Selic: Mercado espera anúncio de queda agressiva na taxa básica

Em segunda-feira movida por sinais de impacto da crise, juros futuros caem forte
Com as projeções acirradas para a reunião d es ta semana do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) diante das referências econômicas divulgadas nesta segunda-feira (9), as taxas dos contratos de DI futuro negociados na BM&F Bovespa terminaram o dia com acentuada queda.

O IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) de fevereiro divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) mostrou deflação de 0,13%, bem abaixo das expectativas do relatório Focus, que indicavam alta de 0,32% nos preços. Conforme análise da LCA Consultoria, o resultado "aumenta as chances de corte acima de um ponto percentual da Selic".

Na terça-feira começa a reunião do colegiado, que um dia depois anuncia sua decisão quanto ao patamar do juro básico brasileiro. No último encontro, ocorrido em janeiro, o Copom implementou corte de 100 pontos-base na Selic, levando-a ao patamar de 12,75% ao ano. O relatório Focus publicado nesta segunda-feira mostra mediana das projeções sinalizando corte da mesma magnitude neste encontro de março.

Contudo, assim como a postura defendida pela LCA, crescem as apostas de que o comitê pode adotar uma postura mais agressiva, dados os sinais de deterioração econômica e convergência da inflação às metas do governo.

O relatório Focus também trouxe projeções menores para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2009 e perspectiva de queda da produção industrial no acumulado do ano. Importante lembrar que os dados do PIB do País referentes ao quarto trimestre serão divulgados na próxima sessão.

Outro destaque da segunda-feira foi a pesquisa Indicadores Industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O faturamento real da indústria de transformação no Brasil em janeiro caiu 4,3% na série dessazonalizada. O que configura o pior resultado para os meses de janeiro desde o início da série da pesquisa, em 2003. O emprego industrial recuou pelo terceiro mês seguido, tendo acumulado queda de 2,4% nesse período.

Contrato de janeiro de 2010 fechou com taxa de 10,17%
O contrato de juros de maior liquidez nesta segunda-feira, com vencimento em janeiro de 2010, registrou uma taxa de 10,17%,0,16 ponto percentual abaixodo fechamento de sexta-feira. O número de contratos negociados chegou a 298.305.

Outros contratos que fecharam com bom volume negociado foram o com vencimento em abril de 2009, que registrou taxa de 11,57%e o de julho de 2009, com taxa de 10,81%. No fechamento de sexta-feira, as taxas apontadaspor estes contratos eram 11,71% e 10,94%, respectivamente.

Análise Técnica:
Ibovespa rompe LTB e testa importante resistência de curto prazo
Mesmo após um início de mês turbulento para o Ibovespa, com uma alta expressiva no dia 4 de março e três pregões seguidos de queda, o principal índice da bolsa paulista vem se sustentando acima de sua LTA (Linha de Tendência de Alta) vinda do fundo em 29.000 pontos, trazendo certo otimismo em termos gráficos.

O índice formou na última segunda-feira (9) um Spinning Top (candle com corpo pequeno e sombras grandes) no gráfico diário, conforme afirma Eduardo Collor, analista técnico da Ativa Corretora, formação que confirmou seu viés altista nesta sessão.

Contudo, o Ibovespa se mantém abaixo de sua LTB (Linha de Tendência de Baixa) principal, formada desde o topo em 43.441 pontos, indicando uma forte resistência de curto prazo.

Suportes e resistências
Para a equipe da Focques Analistas Técnicos, a principal resistência do mercado neste momento está localizada na casa dos 38.400 pontos, patamar este testado no intraday desta terça-feira (10).

Superando consistentemente este patamar, que no caso representaria o rompimento da LTB principal, o índice tem caminho livre para testar os 38.764 pontos e 38.800 pontos, destacam os analistas da Focques, podendo voltar a negociar acima das médias móveis de 21 e 50 dias.

Do outro lado, o principal suporte do Ibovespa localiza-se, segundo Collor, nos 36.300 pontos, onde passa a LTA principal. Abaixo desta região, o mercado deve entrar em um movimento de correção mais intenso, com objetivos em 35.722 pontos e 35.347 pontos, sendo o principal suporte nos 34.000 pontos.

Dow Jones
Assim como o Ibovespa, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips dos EUA, soltou na última sessão um Spinning Top, afirma o analista da Ativa, representando a perda da força do movimento anterior, no caso, de queda.

Para que haja maiores avanços, o Dow Jones precisa romper sua LTB de curto prazo e necessariamente a resistência de 6.900 pontos. Acima deste ponto, Collor prevê a busca dos 7.250 pontos e 7.450 pontos.

Caso o contrário, o índice segue para seu principal suporte, na casa dos 6.000 pontos, podendo voltar para 5.912 pontos e 5.786 pontos, mínima importante auferida em setembro de 1996.

Fonte: Agências de notícias e consultoria financeira

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