mundial com moedas regionais fortes como o yuan chinês e o real brasileiro.

"O yuan terá um papel na Ásia, ao lado do iene; o euro, obviamente; na América do Sul, provavelmente o real. De modo que estamos prevendo um mundo em que o dólar continuará a ser a moeda dominante, mas em que a abordagem será muito mais dividida", disse ele.

O presidente do banco central filipino, Amando Tetangco, também disse à Reuters em Basiléia que a tendência atual de diversificação, reduzindo o domínio do dólar, deve continuar.

"Os bancos centrais dos países emergentes sempre tiveram a opção de não usar exclusivamente o dólar, e isso vem acontecendo até certo ponto sob a forma de diversificação para uso de moedas estrangeiras", disse ele. "Esse processo vai continuar, inevitavelmente."

INTERNACIONALIZAÇÃO DO YUAN

Zhou disse que um próximo passo será o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente chinês, Hu Jintao, discutirem o acordo, que, segundo ele, não vai necessariamente envolver um swap cambial como os que a China tem com outros países.

"O que estamos discutindo é que o presidente do Brasil, Lula, e nosso presidente, Hu, conversem sobre a possibilidade e o desenvolvimento gradual para usarmos nossa moeda local para alguns pagamentos comerciais e para investimento, isso é o principal", disse ele a jornalistas. "Não se trata necessariamente de usar um swap cambial."

Desde dezembro, o Banco do Povo chinês organizou seis swaps cambiais bilaterais, totalizando 650 bilhões de yuans (95,12 bilhões de dólares), com países que incluem a Malásia, Argentina e Hong Kong.

Pelos acordos, um banco central do outro lado do swap poderá emprestar os yuans fornecidos pelo Banco do Povo para entidades comerciais domésticas, para pagarem por importações.

Com isso, os exportadores chineses recebem em sua própria moeda nacional, eliminando os riscos de taxa de câmbio e reduzindo o custo das transferências financeiras. O mesmo se aplica na outra direção do swap.

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse na sexta-feira que o Brasil não tem medo de ir lentamente usando outras moedas que não o dólar em seus investimentos e comércio internacional, desde que o processo seja seguro e não seja "uma aventura".

Fonte: Reuters

Da CBSNEWS BUSINESS:

Iran Ends Oil Transactions In U.S. Dollars

O fim do dólar como moeda-padrão está perto

OPEC's Second-Largest Producer Now Pegs Petroleum To Euros And Yen

O Irã, segundo maior produtor de Petróleo, já usa o Euro e o Yen em suas trações

  • Iranian oil workers seen at Tehran's oil refinery, Iran, Nov. 17, 2007. Although OPEC has traditionally tied its price of oil to U.S. dollars, Iran has announced it has shifted sales of its oil to euros and yen.
  • Photo

    Iranian oil workers seen at Tehran's oil refinery, Iran, Nov. 17, 2007. Although OPEC has traditionally tied its price of oil to U.S. dollars, Iran has announced it has shifted sales of its oil to euros and yen. (AP Photo/Vahid Salemi)

O Irã, país que é atualmente o segundo maior produtor de petróleo da OPEP, já não faz transações comerciais em dólares, cumprindo assim uma promessa já antiga do seu presidente.

A decisão resulta de um aumento de pressão da diplomacia dos EUA contra o programa nuclear iraniano, mas também devido à continuada redução da cotação dólar-euro e ao seu impacto nos rendimentos da República Islâmica. O movimento de transição para o Euro e outras moedas já tinha começado no começo de 2007. Para a Europa, o Irã vende petróleo em euros, e um misto de euros e ienes são usados nas exportações para os países asiáticos.

O Irã pressiona outros países da OPEP a segui-lo, mas, por enquanto sem grande sucesso, sobretudo por causa da influência que os EUA ainda detêm nas políticas dos governos dos países do Golfo Pérsico, mas não tardará muito até que a Venezuela siga os seus passos e depois, a massa crítica poderá ser suficiente para levar os demais países da OPEP a enveredar pelo mesmo caminho, especialmente se a fraqueza do dólar persistir, e nada indica que assim não seja, uma vez que a maioria dos economistas dão como certo o prolongamento da recessão nos EUA pelo menos até finais de 2009.

E se o dólar continuar a ser a moeda preferida nas transações de petróleo, até os países importadores vão começar a pressionar para o seu abandono. É claro, que a perda do papel de referência do dólar no mercado global vai implicar Profunda ameaça à própria economia americana, que muito tem vivido da predominância da sua moeda no mundo, e logo, criar ainda mais condições para que esta recessão que dizem ainda ser ligeira, se torne efetivamente numa das mais graves de sempre na Economia americana.

Sabendo que esta responde por 30% do consumo mundial, isso não irá arrastar todo o planeta para a recessão, mesmo a Ásia e a Europa que têm estado relativamente afastadas desta?

Fonte:

http://www.cbsnews.com/stories/2008/04/30/business/main4057490.shtml?source=related_story

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