ANBID: Como investir num mercado em movimento
Poupança X Fundos - Novo cenário para os investimentos
23 de junho de 2009
A queda da taxa básica de juros da economia, a Selic, trouxe à tona uma questão que se tornou recorrente nos últimos dias: aplicar na caderneta de poupança ou em um Fundo DI? Para não amargar essa dúvida, primeiro é importante saber que não existe uma resposta padrão. "Toda decisão de investimento segue uma avaliação pessoal, que depende dos objetivos e perfil de cada um", afirma o consultor Caio Fragata Torralvo, certificado com o CFP® (Certified Financial Planner). "Além disso, essa não é uma boa comparação, porque são produtos distintos", completa. Apesar de estarem incluídos na categoria de aplicações de baixo risco, os fundos DI e a poupança têm composição, liquidez e tributação diferentes. Diante disso, sempre que é abordado com essa pergunta, o consultor responde aos seus clientes com um roteiro de perguntas: Qual a sua meta? Por quanto tempo pretende deixar o dinheiro aplicado? Já tem aplicações financeiras? E outras tantas.
Para orientar a sua tomada de decisão, é fundamental também que você compreenda o atual cenário dos investimentos. "Estamos vivendo um novo mundo no Brasil em relação às aplicações financeiras", diz Marcos Villanova coordenador da Comissão de Distribuição de Produtos no Varejo da Anbid. A protagonista dessa mudança é a Selic, taxa básica de juros da economia. O Brasil está na lista dos campeões dos juros, o que não é um ponto positivo. No entanto, a taxa tem sofrido cortes, e tende a se alinhar com os países desenvolvidos no longo prazo. Isso só é possível porque os fundamentos da economia nacional melhoraram. Em junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros para 9,25% ao ano.
Grande parte dos rendimentos dos investimentos de renda fixa acompanha essa taxa. Os Fundos DI, por exemplo, têm a sua carteira composta por títulos da dívida do governo, que têm a remuneração atrelada aos juros da economia. Dessa forma, quando a taxa Selic sobe, a rentabilidade do DI aumenta. Quando baixa, como ocorre agora, os ganhos também ficam mais modestos. "O investidor precisa se acostumar com rendimentos equivalentes à taxa de juros de 9% e não mais de 19%", diz Villanova.
Com isso, entre as aplicações de baixo risco, os ganhos do Fundo DI ficaram próximos dos ganhos da caderneta de poupança. Isso, no entanto, não significa que o investidor precisa correr para mudar de investimento. Pelo contrário. "É um cenário novo, por isso é preciso muita cautela na hora de tomar uma decisão de novo investimento ou mudar de aplicação", alerta o coordenador da comissão da Anbid. Veja abaixo os principais pontos de atenção.
Imposto de renda - Antes de tomar uma decisão e mudar de aplicação, quem tem, por exemplo, R$ 5 mil em um fundo DI, precisa observar a alíquota de Imposto de Renda (IR) que irá pagar sobre o rendimento na hora do saque. O sistema de tributação regressiva em vigor no Brasil para os fundos de renda fixa favorece investimentos de longo prazo. As alíquotas do IR vão de 22,5% para recursos investidos no curto prazo (com vencimento em até seis meses), podendo cair para 15% quando o investidor deixa o dinheiro aplicado por mais de dois anos. Ou seja, uma diferença considerável de 7,5 pontos percentuais.
Caso arque com uma taxa de 22,5% do IR, pode não ser bom negócio migrar para a caderneta. A diferença de rendimento entre as duas aplicações pode ficar, em alguns casos, em torno de meros R$ 3,5 ou R$ 4 por mês. Dessa forma, a alíquota do imposto no resgate para mudar de investimento pode não compensar o pequeno aumento de ganho imediato. "É preciso fazer as contas na ponta do lápis", ressalta o consultor financeiro Caio Torralvo. A diferença de rentabilidade pode não compensar o pagamento máximo de imposto.
Também no quesito tributário, é preciso considerar que o governo anunciou um projeto para tributar a caderneta de poupança com saldo acima de R$ 50 mil.
Liquidez - Uma das grandes vantagens do Fundo DI é a liquidez diária, o que significa que você pode sacar o recurso a qualquer momento e levar os rendimentos acumulados até a data. Já na poupança, para ter os ganhos do mês, o saque precisa ser feito na data de aniversário da caderneta. Ou seja, se sacar antes do aniversário não terá rendimento sobre o valor nos dias que ficou aplicado.
Custos - É preciso comparar os custos e a qualidade de gestão dos Fundos DI oferecidos pelos bancos. A taxa de administração cobrada tem impacto direto na rentabilidade líquida. Os custos estão em queda. Alguns bancos reduziram a aplicação mínima para fundos com taxas mais competitivas.
Riscos - Caderneta e Fundos DI, apesar de serem investimentos de risco baixo, têm diferenças nesse quesito.
Os riscos da poupança:
Mercado: ocorre na hipótese de redução da taxa de juros, 0,50% ao mês, e/ou numa eventual alteração na metodologia do cálculo da TR. O governo já alterou as regras para o IR de poupança e pode alterar da TR também.
Crédito: este é o risco da instituição não honrar o resgate do investimento. Este risco tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que garante créditos até o valor de R$ 60 mil por CPF, por instituição.
Os riscos dos Fundos DI:
Mercado: é o risco do governo federal não honrar com o pagamento dos títulos que estão na carteira do fundo.
Crédito: este é o risco da instituição não honrar o resgate do investimento. Este risco tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que garante créditos até o valor de R$ 60 mil por CPF, por instituição.
Nova aplicação
Para quem vai começar um investimento, a recomendação de Villanova é diversificar de acordo com o perfil e objetivos de cada um, seja admitindo ou não investimentos de risco. "Procure o seu gerente e estude todas as possibilidades", sugere. Os profissionais das instituições financeiras, acrescenta, estão capacitados para prestar consultoria diante desse novo cenário.
Saiba ainda que, a partir de agora, para obter ganhos financeiros mais significativos é preciso aceitar correr mais risco. A tendência é que os fundos Multimercados e de Renda Variável ganhem mais espaço. Atualmente, essas aplicações têm uma participação modesta, cerca de 10% no total da indústria. Nos principais mercados internacionais, esse percentual chega a 50%. "Vamos ficar mais alinhados com as economias mundiais", explica Villanova.
Fonte: ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimentos é a principal representante das instituições que atuam no mercado de capitais brasileiro, e tem por objetivo buscar seu fortalecimento como instrumento fomentador do desenvolvimento do país.
Comentários: Quem fala em vencer? O importante é sobrelevar-se. E é bom que saibamos que a vida nos ensina a ser práticos para sobreviver.
Para orientar a sua tomada de decisão, é fundamental também que você compreenda o atual cenário dos investimentos. "Estamos vivendo um novo mundo no Brasil em relação às aplicações financeiras", diz Marcos Villanova coordenador da Comissão de Distribuição de Produtos no Varejo da Anbid. A protagonista dessa mudança é a Selic, taxa básica de juros da economia. O Brasil está na lista dos campeões dos juros, o que não é um ponto positivo. No entanto, a taxa tem sofrido cortes, e tende a se alinhar com os países desenvolvidos no longo prazo. Isso só é possível porque os fundamentos da economia nacional melhoraram. Em junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros para 9,25% ao ano.
Grande parte dos rendimentos dos investimentos de renda fixa acompanha essa taxa. Os Fundos DI, por exemplo, têm a sua carteira composta por títulos da dívida do governo, que têm a remuneração atrelada aos juros da economia. Dessa forma, quando a taxa Selic sobe, a rentabilidade do DI aumenta. Quando baixa, como ocorre agora, os ganhos também ficam mais modestos. "O investidor precisa se acostumar com rendimentos equivalentes à taxa de juros de 9% e não mais de 19%", diz Villanova.
Com isso, entre as aplicações de baixo risco, os ganhos do Fundo DI ficaram próximos dos ganhos da caderneta de poupança. Isso, no entanto, não significa que o investidor precisa correr para mudar de investimento. Pelo contrário. "É um cenário novo, por isso é preciso muita cautela na hora de tomar uma decisão de novo investimento ou mudar de aplicação", alerta o coordenador da comissão da Anbid. Veja abaixo os principais pontos de atenção.
Imposto de renda - Antes de tomar uma decisão e mudar de aplicação, quem tem, por exemplo, R$ 5 mil em um fundo DI, precisa observar a alíquota de Imposto de Renda (IR) que irá pagar sobre o rendimento na hora do saque. O sistema de tributação regressiva em vigor no Brasil para os fundos de renda fixa favorece investimentos de longo prazo. As alíquotas do IR vão de 22,5% para recursos investidos no curto prazo (com vencimento em até seis meses), podendo cair para 15% quando o investidor deixa o dinheiro aplicado por mais de dois anos. Ou seja, uma diferença considerável de 7,5 pontos percentuais.
Caso arque com uma taxa de 22,5% do IR, pode não ser bom negócio migrar para a caderneta. A diferença de rendimento entre as duas aplicações pode ficar, em alguns casos, em torno de meros R$ 3,5 ou R$ 4 por mês. Dessa forma, a alíquota do imposto no resgate para mudar de investimento pode não compensar o pequeno aumento de ganho imediato. "É preciso fazer as contas na ponta do lápis", ressalta o consultor financeiro Caio Torralvo. A diferença de rentabilidade pode não compensar o pagamento máximo de imposto.
Também no quesito tributário, é preciso considerar que o governo anunciou um projeto para tributar a caderneta de poupança com saldo acima de R$ 50 mil.
Liquidez - Uma das grandes vantagens do Fundo DI é a liquidez diária, o que significa que você pode sacar o recurso a qualquer momento e levar os rendimentos acumulados até a data. Já na poupança, para ter os ganhos do mês, o saque precisa ser feito na data de aniversário da caderneta. Ou seja, se sacar antes do aniversário não terá rendimento sobre o valor nos dias que ficou aplicado.
Custos - É preciso comparar os custos e a qualidade de gestão dos Fundos DI oferecidos pelos bancos. A taxa de administração cobrada tem impacto direto na rentabilidade líquida. Os custos estão em queda. Alguns bancos reduziram a aplicação mínima para fundos com taxas mais competitivas.
Riscos - Caderneta e Fundos DI, apesar de serem investimentos de risco baixo, têm diferenças nesse quesito.
Os riscos da poupança:
Mercado: ocorre na hipótese de redução da taxa de juros, 0,50% ao mês, e/ou numa eventual alteração na metodologia do cálculo da TR. O governo já alterou as regras para o IR de poupança e pode alterar da TR também.
Crédito: este é o risco da instituição não honrar o resgate do investimento. Este risco tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que garante créditos até o valor de R$ 60 mil por CPF, por instituição.
Os riscos dos Fundos DI:
Mercado: é o risco do governo federal não honrar com o pagamento dos títulos que estão na carteira do fundo.
Crédito: este é o risco da instituição não honrar o resgate do investimento. Este risco tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que garante créditos até o valor de R$ 60 mil por CPF, por instituição.
Nova aplicação
Para quem vai começar um investimento, a recomendação de Villanova é diversificar de acordo com o perfil e objetivos de cada um, seja admitindo ou não investimentos de risco. "Procure o seu gerente e estude todas as possibilidades", sugere. Os profissionais das instituições financeiras, acrescenta, estão capacitados para prestar consultoria diante desse novo cenário.
Saiba ainda que, a partir de agora, para obter ganhos financeiros mais significativos é preciso aceitar correr mais risco. A tendência é que os fundos Multimercados e de Renda Variável ganhem mais espaço. Atualmente, essas aplicações têm uma participação modesta, cerca de 10% no total da indústria. Nos principais mercados internacionais, esse percentual chega a 50%. "Vamos ficar mais alinhados com as economias mundiais", explica Villanova.
Fonte: ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimentos é a principal representante das instituições que atuam no mercado de capitais brasileiro, e tem por objetivo buscar seu fortalecimento como instrumento fomentador do desenvolvimento do país.
Comentários: Quem fala em vencer? O importante é sobrelevar-se. E é bom que saibamos que a vida nos ensina a ser práticos para sobreviver.
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