Pré-sal: O Segundo Grito de Independência
O início da produção de petróleo em Tupi, em 1º de maio de 2009, é um marco na história da Petrobras e na indústria mundial de petróleo e gás. Uma das jazidas mais importantes já descobertas no Brasil, Tupi está localizada no Polo Pré-sal da Bacia de Santos, a quase 7 mil metros abaixo da superfície do mar e possui volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8 bilhões de barris.
O momento também marca a entrada em operação da plataforma FPSO BW Cidade de São Vicente, que começa a operar no Teste de Longa Duração (TLD) em Tupi. O objetivo desse teste é, recolher, ao longo de 15 meses, informações técnicas para o desenvolvimento dos reservatórios descobertos pela empresa na Bacia de Santos. Essas informações serão decisivas não só para definir o modelo de desenvolvimento da área de Tupi, como também das demais acumulações encontradas abaixo da camada de sal que acompanha grande parte da costa brasileira. A capacidade de produção da plataforma é de 30 mil barris por dia (bpd) de petróleo.
A produção de petróleo em Tupi faz parte do investimento da Companhia no pré-sal, que será de US$ 28,9 bilhões até 2013. A decisão de mobilizar esse importante volume de recursos para o desenvolvimento de um novo modelo geológico, em águas ultraprofundas e distantes da costa é, sobretudo, uma aposta na competência dos empregados e na história de sucesso da Companhia. Num cenário de crise mundial, a Petrobras investe na expansão de seus negócios.
Desafios
Os reservatórios brasileiros no pré-sal são formados por rochas carbonáticas sobre as quais pouco ainda se sabe. Além disso, as maiores acumulações de hidrocarbonetos encontradas na Bacia de Santos estão localizadas em águas ultraprofundas e abaixo de uma espessa camada de sal que, em certos locais, tem mais de 2 mil metros de espessura. Essas características representam um desafio tecnológico sem precedentes na indústria.
Todos esses obstáculos mostram que será necessário fazer um grande esforço para criar as soluções tecnológicas que permitam o desenvolvimento econômico da produção dessa nova província. Em um cenário onde descobertas como essas estão ficando cada vez mais raras, o que faz a diferença é desenvolver novas soluções e descobrir maneiras de fazer o melhor uso delas.
As descobertas no pré-sal deixam a Petrobras em situação semelhante à vivida na década de 80, quando foram descobertos os campos de Albacora e Marlim, em águas profundas da Bacia de Campos. Com aqueles campos, a Companhia identificava um modelo geológico que inauguraria um novo ciclo de importantes descobertas. Foi a Era dos turbiditos, rochas-reservatórios que abriram novas perspectivas à produção de petróleo no Brasil. |
Com o pré-sal da Bacia de Santos, a empresa inaugura, agora, um novo modelo, assentado na descoberta de óleo e gás em reservatórios carbonáticos de origem microbial, com características geológicas diferentes. É o início de um novo e promissor horizonte exploratório. |
Capital intelectual
A descoberta de grandes volumes de petróleo na costa brasileira nos últimos anos, além de aumentar a complexidade das atividades de exploração e produção no pré-sal, aumentou muito a demanda da Petrobras por mão-de-obra qualificada.
Por isso, uma das principais preocupações neste momento é expandir a competência da força de trabalho para explorar e produzir em horizontes geológicos mais profundos, além de garantir uma equipe de profissionais preparada para executar uma das maiores carteiras de projetos na história da empresa.
O treinamento profissional para as atividades nas áreas do pré-sal será concentrado no Programa de Desenvolvimento do Pré-Sal (Prodesal), que conta com uma carteira diversificada de cursos e com um programa de qualificação profissional para a área de energia, que inclui universidades e escolas técnicas brasileiras.
Futuro promissor
O Projeto-Piloto de Tupi começará a produzir no final de 2010, com o término do Teste de Longa Duração, com a FPSO Cidade de Angra dos Reis. A plataforma estará conectada a oito poços e terá capacidade de produzir cem mil barris de petróleo por dia. O pico diário deve chegar a 85 mil barris.
Como dá para ver, desenvolver as descobertas na província do pré-sal exigirá uma série de soluções raramente vistas no setor de petróleo e gás. Graças aos esforços conjuntos da Petrobras e de seus parceiros, essas novas jazidas estarão produzindo, já a partir de 2017, mais de um milhão de barris de petróleo por dia só nas áreas do pré-sal. Um volume que tende a crescer ao longo dos anos.
Fonte: http://www2.petrobras.com.br/
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