URSA: the good, the bad and the ugly
Por trás da postura linha dura com que o governo OBAMA vem lidando com as montadoras existe um plano estratégico de pressionar as companhias a pedirem concordata, a forma encontrada para “limpar” os pontos fracos das empresas, como a dívida com os credores privados e os custos de assistência de saúde aos aposentados, disse uma fonte ao WSJ.
Segundo anotou no Broadcast a jornalista Suzi Katzumata, a idéia do governo americano é dividir as companhias em uma parte "boa" e outra "ruim". A “GM boa”, no caso, incluiria marcas como a Chevy e Cadillac, enquanto a CHRYSLER viável seria vendida à FIAT no deadline de 1 mês estabelecido pela força-tarefa. Uma aliança com a italiana chegou a ser anunciada ontem, mas foi desmentida em seguida.
Em entrevista gravada à CNBC, que foi ao ar na noite de ontem, o novo CEO da GM, Frederick "Fritz" HENDERSON reconheceu que pedir concordata pode ser a melhor opção para a companhia. Antes, durante encontro com funcionários da montadora nesta segunda-feira, ela já havia admitido que "iremos à falência", se a companhia não correr atrás das exigências da Casa Branca, que deu só mais 60 dias para a empresa acelerar os progressos em seu plano de viabilidade.
O senador democrata Carl LEVIN disse que o grande foco de reestruturação da montadora está sobre os detentores de bônus, que até aqui têm resistido a aceitar um desconto para ajudar a evitar uma concordata.
Cortando o barato de NY, que já contabilizava a sua terceira semana consecutiva de otimismo, renovaram-se os temores da crise, com os sinais de que a GM (-25,41%) possa se ver obrigada a recorrer a um tribunal de falências e ainda diante do medo de que o CITI (-11,83%) e o BOFA (-17,85%) sejam reprovados nos "testes de estresse" a que estão sendo submetidos pelo governo americano para calcular o nível de solvência dos bancos. "Agora, é uma mercado 50-50, metade negativo, metade positivo", resumiu na agência Dow Jones o estrategista William LEFKOWITZ (da FINANCE INVESTMENTS).
Nos últimos 12 meses, o preço das ações da GM e do CITIGROUP perderam quase 90% e agora representam menos de 0,6% do peso do DOW Jones, já levando agora muitos analistas em NY a questionarem se os papéis não deveriam ser retirados do índice.
Quem acredita que a confiança exibida pelos investidores nas últimas semanas possa ter sido superdimensionada, diz que o DOW Jones entra agora numa zona de perigo, prestes a renovar a mínima em 12 anos (6.547 pontos), caso a temporada dos balanços deste primeiro trimestre volte a decepcionar. Mas até este LOW, ainda tem chão. O principal índice da NYSE (que ontem recuou 3,27%) teria que cair mil pontos daqui para frente, depois de ter fechado nesta segunda-feira em 7.522,02 pontos. Os ganhos acumulados no mês ainda somam 6,50%, com o DOW 16% acima da mínima do dia 9.
"Temos desafios formidáveis adiante e me parece o momento certo para respirar", foi o que disse o consultor Hugh JOHNSON (da JOHNSON ILLINGTON ADVISORS), que mais parece acreditar numa realização natural de lucros do que numa virada de tendência. Com ganhos ainda superiores a 7%, o S&P-500 devolveu 3,48% ontem, para 787,53 pontos, enquanto o Nasdaq registrou desvalorização de 2,81% e fechou em 1.501,80 pontos.
Todo mundo que não conseguiu manter o sangue-frio com a virada de humor em WALL STREET tratou de correr para a segurança dos TREASURIES, em uma reação potencializada ainda pelas especulações de que a cúpula do G-20 em Londres (amanhã e quinta-feira) não deve anunciar medidas coordenadas de estímulo econômico para lidar com a crise.
Os títulos do Tesouro só interromperam a alta do dia, quando o FED anunciou que comprou ontem apenas US$ 2,499 bilhões de bônus de 17 anos a 30 anos, três vezes menos do que nas duas rodadas anteriores. Mas logo os Treasuries voltaram a absorver compras defensivas, que derrubaram o juro da NOTE de dez anos a 2,711% (de 2,76%).
À procura de uma redenção, o DÓLAR não demorou a ver ontem na volta do sentimento de aversão a risco nos mercados o seu melhor argumento para lançar um contra-ataque de alta contra o euro (US$ 1,3190). Já o iene se garantiu, subindo para 97,26/US$.
Tanto este ímpeto do dólar contra o euro quanto a piora nas bolsas em NY serviram como gatilho para derrubar o PETRÓLEO, que desta vez perdeu o suporte psicológico dos cinqüenta dólares e neutralizou quase que todos os ganhos acumulados nas últimas duas semanas. Na NYMEX, o WTI (maio) despencou 7,58%, a US$ 48,41. Em Londres, o BRENT (US$ 47,99) acompanhou (-7,7%). Aparentemente prevendo uma acomodação dos preços abaixo das máximas recentes, o ministro de Petróleo do Qatar, Abdullah Al ATTIYAH, disse que um intervalo entre US$ 40 e US$ 50 é aceitável "à luz da atual crise".
Também para os METAIS foi fatal ontem o impulso de alta tomado pelo dólar, que tirou atratividade das commodities em geral. Em Londres, os contratos de cobre para três meses caíram US$ 135, para US$ 3.910 a tonelada. O chumbo (US$ 1.245) recuou US$ 35 e o zinco perdeu US$ 35, a US$ 1.314. Em NY, o OURO passou o dia dividido, ora atraindo compras de hedge contra a crise, ora pressionado pelo vigor da moeda americana, que acabou valendo como fator dominante no fechamento, quando o metal precioso para junho era negociado em queda de 0,82%, a US$ 917,70 a onça-troy.
Em tempo...
PONTO FRIO anunciou após fechamento lucro líquido de R$ 11,2 milhões no quarto trimestre, queda de 85,5% na comparação com o mesmo período de 2007...
LOJAS AMERICANAS e PÃO DE AÇÚCAR despontam como potenciais compradores da GLOBEX, controladora do Ponto Frio, segundo analistas na AE. Empresas negam.
SPRINGS GLOBAL informou que seu prejuízo aumentou de R$ 300,9 milhões em 2007 para R$ 342,379 milhões, o que representou crescimento de 13,8% no período.
TRIUNFO encerrou quarto trimestre com prejuízo consolidado de R$ 42,1 milhões, piora de 481,1% em relação ao resultado negativo registrado em igual período do ano anterior.
PROVIDÊNCIA apresentou lucro líquido de R$ 19,024 milhões no quarto trimestre, expansão de 165,5% na comparação com igual período do ano anterior.
DAYCOVAL aprovou dividendo de R$ 0,1106 por ação a partir do dia 15. Ex hoje.
PETROBRAS realiza no próximo dia 15 o primeiro leilão para venda de gás natural no mercado brasileiro. Na sexta-feira, sai o edital de convocação do leilão, com os detalhes.
ENERGIA NOVA. Data do primeiro leilão geral deste ano para entrega a partir de 2012 será em 25/8. Disputa voltada exclusivamente para centrais eólicas será em 25/11.
Fonte: Agências de notícias e consultoria financeira
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